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22.9.08

CRÓNICA DA SEMANA (I)

O país vem assistindo, estupefacto e preocupado, àquilo que vem acontecendo na esfera do preço dos combustíveis. Os meus Leitores recordar-se-ão, com certeza do que aconteceu antes de Julho último, com os preços do petróleo a subirem vertiginosamente, acompanhados pela subida vertiginosa dos combustíveis que compramos, designadamente a gasolina e o gasoil. Aconteceu, nessa altura, que o câmbio da moeda em que o petróleo é comprado – o dólar – foi, também vertiginosamente favorável ao euro, que é a nossa moeda. Isto é, para nós, portugueses e, por isso europeus, o petróleo na origem não estava a subir tanto de preço como as cotações que nos chegavam pela comunicação social. Não obstante isso, as companhias distribuidoras dos combustíveis apressavam-se a corrigir em alta os preços dos combustíveis que adquiríamos.

Porém, a partir de Julho último, o preço do petróleo começou a descer acentuadamente. E está hoje, nas cotações, uns bons quarenta por cento mais barato do que estava quando os combustíveis atingiram, cá em Portugal, o seu preço mais alto. É verdade que, também durante esse período, o dólar valorizou-se um pouco em relação ao euro. Mas bem dez por cento foi. O que quer dizer que, em euros, o preço do petróleo estará, agora, mais barato do que em Julho uns bons trinta por cento. E os combustíveis desceram. Descem. Mas a conta-gotas e não na dimensão do embaratecimento da matéria-prima.

Começámos a ouvir os esclarecimentos mais absurdos para esse facto, designadamente do Presidente do maior distribuidor de combustíveis, a GALP. Sem nenhum respeito pela nossa inteligência e em contradição com tudo que argumentaram quando, anteriormente, protestámos contra a subida dos preços da gasolina e do gasoil. E ao coro se juntou o Ministro da Economia, pedindo vigorosamente para que os preços baixassem. E quase nada sucedeu. Os preços têm sofrido ligeiríssimos ajustamentos em baixa, mas irrisórios face à dimensão do que foi a subida e do custo actual do petróleo.

Isto conduz a uma de duas conclusões. Ou o Ministro não manda nada. Ou o Ministro realmente não quer o que aparentemente quer e anuncia pomposamente ao país: que baixem os combustíveis. Isto é, e porque estamos a falar de combustíveis de diversos tipos, com diferenças de octanas, estamos na presença de um Ministro movido no combustível de pior qualidade, isto é, a gasoil. Isto se não for apenas um demagogo mais, a fazer coro com o seu chefe.

Crónica A GASOIL - Magalhães Pinto - MATOSINHOS HOJE - 23/9/2008

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