OS CORDÕES DA BOLSA
No estado em que se encontram as finanças públicas, o mínimo que se pode pedir aos gestores das empresas públicas é que apertem bem os cordões à bolsa. O Estado Português precisa de economizar a todos os níveis, não lhe sendo legítimo pedir esforços a todos os cidadãos, por via dos aumentos de impostos, e depois gastar, como dizia o meu pai, “à barba longa”. Temos tido por aí diversos escândalos de autênticos privilegiados, alguns deles nem sequer sendo dos mais capazes, mas que, porque se acolheram à sombra de uma bandeira partidária, encontraram um bom “tacho” e, enquanto todo o país sofre de penúria, eles ganham como autênticos reis do petróleo, não apenas através dos prémios a propósito de tudo e de nada a que deitam mão, mas também devido a toda uma série de benefícios colaterais de que desfrutam.
Entre esses benefícios, conta-se, desde há muito tempo, a disponibilidade de automóvel, geralmente de topo de gama, e da respectiva gasolina para todo o serviço, não apenas o profissional mas também o privado. O que, por mais voltas e reviravoltas que se dêem à questão, acaba sempre por ser pago pelos contribuintes.
É por isso que as regras que a Câmara Municipal de Matosinhos se prepara para definir sobre essa matéria é, a todos os títulos, notável e louvável. Consta ela de fixar limites ao tipo de carro que os gestores das empresas municipais podem usar bem como de limitar a gasolina que pode ser gasta à conta do Estado, prevendo ainda que os gestores que usam tais carros não os podem comprar por tuta e meia no final da sua vida útil. Daqui endereço os meus parabéns ao Senhor Presidente da Câmara por tão oportuna iniciativa.
Embora não sendo tudo – por exemplo, ficamos a pensar para que é necessária tanta gasolina – a medida fica a constituir-se como um exemplo a seguir por todas as entidades públicas nacionais.
Magalhães Pinto, em RÁDIO CLUBE DE MATOSINHOS, em 12/4/2010
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