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30.9.10

FRASE DO DIA


"Almeida Santos diz que sacrifícios não são incomportáveis."

Título de PÚBLICO - 30/9/2010

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Que sabe ele da vida do Povo? Que sabe ele do terror que vai por aí ao fim de quase dez anos a apertar o cinto, para nada? Que sabe ele de quanto custa equilibrar um orçamento já de si magro como um cão? E o mais hipócrita é que, com certeza, ele foi um dos que se insurgiu contra Durão Barroso quando este, há oito anos e ao chegar ao Governo, disse que o país estava de tanga. Agora, depois dos esforços da cambada que nos tem governado, não está de tanga, está práticamente nu!

PENSAMENTO DO DIA




Os países também podem cair nas mãos de bandos de gangsters.

PRECISA-SE


Precisa-se governante sério, trabalhador, esforçado, para país na bancarrota devido aos esbanjamentos e aos roubos. Dá-se a preferência a quem for provido de coragem para diminuir o número - cerca de 50.000 - de políticos profissionais ou quase-profissionais existentes no país. Remuneração correspondente à tabela salarial deduzida das reduções entretanto legisladas. Tem que ser jovem porque a tarefa exige décadas de trabalho.

CRÓNICA DA SEMANA - II


N Ã O !

Não aos chicos-espertos!

Não aos chicos-espertos vindos da estranja, ainda que falem bom português, tentar ensinar aos tontos dos portugueses que o necessário é o que o Governo está a propor; e calam tudo quanto ao que o Governo esbanja!

Não aos que dizem que Portugal não precisa do FMI – que diz Portugal precisar de cortar na despesa – e logo se agarram como náufragos à OCDE – será mesmo a OCDE ou um amigo de ocasião? – quando esta aparece a dizer que devem ser aumentados os impostos!

Não aos que associam o corte na despesa do Estado apenas às despesas com a Saúde e a Educação, quanto há tanto onde cortar!

Não às ameaças veladas de abandono da governação, pensando assim suscitar nos cidadãos um assustador sentimento de orfandade!

Não às cortes dos Reis Sol que temos por aí em profusão!

Não aos institutos e fundações e assessores e consultores e fiscais e relatores e parentes e amigos e camaradas e simplesmente conhecidos que mamam despudoradamente o suor dos portugueses recolhido nos impostos!

Não aos desmandos das empresas públicas onde o dinheiro – nosso, não deles – tem menos valor do que as lentilhas!

Não aos salários astronómicos de gestores públicos que apenas sabem endividar-nos!
Não aos automóveis topo de gama a pavonearem-se por essas ruas sempre que os presidentes dos institutos e das fundações, os assessores, os consultores, os fiscais, os relatores, os amigos, os camaradas ou os simplesmente conhecidos precisam de ir ali à esquina comprar rebuçados para a tosse ou a última edição do Expresso!

Não às indemnizações chorudas aos fugitivos do barco (e das responsabilidades que seguramente têm), mesmo no caso de sendo deles a iniciativa!

Não à luta pelo Poder que despreza os remédios que, sem dúvida, temos!

Não à incompetência governativa que encontrou na crise internacional um argumento – e apenas um argumento – para mascarar a sua incompetência, como provam a crise internacional que já lá vai e a nossa que se aprofunda!

Não à admissão de mais, um só que seja, funcionários públicos!

Não aos impostos escondidos na factura da EDP, na factura da água, no tabaco, na gasolina (oh! Na gasolina!), nas portagens das SCUTS, nos automóveis; queremos saber a cada momento todos os impostos que pagamos!

Não ao confisco que aumentar os impostos sobre a última área onde ainda é possível fazê-lo com garantias de cobrança – as casas das pessoas – representará!
Não aos governos que, sucessiva e apressadamente, estão a liquidar o Estado Social, por mais juras que façam de que estão a defendê-lo!

Não a um Estado glutão, comilão, devorador, permanentemente esfomeado, sustentador da preguiça, mais do que isso, promotor da preguiça, um Estado impiedoso, injusto e, por isso, indigno de compreensão!

Não ao politicamente correcto pelo qual escorregamos em direcção ao abismo!
Não aos que, subitamente, deixaram de acreditar na capacidade do Povo para resolver qualquer crise política e recusam artificiosamente entregar ao Povo a sua resolução!

Não aos que, sejam eles quem forem e estejam em que cargo estiverem, preferem assistir a uma morte lenta no charco da estabilidade política, em vez de sujeitar o país a uma sangria violenta que possa fazer voltar rapidamente a saúde!
Não aos hipócritas que dizem por aí “estamos muito mal” e logo acrescentam “mas portemo-nos bem, porque se não nos portamos bem ainda é pior”!

Não aos iluminados, mas daltónicos, ex-gerentes do passado!

Não aos senadores da República para quem tudo está bem se quem “lá” está são os “nossos” e que no passado não hesitaram, por muito menos, em sair à rua para derrubar governos tanto ou mais legítimos que o actual e seguramente muito mais competentes!

Não à legitimidade do “25 de Abril” e da “liberdade” de que alguns parecem arvorar-se, quais cadáveres ambulantes nos trilhos de um sombrio futuro!

Não a poetas sonhadores que, da realidade, pouco mais entendem do que o lugar do sol poente; mas que não sabem ser aí o Oeste, logo desconhecendo onde está o Norte!

Não aos editores do passado que recriam agora os tempos da Primeira República!

Não a este alvoroço diário que, tirando-nos todos os bens, nos retira ainda a tranquilidade moral de sabermos que quem está a trabalhar para vencer as dificuldades é sério!

Não aos Partidos Políticos a funcionarem deste jeito; encontrem outro, porque se persistirem neste, não escapam à classificação de serem o cancro da Democracia!

***

A minha alma sonha dizer SIM a alguém, a alguma coisa. A algo que acenda uma réstia de esperança para o resto dos meus dias. Penso que é um sentimento comum a este Povo ordeiro, cordato, quase prazenteiramente sofredor quando tem esperança, ao qual pertenço. Um Povo que, por séculos de escuridão, tem tendência para embarcar mais na nave da retórica balofa do que na razão plena. Um Povo a quem querem fazer acreditar que o “25 de Abril” lhe deu a palavra, quando assim não foi. Desde 1789 que a palavra é do Povo. O “25 de Abril” apenas devolveu ao Povo a palavra que o comportamento dos gestores dos primeiros quinze anos da República – tão parecido com o dos próceres de agora – havia conduzido à sua mutilação. Sonho dizer SIM e apenas encontro razões para dizer NÃO.

O pensamento politicamente correcto está a matar-nos o futuro. Mas nenhum dos personagens da nossa vida colectiva, política, social, parece entendê-lo. É necessária uma revolução do pensamento. É necessário exigir a verdade e falar a verdade. Porque, se assim não for, não estará longe o dia em que uma legião de abandonados na praça pensará em uníssono: “mas porque raio havia de suceder-nos aquilo dos Cravos?”.

Magalhães Pinto, em VIDA ECONÓMICA, em 30/9/2010

RECORDAR É VIVER

Neil Sedaka. Oh Carol.

A FLOR DO CACTO - XVII



(ver I)

EFEMÉRIDE DO DIA

Neste dia, em 1514, Matosinhos recebeu a carta de foral das mãos do rei D. Manuel I.

A Carta de Foral tratava, entre outras coisas, dos tributos a serem pagos pelos habitantes ou aqueles de que destes ficavam isentos. O seu nome é originário de o documento régio estabelecer os foros (direitos, deveres, liberdades e garantias) dos povoadores ou habitantes de uma terra a ser fundada ou que recebia mercê nova por seu desenvolvimento. Assim, cada carta de Foral estabelecia direitos e deveres particulares dos habitantes ou povoadores na vida municipal, exercício da Justiça, privilégios da terra, organização social e administrativa, etc.. Definia ainda o que pertencia à Coroa e ao senhor donatário, quando o houvesse.


FOTO DO DIA

SORRISO DO DIA

Escadaria "à Sócrates"...

29.9.10

FRASE DO DIA

"Empresas controladas pelo Estado violaram, este ano, os limites de endividamento do PEC."

Título de PÚBLICO - 29/9/2010

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Violaram? Vai-lhes suceder o mesmo que aos violadores da Casa Pia! Isto é, nada!

PENSAMENTO DO DIA

O Parlamento da Islândia - país falido há poucos meses - deliberou levar a tribunal, para ser julgado como responsável pela falência, o Primeiro-Ministro de então. Eis algo que est´+a a fazer muita falta em Portugal nos tempos que correm.

MEMÓRIA

E AGORA?


"Péricles jamais sacrificou a sua independência face à Assembleia. Ao contrário, aqueles que lhe sucederam, sentindo estarem dependentes da vontade dos eleitores, definiam as suas políticas mais em função do que pensavam agradar ao povo do que em função do que a situação exigia."

Tucídides - "A Guerra do Peloponeso" - Século IV AC


Como mudou tão pouco o comportamento dos políticos, em dois milénios e meio! Os de hoje não são muito diferentes dos existentes na democracia ateniense, quatro séculos antes de Cristo nascer. Com Péricles, Atenas havia atingido o zénite do seu brilho democrático, cultural e cívico. A independência do líder, não baseada na força, conduzira a comunidade ao escalão mais elevado da cidadania. Morreu Péricles. Atrás dele, vieram os fala-barato. Aqueles que controlavam a Assembleia apenas pelos seus dons oratórios. E que, por isso, estavam sempre dependentes da eventualidade de surgir outro fala-barato com ideias momentâneamente mais agradáveis. O resultado foi catastrófico. A guerra do Peloponeso foi perdida. O governo passou de democrático a oligárquico. E Atenas perdeu o seu brilho para sempre.

Aprendemos com a análise desta situação, vivida lá longe, há tanto tempo. Quem devemos apontar como últimos responsáveis da evolução descrita? Os fala-barato da Assembleia - na altura, a democracia era directa, não representativa, e todos os cidadãos (cerca de 35.000) tinham assento na Assembleia - ou os próprios cidadãos? Não é fácil fazer a escolha. Por um lado, aqueles que ambicionam o Poder, não agem com a boa intenção do serviço público. Querem o Poder pelo Poder. Pelos seus privilégios e pelas suas prebendas. Por outro lado, os eleitores - os cidadãos - elegem não em função do necessário mas em função da ilusão. Todos são responsáveis, em minha opinião. Uns vendem a inteligência ao diabo para conquistar os seus objectivos pessoais. Outros deixam-se guiar pelas miragens em lugar de tentarem atravessar o deserto, O resultado será a perda de todas as guerras em que a "cidade" se envolva. Tanto as de sentido restrito, com armas, como as de sentido lato, as sociais, económicas, educacionais, culturais. O destino será o de Atenas. Definhar, até ao completo desaparecimento.

********

Estamos a assistir, em Portugal, a um processo em tudo semelhante ao descrito. Não conseguimos ainda perceber. Mas a nossa Pátria está a desaparecer. Claro que nos vamos dissolver - mais por razões geo-estratégicas de que por nosso mérito ou vontade esclarecida - numa Europa mais vasta. Mas aí seremos, neste caminhar, uma espécie de região mirandesa, onde se levam as cabras a pastar. Onde se vive em tugúrios. Onde os endinheirados europeus irão, com as crianças pela mão, para mostrar "como era antigamente". Pomposamente, os pobretanas deste canto sorrirão, mostrarão as suas feridas, convencidas de estar a desempenhar o inestimável papel de guardiãos das tradições, De algum modo, ainda continuamos a pensar e agir como no tempo da ditadura. Uma casinha, o pão sobre a mesa, o pai a regressar do trabalho, estourado, quando a noite cai e todos a rirem-se, felizes, com os arrotos que o pai dá no fim do jantar. Isto enquanto houver pão. Porque pode ser que ele acabe. Devorado pelo desemprego. Na corrida do desenvolvimento que a criação da União Europeia provocou, já levamos várias voltas de atraso. Ou reganhamos, todos, em conjunto, forças para recuperar, venham elas de onde vierem, ou só nos quedará, como recurso, entrar para o carro-vassoura.

Portugal está desunido. Não há objectivos comuns. Cada um, cada grupo, tenta arrepanhar para si o pedacito de calor que algumas brasas ainda dão. E, assim, não há forças que nos levem ao pelotão da frente. Dois exemplos, cada um do seu lado da dicotomia tucididiana acima referida, mostram o que afirmo, sem margem para dúvidas.

Ferro Rodrigues foi a Toronto. Onde o Primeiro Ministro não foi na sua recente visita ao continente americano. Toronto foi, como sabemos, uma das cidades duramente atingidas pela pneumonia atípica. E onde vivem muitos portugueses. Na sua deslocação, Ferro Rodrigues teve, claramente, dois objectivos. Um essencial. Outro instrumental para conseguir o primeiro. O essencial, pessoal, secreto, inconfessado, é o desejo latente de conseguir aceder ao Poder, um dia. O instrumental foi uma patética demonstração de coragem solidária, para funcionar como contraponto à tibieza presumida de quem detem o Poder. Uma fantochada, foi o que foi. No fim, uma atitude a contribuir para uma ainda maior desunião entre os Portugueses. Basta atentar nas dificuldades que colocamos à entrada, no nosso território europeu, aos portugueses vindos daquela banda enquanto a epidemia grassava à rédea solta. Sem que, na circunstância, o generoso, corajoso, solidário Ferro tivesse erguido a sua voz. Como dizia Tucídides, Ferro agiu em função do que pensa agradar ao Povo. Quer antes, quer depois. E tentou fazer de um grão de areia uma granada de canhão. Mesquinho.

A Ministra das Finanças (e, portanto, o Governo) está em palpos de aranha por causa do Pagamento Especial por Conta (PEC). Todos que me lêm aqui sabem que sou contra o PEC. Não apenas de agora. Mas desde que Sousa Franco decidiu introduzi-lo subrepticiamente, com valores irrisórios. Mas o que a Senhora Ministra fez com os taxistas foi desunir os Portugueses. Verdade que não terá cedido grande coisa. Porventura, os compromissos que assumiu com aqueles nem serão para cumprir. Mas, objectivamente, desuniu. Fez parecer que, para o Governo, há uns que são mais iguais do que outros. Agiu em função do que pensava agradar ao Povo e não como a situação exigia. Como Sousa Tavares disse, num pensamento brilhante que deu à estampa, "desgraçado do cidadão que não tenha um táxi ou um tanque" para ir à entrevista com o Poder.

*********

E agora? Com o acordo ou desacordo de quem quer que fosse, a Senhora Ministra só tinha uma de duas coisas a fazer:

- ou arrostava com todas as consequências da sua decisão de levar o PEC para a frente, já que até um leigo como eu sabia que a decisão ia ter consequências pesadas;

- ou, pura e simplesmente, abolia o PEC.

Dir-se-á que a segunda solução não era possível, dado o estado das finanças públicas. E, portanto, inexequível. Permito-me discordar. A abolição do PEC teria que dar lugar, naturalmente, a uma receita de substituição. Julgo que a melhor alternativa seria a fixação de uma colecta mínima, um pagamento suplementar, irrecuperável, a prestar por todos os entes fiscais, individuais ou colectivos.

É uma ideia altamente discutível, esta. Provavelmente geradora, também, de conflitos sociais. Mas julgo que comporta duas ou três virtudes inestimáveis.

Em primeiro lugar, acho que, mais tarde ou mais cedo, vamos chegar a esta medida. Cada decisão fiscal recente - com exclusão da reforma do Imposto de Sisa - tem apenas incrementado o incentivo à evasão fiscal. O desequilíbrio orçamental continuará a aprofundar-se. E não há outra hipótese. Nenhum governante, nenhum mecenas, vai colocar dinheiro nos cofres do Estado para substituir a receita fiscal necessária. Inexoravelmente, serão os cidadãos a restabelecer o equilíbrio. Admitir que assim não será, ou que a presente situação poderá manter-se por muito mais tempo, é pura ilusão. A qual, quanto mais durar, mais difícil tornará o futuro.

Em segundo lugar, é verdade que um imposto tal é uma espécie de "imposto de palhota", de que já uma vez falei nestas colunas. Mas no aglomerado de "aldeias" em que Portugal está transformado, talvez não possamos ambicionar ter algo mais perfeito. Com a vantagem de ser um imposto com pagamento fácil de controlar. É só ir ver à ficha quem pagou e quem não pagou. E creio mesmo mais. É que se a medida fosse levada suficientemente longe, poderia mesmo conceder a governantes interessados no bem público uma moratória, a qual lhes permitisse reformar todo o sistema fiscal. Um risco apenas. O da eternização do "imposto de palhota". O que poderia ser conseguido pelo estabelecimento de um prazo de vigência - digamos dois anos - assumido por unanimidade pelo Governo, Parlamento e Presidência da República.

Em terceiro lugar, uma medida assim teria a virtude de unir os Portugueses. Nem que fosse por estarem todos contra o Governo. E, também, porque, em tal imposto, ninguém sairia privilegiado.

Magalhães Pinto, em VIDA ECONÓMICA, em 12/7/2003

RECORDAR É VIVER

Sarah Vaughan. Somewhere Over The Rainbow.

A FLOR DO CACTO - XVI



(ver I)

EFEMÉRIDE DO DIA

Neste dia, em 1547, nasceu o escritor espanhol Miguel de Cervantes.

Em 1605 publica a primeira parte de sua principal obra: O engenhoso fidalgo dom Quixote de La Mancha. A segunda parte não aparece até 1615: O engenhoso cavaleiro dom Quixote de La Mancha. Num ano antes aparece publicada uma falsa continuação de Alonso Fernández de Avellaneda.

Entre as duas partes de Dom Quixote, aparecem as Novelas exemplares (1613), um conjunto de doze narrações breves, bem como Viagem de Parnaso (1614). Em 1615 publica Oito comédias e oito entremezes novos nunca antes representados, mas seu drama mais popular hoje, A Numancia, além de O trato de Argel , ficou inédito até o tardio século XVIII.


FOTO DO DIA

SORRISO DO DIA

Nunca melhores preliminares houve...



(Gentileza de J. Rocha)

28.9.10

FRASE DO DIA

"Do lado da despesa, não há assim tanta coisa para cortar e, portanto, é necessário recorrer aos impostos."

Angel Gurria, Secretário-Geral da OCDE - PÚBLICO - 28/9/2010

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Vê-se mesmo que chegou agora da aldeia à cidade! Céguinho!...

PENSAMENTO DO DIA

Evitar uma crise política não é o mais importante. O mais importante é parar o agravamento da crise económica, financeira e social que estamos a viver.

CRÓNICA DA SEMANA - I

IRREALIDADES

Nada daquilo a que estamos a assistir e a ouvir dizer na discussão política em curso tem a ver com a realidade. Recordemos que aquilo a que estamos a assistir é a uma discussão entre o Partido Socialista e o Partido Social-Democrata, sobre o Orçamento Geral do Estado, conhecido abreviadamente por OGE, para o próximo ano. E que, nessa discussão, se verificam as seguintes posições:

- O Primeiro-Ministro, com o apoio aparente do seu Partido, pretende que o PSD aprove o OGE em conjunto com o PS;

- O PSD diz que não aprova se houver aumento de impostos;

- O Primeiro-Ministro diz que o PSD recusou colaborar com o Governo e que se demite se não tiver OGE aprovado para o ano;

- O PSD chama, entrelinhas, mentiroso ao Primeiro-Ministro;

- O Presidente da República jura que não vê razões para que os partidos não se entendam;

- O PS diz que o PSD está a recusar colaboração porque quer ir para o Governo rapidamente.

Tudo isto é irreal. Porque o que realmente se passa é o seguinte:

- O Primeiro-Ministro está mortinho por abandonar o Governo; mas teme fugir como o engenheiro Guterres e, com isso, causar muito mal ao Partido; por isso diz que haverá mais impostos se for ele a governar;

- O PSD não está nada desejoso de ir governar; há tantas medidas más a tomar que o melhor é ser que quem fez o mal faça também a caramunha;

- E o Presidente da República quer é que as eleições para a Presidência, eu aí vêm, lhe corram bem.

Enquanto eles vão vivendo neste mundo irreal, nós vamos ficando cada vez pior. Será bom que não nos esqueçamos de que:

- Foi com o PS que chegamos a esta desgraça;

- E que aquilo que eles vão dizendo nos entra por uma orelha e vai saindo pela outra.

Magalhães Pinto, em RÁDIO CLUBE DE MATOSINHOS, em 28/9/2010

RECORDAR É VIVER

Edith Piaf. Feuilles Mortes (Autumn Leaves).

A FLOR DO CACTO - XV



(ver I)

EFEMÉRIDE DO DIA

Neste dia, em 1863, nasceu D. Carlos I, penúltimo rei de Portugal.

Iria conhecer um destino trágico. Apesar da grave crise que D. Carlos enfrentou no início do seu reinado face à Inglaterra, então a maior potência mundial, o Rei soube inverter a situação e, graças ao seu notável talento diplomático conseguiu colocar Portugal no centro da diplomacia europeia da primeira década do século XX.

D. Carlos era um apreciador das tecnologias que começavam a surgir no princípio do século XX. Instalou luz eléctrica no Palácio das Necessidades e fez planos para a electrificação das ruas de Lisboa. Embora fossem medidas sensatas, contribuíram para a sua impopularidade visto que o povo as encarou como extravagâncias desnecessárias. Foi ainda um amante da fotografia e autor do espólio fotográfico da Família Real. Foi ainda um pintor de talento, com preferências por aguarelas de pássaros que assinava simplesmente como "Carlos Fernando". Esta escolha de tema reflectia outra das suas paixões, a ornitologia.

A 1 de Fevereiro de 1908, a família real regressou a Lisboa depois de uma temporada no Palácio Ducal de Vila Viçosa. Viajaram de comboio até ao Barreiro, onde apanharam um vapor para o Terreiro do Paço. Esperavam-nos o governo e vários dignitários da corte. Após os cumprimentos, a família real subiu para uma carruagem aberta em direcção ao Palácio das Necessidades. A carruagem com a família real atravessou o Terreiro do Paço, onde foi atingida por disparos vindos da multidão que se juntara para saudar o rei. D. Carlos I, que morreu imediatamente, após ter sido alvejado. O herdeiro D. Luís Filipe foi ferido mortalmente e o infante D. Manuel ferido num braço. Os autores do atentado foram Alfredo Costa e Manuel Buíça, e foram considerados á época os únicos, embora a historiografia recente reconheça que faziam parte de um grupo cuja acção visando o Rei, pelo seu papel de suporte a Franco, já fazia parte integrante do Golpe de estado gorado. Os assassinos foram mortos no local por membros da guarda real e reconhecidos posteriormente como membros do movimento republicano. A República, a preparar-se agora para celebrar o seu centenário, surgia em força pela mão de dois assassinatos.


FOTO DO DIA

SORRISO DO DIA

Não vá haver mais do que um com pressa ao mesmo tempo...

27.9.10

FRASE DO DIA

"Jorge Miranda critica PSD pelo timing da revisão (constitucional)."

Título de PÚBLICO - 27/9/2010

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Desde que o PSD não o deixou ser Provedor de Justiça que o homem não está de acordo com nada que aquele Partido faça...

PENSAMENTO DO DIA

O Estado só quer comprar. Em última instância, foi parada uma compra de combóios no valor de 300 milhões de euros. Alguém ficou sem comissões...

RECORDAR É VIVER

Peppino di Capri. I Migliori Anni.

A FLOR DO CACTO - XIV



(ver I)

EFEMÉRIDE DO DIA

Neste dia, em 1810, teve lugar a batalha do Buçaco, entre as tropas anglo-portuguesas e as tropas napoleónicas.

Os franceses tiveram 4.486 baixas, incluindo cinco generais. Os Aliados tiveram 1.252 mortos e feridos durante esta batalha que é considerada um modelo defensivo.[15] No dia seguinte, a cavalaria de Massena descobriu um caminho que contornava a serra por Oeste e Wellington teve que movimentar imediatamente as suas tropas para as Linhas de Torres Vedras. Os franceses continuaram o seu avanço mas tinham sofrido já baixas importantes com a correspondente influência negativa no moral das tropas. Para os Aliados, pelo contrário, a batalha levantou o moral das tropas, especialmente dos portugueses, mesmo não tendo obrigado os franceses a desistir da invasão.


FOTO DO DIA

SORRISO DO DIA

Casa à Sócrates...

26.9.10

FRASE DO DIA

"País tem mais engenheiros e doutorados mas a economia ainda não reage."

Título de PÚBLICO - 26/9/2010

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Que grande mentira! Vejam só a reacção que a economia teve à presença de um engenheiro à frente dos destinos do País! O que é preciso é que as licenciaturas tenham sempre a qualidade da dele!...

PENSAMENTO DO DIA

Nenhuma surpresa no facto de o filme de um realizador chileno (Raul Ruiz) MISTÉRIOS DE LISBOA ter sido premiado no Festival de S. Sebastian. Desde as graduações académicas falsas até o Freeport, passando por casas adquiridas por off-shores, Lisboa é uma cidade cheia de emoção e mistério como nenhuma outra no mundo!

RECORDAR É VIVER

Johnny Mathis. Wild is The Wind.

A FLOR DO CACTO - XIII



(ver I)

EFEMÉRIDE DO DIA

Neste dia, em 1898, nasceu o compositor americano George Gershwin.

A sua obra:

* Rhapsody in Blue (para piano e orquestra, 1924)
* Piano Concerto in F (1925)
* An American in Paris (para orquestra, 1928)
* Second Rhapsody, originalmente intitulada Rhapsody en Rivets (para piano e orquestra, 1931)
* Cuban Overture, originalmente intitulada Rumba (1932)
* Variations on "I Got Rhythm" (para piano e orquestra) (1934)
* Catfish Row, suíte baseada na música de Porgy and Bess (1936)

Piano Solo

* Prelúdios para Piano (1926)
* George Gershwin's Songbook, arranjos de piano para 18 canções (1932)

Musicais da Broadway

* George White's Scandals
* Lady, Be Good (1924)
* Tip-Toes (1925)
* Song of the Flame (1925)
* Tell Me More! (1925)
* Oh, Kay! (1926)
* Strike Up the Band (1927)
* Funny Face (1927)
* Rosalie (1928)
* Show Girl (1929)
* Girl Crazy (1930)
* Of Thee I Sing (1931)
* Pardon My English (1933)
* Let 'Em Eat Cake(1933)
* My One and Only (1983) (musical de 1983 usando músicas escritas por Gershwin)
* Crazy for You, versão revisada de Girl of Crazy (1992), escrita e compilada sem a participação de George ou Ira Gershwin.

Ópera

* Porgy and Bess (1935, esta foi, entretanto, primeiramente apresentada na Broadway do que em uma casa de ópera).


GEORGE GERSHWIN

No dia que seria de aniversário para George Gershwin, recorde-se uma das suas composições mais conhecidas, da ópera Porgy and Bess.

FOTO DO DIA

SORRISO DO DIA

Não é, mas podia bem ser um projecto realizado por um engenheiro bem conhecido...

25.9.10

FRASE DO DIA

"O Governo não é sério a negociar."

Pedro Passos Coelho - SOL - 25/9/2010

***

Tanto faz o que Pedro diz ou não diz. O Primeiro-Ministro vai negar sempre...

PENSAMENTO DO DIA

Não nos aflijamos muito. Tudo a que estamos a assistir é a um esforço estrénuo de José Sócrates para encontrar uma boa razão que lhe permita fugir como António Guterres, mas sem provocar os estragos ao Partido que aquele produziu.

RECORDAR É VIVER

Orquestra Aragón. El Bodeguero.

A FLOR DO CACTO - XII



(ver I)

EFEMÉRIDE DO DIA

Neste dia, em 1944, nasceu o actor de cinema americano Michael Douglas.

É filho do também actor de cinema Kirk Douglas e está casado com a actriz de cinema Catherine Zeta Jones. Sofre presentemente de cancro na garganta, estando a seguir um tratamento intensivo de quimioterapia.


FOTO DO DIA

SORRISO DO DIA

Monitor de ginástica espertinho...

24.9.10

FRASE DO DIA

"A arbitragem (do Guimarães-Benfica) nem foi tão má como isso."

André Villas Boas - PÚBLICO - 24/9/2010

***

La Palisse não diria melhor! Se eu fosse treinador do Porto, como ele é, diria precisamente o mesmo! Com a mesma credibilidade, isto é, nenhuma...

PENSAMENTO DO DIA

O Partido Socialista, isto é, José Sócrates, ameaça despedir-se se o Passos Coelho não aprovar o Orçamento. Como se este último tivesse a culpa do estado miserável a que o país chegou. Mas nem tudo se perde. Depois de sabermos que ele, José Sócrates é muitas coisas, também ficamos a saber que é chantagista.

RECORDAR É VIVER

Chubby Checker. Let's Twist Again.

A FLOR DO CACTO - XI



(ver I)

EFEMÉRIDE DO DIA

Neste dia, em 1973, a Guiné Bissau declara unilateralmente a sua independência de Portugal.

Só depois da Revolução de Abril de 1974, tal independência viria a ser reconhecida pela antiga potência colonizadora.


FOTO DO DIA

SORRISO DO DIA

Como será com o cinto de segurança?...

23.9.10

FRASE DO DIA

"Escola premiada pela Microsoft fechou."

Título de PÚBLICO - 23/9/2010

***

Bem feita! Já não nos bastava os americanos do FMI estarem a preparar-se para nos virem governar, para ainda virem os da Microsoft dizerem quem, de entre nós, é bom ou não! Castigo exemplar! Bem haja o Governo!

PENSAMENTO DO DIA

O homem que conduziu Portugal a precisar da intervenção do FMI em Portugal, nos idos de setenta, Mário Soares, diz agora que Portugal não precisa do FMI. E Manuel Alegre insurge-se contra os que estão mesmo a ver que o FMI vai acabar por ter que intrometer-se em Portugal. Não há bom tempo só para Sócrates. Todo o Partido Socialista é um imenso arco-íris no meio da borrasca.

CRÓNICA DA SEMANA - II

FAZ-DE-CONTA

O produto nacional cresceu ligeiramente em Agosto. Embandeira-se. Enquanto isso, o crescimento económico de grande parte dos nossos parceiros europeus foi bastante superior. A taxa de crescimento do desemprego diminuiu ligeiramente em Agosto. Mas o desemprego continuou a crescer, não obstante esse mês ser, tradicionalmente, de redução do número de desempregados. Diz-se que a despesa pública se manteve dentro dos parâmetros orçamentais em Agosto. Mas, todavia, continuou a crescer, quando precisávamos de lhe dar uma machadada substancial. O Primeiro-Ministro andou num afã impróprio de mês de férias a inaugurar creches e lares, respirando optimismo por todos os poros. Mas os mercados financeiros internacionais estiveram-se nas tintas para isso e elevaram as taxas de juro – isto é, o prémio de risco – para subscreverem títulos da dívida pública portuguesa. O mesmo senhor envia mensagens de segurança para os quatro cantos do mundo, dizendo que Portugal está bem e se recomenda. Entretanto, a Alemanha, o FMI, a OCDE e outros organismos financeiros internacionais enviam avisos a Portugal, dizendo que o caminho levado não é remédio. Ainda o mesmo senhor, mais os seus acólitos, berram aos quatro ventos que estão a defender p Estado Social dos bandidos que querem reimplantar o Estado Novo. Enquanto vão dando machadadas impiedosas nesse novo tipo de socialismo, sistematicamente piorando a situação dos mais desfavorecidos. Arrastamo-nos penosamente para o abismo, incapazes de tomar nas mãos um destino melhor. Vivemos um gigantesco faz-de-conta, olhos cerrados à verdade por obra e graça das picaretas falantes, artistas da palavra sempre a contarem planos de obras que não se farão. Faz-me lembrar alguns donos de empresas falidas que se dirigiam ao banco onde trabalhei, a pedir dinheiro para investimentos faraónicos, falando deles com um entusiasmo quase infantil – por isso fantástico – na vã tentativa de enganar os decisores. Esquecendo que o banco tinha acesso às contas da empresa e, por isso, sabia não haver salvação possível. Queriam parecer empresários, esses donos, e não passavam de coveiros. A censura da História não será castigo suficiente para aqueles que, abusando da credulidade de um povo simples e nada dado a reflectir, nos traçaram a rota.

Eu sei que seria penoso para os líderes de um país chegarem à televisão e dizerem ao povo, sem meias palavras, que o país está falido. Mais, afirma-se por aí que o povo não está preparado para ouvir a verdade. Numa admissão absurda de que é preciso mentir ao povo. Todavia, quando tudo vai mal à nossa volta, quando o mundo parece ruir à nossa volta, quando o desastre é eminente, só a verdade é verdadeiramente redentora e, porventura, salvadora. Cheguei a ter esperança de que o novo e principal líder da oposição fosse um homem de verdade. Jovem, sereno, aparentemente credível, voz carismática e atitude a presumir de verdadeira, era uma esperança. Tem, neste momento e para mim, tanta credibilidade como o líder do Governo. Deixou-se enrolar no jogo político comezinho, de prazos para eleições, de presidentes a eleger, nos cálculo mesquinho dos calendários partidários. E a Verdade, que esperávamos fosse o sublinhado mestre do seu discurso, foi varrida para debaixo do tapete. Em boa verdade, Portugal não precisa de mais políticos assim. Portugal precisa de alguém que, despido de ambições, chame os bois pelos nomes. De alguém que mande às malvas a chamada “estabilidade política” e dê uma patada no charco sem se importar com quem sai salpicado. Portugal precisa de abandonar, urgentemente, a política do faz-de-conta. De alguém que nos diga que é urgentemente preciso produzir mais e gastar menos. Que é preciso trabalhar mais e descansar menos. Que é preciso agir mais e falar menos. O problema de liderança que temos já não é o da credibilidade do líder, é o da credibilidade de toda uma classe. Pode ser que um político de verdade ganhe a credibilidade que todos os outros, os de faz-de-conta, perderam.

Atrevo-me a transcrever aqui, numa espécie de pré-apresentação, parte de um diálogo constante do meu próximo romance (NÃO HAVERÁ AMANHÃ), a publicar pelos finais de Outubro, com a acção a decorrer nos ambientes políticos, que mostra o verdadeiro duelo que devia travar-se em Portugal, a fim de que o Leitor possa tomar partido:

***

“- E no entanto é assim, Manel. Em toda a minha vida, nunca vi um político verdadeiro. E é por necessidade, filho. As pessoas não podem saber tudo…

- Claro que podem, pai – insistiu o professor com alguma veemência.

-…espera aí, ouve-me. As pessoas não podem saber tudo. Se falares sempre verdade, não te aguentas no cargo o mandato todo. As verdades, em política, são quase sempre dolorosas. Mentir é uma necessidade para poupar sofrimento ao povo. Quantas vezes, a esperança das pessoas é o que as faz aguentar a dureza da vida. Falar verdade seria matar essa esperança. E se matas a esperança, a torna é ainda mais dureza, mais sofrimento. O povo sabe isso. Prefere uma mentira a manter-lhe a esperança viva do que uma verdade a matá-la. Não acho mal o teu propósito, Manel. Mas vais ver. Não conseguirás senão uma de duas: ou abandonas o cargo, se fores eleito para ele, ou vais ter necessidade de enveredar pela mentira também. Se escolheres esta última, só quero que não sejas vítima, tu próprio, ao veres que, afinal, tens de ser igual aos outros.

- Vamos ver, pai. Sinto que é este o meu caminho e quero ir por ele.

O professor ficou a meditar nas palavras do pai. Era inaceitável ter de ser assim, como ele dizia. A mentira era a verdadeira arma assassina da esperança. Apanha-se mais depressa um mentiroso do que um coxo. E, demais, ninguém gosta de ser enganado. O povo merece ser tratado com ética, nos actos e nas palavras. Sobretudo, nas palavras. A mentira mata a esperança, era a frase a martelar-lhe o pensamento. Se é que ainda havia disso, em Portugal. Esperança. Provavelmente, não. Ouvem-se, por toda a parte, os choros de raiva das carpideiras e as orações fúnebres dos crentes. Portugal está dividido entre os que roubam e os que protestam contra os roubos. Todos assumindo a postura do mendigo. Pedindo. Todos pedem alguma coisa, desde o mais alto magistrado da nação até ao lixeiro da área. Sem esperança de receber alguma coisa. Pedem porque acreditam que, neste mundo onde a ética é ausente, quem não chora não mama. Atavismo bem português consubstanciado em aforismo popular. E, aos poucos, vamo-nos afundando no lamaçal do desespero. Temos décadas sem luz à nossa frente, sentimos mais do que pensamos. Não é a primeira vez. Nos nossos quase novecentos anos de história atravessamos várias vezes uma longa noite. Mas desta vez é pior. Não há independências para conquistar porque ninguém sobrevive independente no mundo de hoje. Não temos mundos para descobrir porque todo o mundo está descoberto já. Não temos patriotismos para adornar porque o patriotismo foi assassinado com toda a sua descendência.”

***

Oxalá isto possa servir de alguma coisa, para acabar de vez com o faz-de-conta nacional.

Magalhães Pinto, em VIDA ECONÓMICA, em 23/9/2010

RECORDAR É VIVER

Carlos Gardel. Mano a Mano.

A FLOR DO CACTO - X



(ver I)

EFEMÉRIDE DO DIA

Neste dia, em 1919, foi fundado o Clube de Futebol Os Belenenses.

O Belenenses foi a equipa a marcar mais golos num só jogo, de todos os campeonatos nacionais: 15-2 à Académica. Aliás, no espaço de uma semana ganhou também por 14-1 ao Salgueiros, ou seja, marcou 29 golos em duas jornadas. Na Taça de Portugal tem a segunda maior goleada de sempre com 17-0 ao GD Vila Franca. Entre os clubes que foram goleados pelo Belenenses, contam-se o Sporting (9-0, 6-0 e 5-0), o Benfica (8-3 em casa e 5-0 em campo neutro), o Futebol Clube do Porto (7-3 em casa e 6-2 e 4-0 fora) e o Sporting Clube de Braga (9-3), ou ainda o Vitória de Guimarães (12-1), o Boavista (10-0) e o Vitória de Setúbal (9-0), para referir alguns dos mais cotados.