. . . OS SINAIS DO NOSSO TEMPO, NUM REGISTO DESPRETENSIOSO, BEM HUMORADO POR VEZES E SEMPRE CRÍTICO. . .
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25.4.10
SORRISO DO DIA (amarelo)
SONETO
(Em memória de Aurélio Cunha Bengala )
Surge Janeiro frio e pardacento,
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o Decreto da fome é publicado.
Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.
E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão,
Também faz o pequeno "sacrifício"
De trinta contos - só! - por seu ofício
Receber, a bem dele... e da nação.
JOSÉ RÉGIO - Soneto (quase inédito), escrito em 1969 no dia de uma reunião de antigos alunos
***
A data deste soneto é mesmo 1969. Não vá alguém pensar que foi escrito hoje!...
(Gentileza de F.Santos)
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