Pesquisar neste blogue

18.5.10

CRÓNICA DA SEMANA (I)

A INEXISTÊNCIA

Um conceituado cronista português – Vasco Pulido Valente – disse, numa das suas crónicas recentes que José Sócrates, o Primeiro-Ministro português, não existe. É uma ideia inspirada, de que todos nos apercebemos. Se ainda tivéssemos dúvidas de que até o Partido Socialista está desejoso de se ver livre dele, bastaria ver as esperanças que os socialistas começam a colocar noutro socialista - António Manuel Seguro – para desfazermos as dúvidas.
Mas a frase daquele cronista não aborda uma ideia complementar da que exprimiu e que, a meu ver, é bastante mais grave do que a inexistência de José Sócrates. Que Sócrates já não exista, não traz grande mal ao país. Bem pelo contrário. Agora, o drama para o país vem de que ele existiu. O que foi uma tragédia. Se António Guterres, com a sua falta de condições pessoais e técnicas para administrar o país iniciou o drama que estamos a viver presentemente, foi José Sócrates que adornou, vestiu, calçou e apresentou esse drama á sociedade.
Estamos fartos de ouvir dizer que a crise presentemente vivida é devida à crise internacional e ao ataque que os mercados financeiros estão a fazer ao Euro. O que é só uma meia verdade. Naturalmente, tendo em conta como funciona a economia a nível mundial, uma crise económica mais ou menos generalizada não podia deixar de ter consequências também no nosso país. Mas o nosso problema é muito mais grave do que a quase generalidade dos outros países. É que nós não tínhamos nenhumas defesas para o que aconteceu. E, por isso, a crise em Portugal, tal como na Grécia, assume a profundidade que estamos a ver, especialmente no desemprego e nos impostos. E disso não podem se podem os governantes desculpar. Nos últimos quinze anos, isto é, desde que Cavaco Silva deixou de governar, e até hoje, Portugal passou de um país em franco desenvolvimento para o país da cauda da Europa. Se, a isto juntarmos o facto de, em todo esse período, Portugal ter sido governado pelos socialistas, com excepção de dois anos, entre 2002 e 2004, temos um retrato claro: o problema não é o de Sócrates já não existir, o problema é ele ter existido.

Magalhães Pinto, em MATOSINHOS HOJE, em 18/5/2010

1 comentário:

Tisha disse...

O Socrates afirma que o mundo mudou nos ultimos semanas. Mudou, mudou, para ele sim. Em Brusselas "apertaram-lhe" de tal maneira, que ele foi forçado de engolir o sapo, e desisitir do "apanhar o TGV em Lisboa em vez em Badajoz!!" Só que o TGV dele começa no meio do nada e vai para lado nenhum, porque os espanhois também não tem dinheiro para estes luxo nesta momento. O mundo do Socrates mudou, mudou. TODO o mundo estava a ver como ele e o seu governo, há anos, conduzia este lindo pais num espiral para o abísmo. Socrates arogante, recusava de ouvir os avisos de portugueses informados sobre os assuntos financeiros e económicos, recusava de ouvir os especialistas internacionais sobre o desastre anunciado. Há anos que os avisos eram ignorados, refutados com disdém, e teimosia, com o Socrates a anunciar mais uma mega-obra e viver num mundo da absoluta fantasia, com tudo cor da rosa a volta dele. As mentiras, os casos de corupção onde o nome do Socrates estava sempre metido, tornaram-se o escándalo e a vergonha deste pais, des-governado por um homem "que não existe", mas infelizmente manchou Portugal numa maneira inpensável. Nos olhos dele, ele é nunca culpado de nada, ele é afinal um santo, um intocável, um imaculado!! É caso para gritar aos ceus: "Até quando, Senhor?"