Ao ver o que está a suceder com o Presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, sinto um profundo asco pela actual vida política nacional. O senhor, a quem foram descobertas umas contas na Suíça com grossos depósitos, engendrou umas desculpas que não lembrariam à própria desvergonha.
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E ao olhar para este caso, uma outra pergunta, mais grave ainda, me assola o espírito. E cadê os outros? Esses todos que andam por aí, com evidentes sinais exteriores de riqueza cuja proveniência se desconhece, alguns deles ameaçando mesmo recandidatar-se a cargos que já ocuparam, como acontece, por exemplo, com Avelino Ferreira Torres, do Marco de Canaveses. É que pagar uma campanha eleitoral do próprio bolso é algo que fica muito caro. Donde lhes veio o dinheiro para tal?
Perante a falha da Justiça e do nosso sistema legal, para dar aos Torres, Morais, Felgueiras e quejandos, que andam por aí todos ao mesmo, só se vê, como último recurso, o voto dos cidadãos. Os quais devem penalizar, nas urnas, quem, ocupando ou tendo ocupado as cadeiras do Poder, mostra ter muito mais dinheiro do que aquele que as proveniências conhecidas explicam.
Excertos da crónica E CADÊ OS OUTROS? - Magalhães Pinto - MATOSINHOS HOJE - 31/3/2009
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