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31.10.10

MOMENTO DE BELEZA

Bolero de Ravel em movimento.

NASCIMENTO



“…este livro tem, sobretudo, pessoas vivas que saltam das páginas como personagens de ficção. Que nós reconhecemos automaticamente como figuras reais do pesadelo político nacional.”

Carlos Magno - In Prefácio

Lançamento em 16 de Novembro próximo, pelas 21H30, na Fundação António de Almeida, sita à Rua Tenente Valadim, 355, no Porto, com apresentação a cargo do Dr. Carlos Magno.

Do Programa consta ainda uma apresentação da Orquestra e Coro Mi Alegro, em Cantares do Douro.

São convidados todos os amigos, conhecidos e interessados.

FRASE DO DIA

"Projecto do TGV pode voltar para a gaveta."

Título de PÚBLICO - 31/10/2010

***

Entretanto, a teimosia do Senhor Inginheiro já desbaratou milhões com ele...

PENSAMENTO DO DIA



O que é isso de Orçamento Geral do Estado? Vem aí o Porto/Benfica!...

RECORDAR É VIVER

Andy Williams. Speak Softly Love.

BRASIL - XX



MARINGÁ

EFEMÉRIDE DO DIA

Neste dia, em 1902, nasceu o poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade.

Drummond, como os modernistas, proclama a liberdade das palavras, uma libertação do idioma que autoriza modelação poética à margem das convenções usuais. Segue a libertação proposta por Mário e Oswald de Andrade; com a instituição do verso livre, acentua-se a libertação do ritmo, mostrando que este não depende de um metro fixo (impulso rítmico). Se dividirmos o Modernismo numa corrente mais lírica e subjetiva e outra mais objetiva e concreta, Drummond faria parte da segunda, ao lado do próprio Oswald de Andrade.

Um dos seus poemas:

Para Sempre
Por que Deus permite
que as mães vão se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não se apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.


RARINDRA PRAKARSA - XX



(ver I)

FIM

SORRISO DO DIA

Reportagem sobre construção do TGV português (IV)

30.10.10

NASCIMENTO



“…este livro tem, sobretudo, pessoas vivas que saltam das páginas como personagens de ficção. Que nós reconhecemos automaticamente como figuras reais do pesadelo político nacional.”

Carlos Magno - In Prefácio

Lançamento em 16 de Novembro próximo, pelas 21H30, na Fundação António de Almeida, sita à Rua Tenente Valadim, 355, no Porto, com apresentação a cargo do Dr. Carlos Magno.

Do Programa consta ainda uma apresentação da Orquestra e Coro Mi Alegro, em Cantares do Douro.

São convidados todos os amigos, conhecidos e interessados.

FRASE DO DIA

"(Mário) Lino 'ordenou' a presidente da Refer 'acordo' com Godinho (Face Oculta). Ministério Público mandou abrir inquérito."

Título de PÚBLICO - 30/10/2010

***

Estou mesmo a ouvir a resposta do ex-Ministro quando for interrogado sobre este assunto:

- Jamais! Jamais!

PENSAMENTO DO DIA


Gaudeamus! Fumus blancus! Habemus Orçamento! O incêndio fica para mais tarde!

RECORDAR É VIVER

Carmen Miranda. Mamã eu quero.

BRASIL - XIX



S. PAULO

EFEMÉRIDE DO DIA

Neste dia, em 1340, os exércitos unidos de Portugal e Castela derrotaram os Mouros na Batalha do Salado.

Abul-Hassan, rei de Fez e de Marrocos, aliado com o emir de Granada, decidira reapossar-se a todo o custo dos domínios cristãos, e as forças muçulmanas já haviam entrado em acção contra Castela.

No campo dos cristãos e dos muçulmanos tudo se dispunha para a batalha, que devia travar-se ao amanhecer do dia seguinte. A cavalaria castelhana, atravessando o Salado, iniciou a peleja. Logo saiu, a fazer-lhe frente, o escol da cavalaria muçulmana, não conseguindo deter o ataque. Quase em seguida avançou Afonso XI, com o grosso das suas tropas, defrontando então as inumeráveis forças dos mouros. Estava travada, naquele sector, a ferocíssima luta. O rei de Castela, cuja bravura não comportava hesitações, acudia aos pontos onde o perigo era maior, carregando furiosamente sobre os bandos árabes até os pôr em debandada.

Nessa altura a guarnição da praça de Tarifa, numa surtida inesperada para os mouros, caía sobre a retaguarda destes, assaltando o arraial de Abul-Hassan e espalhando a confusão entre os invasores. No sector onde combatiam as forças portuguesas, as dificuldades eram ainda maiores, pois os mouros de Granada, mais disciplinados, combatiam pela sua cidade sob o comando de Yusef-Abul-Hagiag, que via em risco o seu reino. Mas D. Afonso IV, à frente dos seus intrépidos cavaleiros, conseguiu romper a formidável barreira inimiga e espalhar a desordem, precursora do pânico e da derrota entre os mouros granadinos. E não tardou muito que numa fuga desordenada, africanos e granadinos abandonassem a batalha, largando tudo para salvar a vida. O campo estava juncado de corpos de mouros vítimas da espantosa mortandade.


RARINDRA PRAKARSA - XIX



(ver I)

SORRISO DO DIA

Reportagem sobre construção do TGV português (III)

29.10.10

NASCIMENTO



Lançamento em 16 de Novembro próximo, pelas 21H30, na Fundação António de Almeida, sita à Rua Tenente Valadim, 355, no Porto, com apresentação a cargo do Dr. Carlos Magno.

Do Programa consta ainda uma apresentação da Orquestra e Coro Mi Alegro, em Cantares do Douro.

São convidados todos os amigos, conhecidos e interessados.

FRASE DO DIA

"É possível reduzir custos nos hospitais, diz gestor."

Título de PÚBLICO - 29/10/20910

***

Engano puro! Há uma verba a repartir pelos hospitais e pelos cemitérios. Tirar nuns aumenta noutros!...

PENSAMENTO DO DIA


A dimensão da corrupção no caso Face Oculta, com grande envolvimento de figuras afectas ao Poder e próximas da Primeiro-Ministro mostra, à saciedade, como tão profundamente caímos nas mãos de gangsters.

RECORDAR É VIVER

Domenico Modugno. Il Maestro de violino.

BRASIL - XVIII



CURITIBA

EFEMÉRIDE DO DIA

Neste dia, em 1783, faleceu o físico, matemático e enciclopedista francês Jean d'Alembert.

D'Alembert foi o primeiro a dar uma completa solução para o extraordinário problema da precessão dos equinócios. Seu mais importante trabalho, puramente matemático, foi sobre equações parcialmente diferenciais, particularmente em conexão com correntes vibratórias.

(Precessão dos equinócios é literalmente um círculo imaginário, riscado na esfera celeste pela projeção do eixo de rotação terrestre).


RARINDRA PRAKARSA - XVIII



(ver I)

SORRISO DO DIA

Reportagem sobre construção do TGV português (II)



(continua)

28.10.10

NASCIMENTO



Lançamento em 16 de Novembro próximo, pelas 21H30, na Fundação António de Almeida, sita à Rua Tenente Valadim, 355, no Porto, com apresentação a cargo do Dr. Carlos Magno.

Do Programa consta ainda uma apresentação da Orquestra e Coro Mi Alegro, em Cantares do Douro.

São convidados todos os amigos, conhecidos e interessados.

FRASE DO DIA

"Sócrates não é um parceiro fiável."

Helena Matos - PÚBLICO - 28/10/2010

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Ai não que não é! É perguntar às parcerias público-privadas!...

PENSAMENTO DO DIA

Se atentarmos no trajecto total das discussões à volta do OGE/2011 e no ponto de chegada das negociações realizadas, temos a certeza certa de uma coisa: ninguém quer governar Portugal. O PS quer sair o mais rapidamente possível e o PSD não quer ir para lá. Explicação? No facto quase ocasionalmente referido por alguns participantes nas negociações. O descalabro nas contas públicas é muito maior do que aquele que se julga. Sócrates e os Socialistas conduziram Portugal à falência.

CRÓNICA DA SEMANA

O PESSIMISMO

Como tantos outros, ando muito pessimista sobre o futuro do nosso país, como os meus escritos têm mostrado. Um pessimismo a que um amigo já chamou de “esperança desesperançada”, com alguma razão. É que, por um lado, penso na nossa História e no modo como sempre encontrámos alguma via para sairmos dos buracos em que nos metemos. Mas, por outro lado, reconheço que tal exige a existência de líderes capazes de inspirar os comportamentos colectivos e mostrar os caminhos a desbravar. Papel que hoje, nesta democracia estiolada e à qual não se vislumbram vias de desenvolvimento, pertence à classe política. Ora, o meu pessimismo tem por base, essencialmente, o comportamento da classe política que temos. Dou, aliás, conta muito detalhada das razões que me conduzem a tal pessimismo no meu último livro, a publicar no próximo mês, um livro cujo título parece dizer tudo. “NÃO HAVERÁ AMANHÔ se chama ele. Uma fábula pretensamente ambicionando desmontar o rol de aparências em que o exercício da política se embrulha. Todos os dias. Já que, todos os dias, encontramos razões para renovar a desesperança. Como as duas notícias seguintes, colhidas durante o último fim-de-semana.

***

A primeira foi a de que a última gestão do município de Espinho deixou a Câmara terrivelmente endividada. Quase cinquenta milhões de euros de dívida, cuja possibilidade de pagamento não se vislumbra para as próximas décadas. Com uma agravante de tomo. Quase oito milhões de euros nem sequer haviam tido cabimento orçamental. Quer isto dizer que são dívidas clandestinas. A gestão da Câmara não só gastou o dinheiro que, por lei, podia gastar como foi para além disso, gastando fazenda que não tinha em parte alguma. Recorde-se que foi a propósito desta gestão que andou, durante muito tempo, nos órgãos de comunicação social, a denúncia de viagens ao Brasil para, segundo se argumentava, fazer coisa nenhuma.
Entretanto, houve eleições, mudou a gerência da Câmara, os novos gestores pediram uma auditoria, a qual revelou a situação financeira quase trágica do município. E já não havia a quem pedir responsabilidades. O executivo que originou esta situação, com o respectivo presidente, saíram de cena e nada nem ninguém os responsabilizou, responsabiliza ou responsabilizará pela situação que criaram.
Parece-me estar a ouvir os democratas mais puristas a dizer em voz alta: “Tais gestores já foram responsabilizados; perderam as eleições!”. E chega? Um despedimento com justa causa sem pedido de indemnização, num tal caso, é suficiente?

***

Uma segunda notícia foi a de que os ilustres governantes e deputados que temos se preparam para riscar da lei uma disposição do tempo de Salazar que, precisamente, responsabilizava os autarcas pela má gestão que fizessem das suas autarquias. Uma lei que, se quisessem e houvesse vontade de rigor, poderia responsabilizar o tal executivo de Espinho (e outros, uma vez que há tantos iguais) que, entretanto, desapareceu de cena.
Na circunstância, o Presidente Nacional dos autarcas veio a terreiro defender a bondade de uma tal medida. Segundo ele, os autarcas não podem saber de tudo. E, por isso, se há alguém a responsabilizar neste caso, são os técnicos dos municípios.
É de um cinismo confrangedor esta atitude do Presidente da Câmara Municipal de Viseu e da Associação dos Municípios. É como se estivéssemos a dizer que os culpados das derrotas bélicas não são os generais, mas sim os soldados que se deixam morrer no campo de batalha em lugar de abaterem inimigos.
Se alguém não sabe, pelo menos, fazer contas de somar, não deve candidatar-se a político e, muito menos, a gestor de um município. A verdade é que, em muitos casos, eles sabem apenas fazer contas de subtrair.
A irresponsabilização dos autarcas prevista para integrar a próxima Lei do Orçamento Geral do Estado é, por isso, uma acha mais que se atira para a descredibilização dos líderes que temos.

***

O Professor Daniel Bessa, do Porto, personalidade que há muito me habituei a apreciar desde há muitos anos – desde quando foi meu professor na Faculdade de Economia do Porto - pelas suas posições tecnicamente fundamentadas e calmamente expressas, afirmou, num destes últimos dias, que “vamos entrar num período profundíssimo de recessão, durante muitos anos.”.
É uma opinião muito comum, nos tempos que correm. Mas a valer, naturalmente, muito mais do que a minha. Só que a mim não me chega acolher, acreditar e comungar daquela opinião. Necessito saber mais. Porque chegamos até aqui? Porque não enc0ontramos caminhos para sair daqui? Voltam as puras avezinhas democratas a sussurrar-me ao ouvido: “a culpa é de todos, meu caro; em democracia, a culpa é de todos”. Peço desculpa, mas não é. A culpa é de todos os que tiveram artes de ganhar a confiança dos eleitores num dado momento, para a traírem no momento seguinte. E um acto de traição – perdoe-me La Palisse – é um acto de traição. Que eu saiba, só muito raramente, os traídos foram de algum modo culpados da traição que os vitimou. E nunca, como acontece neste caso, quando a traição vitimou a ingenuidade política de um povo generoso que não regateia os esforços que lhe pedem. E sempre guardaram a capacidade de punir os traidores.

***

Um quadro cheio. Feito da essência das coisas. Os políticos são, ao mesmo tempo, os fazedores da lei, os incumpridores da lei e os sentenciadores dos réus. Enquanto assim for, esta democracia é tão só uma peça teatral cujo desfecho do enredo está previamente determinado. E é apenas um. Sem alternativa. O que não deixa de ser irónico quando os puros democratas de missal nos recitam que ESTA democracia é, precisamente, o regime que nos oferece alternativas.
São razões deste género que me levam a estar pessimista e a dizer NÃO HAVERÁ AMANHÃ.

Magalhães Pinto, em VIDA ECONÓMICA, em 28/10/2010

RECORDAR É VIVER

Tino Rossi. Marilou.

(Uma recordação muito especial esta! Porque o meu pai, que foi emigrante em França entre 1932 e 1939, cantou mil vezes esta canção para mim, sempre com a nostalgia do seu tempo de contacto com a civilização).

BRASIL - XVII



OURO PRETO

EFEMÉRIDE DO DIA

Neste dia, em 1955, nasceu William (Bill) Gates, fundador da Microsoft Corporation.

O primeiro "computador pessoal" foi o Kenbak-1, lançado em 1971. Tinha 256 bytes de memória e foi anunciado na revista Scientific American por US$ 750; todavia, não possuía CPU e era, como outros sistemas desta época, projetado para uso educativo (ou seja, demonstrar como um "computador de verdade" funcionava). Em 1977, foi lançado o primeiro microcomputador como conhecemos hoje, o Apple II.

Nos anos 1980, a IBM, líder no mercado de grandes computadores, resolveu entrar no mercado da microinformática com o PC, porém faltava o Sistema Operacional. Para isso, fechou contrato com a recém-criada Microsoft. Porém, essa empresa não possuía o software ainda. O jovem Bill Gates foi a uma pequena empresa que havia desenvolvido o sistema para o processador da Intel e decidiu comprá-lo, pagou cerca de US$ 50 mil, personalizou o programa e vendeu-o por US$ 8 milhoes, mantendo a licença do produto. Este viria a ser o MS-DOS.

A revista Time descreveu Bill Gates como uma das 100 Pessoas mais Importantes do Século e também entrou para a lista Time 100 três vezes consecutivas em 2004, 2005 e 2006. A revista também inclui Gates e sua esposa, Melinda, na Pessoa do Ano por suas atividades filantrópicas. Em 1998, Bill Gates foi votado como a 1° de 50 celebridades mais importantes da história. Em 1999, Gates entrou para a The Sunday Times como a pessoa mais poderosa dos nossos tempos e novamente em 2006 Gates foi eleito o 8° herói contemporâneo.


RARINDRA PRAKARSA - XVII



(ver I)

SORRISO DO DIA

Reportagem sobre construção do TGV português (I)



(continua)

27.10.10

FRASE DO DIA

"Cavaco promete magistratura activa."

Título de PÚBLICO - 27/10/2010

***

É melhor! Para passividade já chega a que ficou para trás...

PENSAMENTO DO DIA

A explicação surge paulatinamente: os Ferraris são comprados à custa de levar bancos à falência. Pelo menos assim sucedeu com o BPN. Esses, merecem o país que têm. Só é pena é que tenhamos de viver com eles nesse país...

MEMÓRIA

UM PAÍS COMERCIAL?

Em finais deste mês de Abril, vai realizar-se, na Vila da Feira, o Congresso dos Empresários, subordinado ao tema "A Retoma e as Prioridades da Mudança". Julgo particularmente feliz o tema escolhido. Se alguém sabe quais as veredas que devemos seguir para retomar o caminho interrompido em meados dos anos noventa, são os empresários. Eles conhecem a realidade do país melhor do que ninguém. As nossas energias. Os nossos pontos fracos e os nossos pontos fortes. Bom será que os políticos estivessem atentos ao que eles vão dizer. E não se remetam à cátedra onde estão sentados, muitas vezes sem terem da realidade a mínima noção.

Quando pensamos no desenvolvimento económico nacional, conseguimos identificar um conjunto de barreiras que se lhe opõem. Desde logo, o baixo nível médio de educação da população. Não me refiro ao número de anos de educação escolar contabilizados pela população, designadamente a mais jovem. Se aferido por este indicador, Portugal deveria estar já num patamar de desenvolvimento assinalável, de tal modo foram grandes os progressos neste domínio. Mas, ao crescimento da frequência escolar verificado nestes últimos trinta anos, não correspondeu uma melhoria qualitativa idêntica. Bem antes pelo contrário. A qualidade do ensino escolar baixou substancialmente. Razão porque - não estou a ser original neste domínio - a batalha primeira a travar seja a da melhoria qualitativa da educação escolar. Nessa melhoria deve ser incluída, prementemente, a educação cívica. Nenhuma sociedade chegará a ser verdadeiramente desenvolvida enquanto os seus cidadãos não conhecerem bem o seu papel no seio dela, enquanto a generalidade dos cidadãos não for civicamente exigente, tanto de cada um para consigo próprio, como de cada um para com todos os outros.

Uma outra barreira é a organização administrativa do Estado (Justiça incluída). Não conheceremos o desenvolvimento económico enquanto a máquina administrativa pública não for eficiente. Esta é, provavelmente, a segunda barreira mais importante ao desenvolvimento económico português. Não só a actual - e péssima - organização consome improdutivamente recursos importantes da comunidade, como impede a recolha de meios mais substanciais e trava a natural iniciativa empreendedora. É urgente encarar a reforma administrativa como um imperativo nacional, a justificar um acordo de regime entre todos os actores políticos e sociais. Se não formos capazes de encontrar um acordo neste domínio, podemos dizer adeus ao desenvolvimento económico. E todos, sem exclusão, seremos culpados disso. Não há visão político-partidária que conduza à absolvição de quem quer que seja.

Uma terceira barreira é, em minha opinião, a de ainda não termos encontrado a nossa verdadeira vocação económica, depois da queda da vocação colonialista que nos sustentou durante meio milénio. Temos andado perdidos no mapa das nossas virtudes e defeitos. Sem bem os conseguir distinguir. E, todavia, parece-me tão fácil. Basta precorrermos a nossa História e vermos onde, quando, como, tivemos sucesso. Conquistamos espaço geográfico aos outros. Descobrimos novos espaços. Fomos zelosos da nossa independência. Fizemos dos novos espaços, conquistados ou descobertos, domínios da nossa capacidade de diálogo com os outros. Aproveitamos a nossas capacidade de diálogo para comerciar. Fizemo-lo com agressividade, denodadamente. Muitas vezes perecendo na empresa. Tiramos partido de uma situação geográfica única, ponto de confluência e lugar geométrico de três culturas. Porque havemos de negar agora aquilo que foi a razão do nosso sucesso como Pátria independente?

Temos poucos recursos naturais. E somos um país mais pedrícola do que agrícola. Fica-nos um mar imenso. Que mal temos sabido aproveitar. Alguém dizia, há pouco, que as nossas actividades piscatórias estavam no estertor da agonia. Porventura terá razão. Como isso dói. Temos insistido na industrialização. Quando estaremos em condições de competir industrialmente com as outras nações, num mundo globalizado? Se assente a nossa industrialização na mão-de-obra barata perdemos para os menos desenvolvidos. Se assente no desenvolvimento tecnológico, perdemos para os mais desenvolvidos. Além disso, a industrialização requer uma abundância de capital de que não dispomos. Não é um erro insistirmos na industrialização? Restam as actividades comerciais e de serviços. Onde temos vantagens competitivas. Porque assentes em qualidades humanas que são mais evidentes em nós do que em muitos outros povos.

Não tenho a pretensão, naturalmente, de querer saber o que melhor convém para um desenvolvimento económico sustentado da nossa sociedade. Limito-me a raciocinar. E a admitir um facto simples. Tal como acontece com cada um dos seres humanos no plano clínico, também as sociedade têm uma história que determina a sua trajectória futura. Os franceses sempre foram agrícolas e têm na agricultura o seu trunfo mais forte. Os suíços sempre foram financeiros e continuam a ser os maiores do mundo. Os alemães sempre foram industriais e têm a indústria mais forte da Europa. Os italianos sempre foram artistas e na arte assentam muito da sua actividade económica (a moda é, essencialmente, arte). Os ingleses e os holandeses sempre foram comerciantes e continuam a sê-lo. Fazermos da indústria a alavanca motriz do nosso desenvolvimento parece ser uma rematada asneira. Como navegadores, deveríamos escapulir-nos para o mar. Como comerciantes - desde os primórdios da nacionalidade, quando os nossos artesãos iam às feiras da Flandres vender os seus artigos - deveríamos voltar-nos para o comércio.

Acresce uma outra razão de monta. A relevância do comércio, designadamente do pequeno comércio tradicional, nos dados macroeconómicos, é impressionante. Nos cerca de cinco milhões de trabalhadores activos que temos em Portugal, o comércio emprega cerca de 35%, isto é, muito próximo de dois milhões de pessoas. E os serviços empregam maias cerca de um milhão de pessoas. Isto é, no total, mais de metade da população activa portuguesa está no comércio e serviços. Além disso, o pequeno comércio tradicional, de rua, assegura uma vivência das comunidades saudável, integrada, não desertificada. E, como se tudo isto não bastasse, o pequeno comércio e os serviços não emigram para países de mão de obra mais barata nem são alvo de aquisições mais ou menos estrangeiradas. Não hesito em afirmar que, visto desta perspectiva macro, o grande pulsar económico do país repousa no pequeno comércio e nos serviços.

Estas deveriam ser razões para a existência de programas políticos de incentivo ao comércio e aos serviços. No comércio, o incentivo deveria ir no sentido de favorecer a instalação da pequena iniciativa individual. Não consigo entender porque se gastam rios de recursos com a instalação de projectos industriais estrangeiros que asseguram, quase sempre por um período limitado de tempo, algumas centenas, raramente milhares, de postos de trabalho, e não se fomenta decididamente esta actividade, microscópica, é verdade, mas que, tal como a actividade dos micro-organismos na vida biológica, é essencial à vida económica. Julgo que a situação descrita resulta muito da falta de capacidade de associação dos pequenos empresários. Talvez seja tempo de mudar isso. E, se o Congresso dos Empresários não estiver muito voltado para a defesa dos grandes empresários e para as suas reivindicações político-económicas, talvez seja o tempo de tal acontecer.

Magalhães Pinto, em VIDA ECONÓMICA, em 6/4/2004

RECORDAR É VIVER

Luciano Pavarotti. E Lucevan Le Stelle (da ópera Tosca).

BRASIL - XVI



RIO DE JANEIRO

EFEMÉRIDE DO DIA

Neste dia, em 1978, nasceu a violinista acústica singapuriana Vanessa Mae.

Vanessa-Mae foi recebida com aclamação e elogiada pelo seu estilo e talento pessoal, mas por outro lado também foi sujeita a muita controversia. Alguns criticos disseram que as suas capacidades (habilidades) tecnicas e musicais são de facto rudimentares e que ela é apenas um produto típico da industria da música a tentar usar o sex appeal (apelo sexual) para vender música clássica comercializada. Ainda existem outros que acham que ela está a fazer um des-serviço a música clássica. Ela contrapõe dizendo que estes criticos são demasiado tradicionais e elitistas. E eles são incapazes de apreciar a sua fusão de música clássica com a música pop e eles nem sabem fazer música, eles apenas reservam-se ao cinismo cruel.


RARINDRA PRAKARSA - XVI



(ver I)

SORRISO DO DIA

Onde está o curioso, onde está?...

MOMENTO DE TERNURA

Adorável!... O episódio, o cão e o miúdo...

26.10.10

FRASE DO DIA

"É perigoso que o Estado se desarme."

Ana Gomes - PÚBLICO - 26/10/2010

***

Se vai haver distribuição de G-3, também quero uma...

PENSAMENTO DO DIA

O mercado português de arte parece-se muito com a política portuguesa: tudo soa a falso, menos o preço que pagamos pelo artigo.

RECORDAR É VIVER

Renato Carosone. O Sarracino.

BRASIL - XV



FORTALEZA

EFEMÉRIDE DO DIA

Neste dia, em 2010 (hoje mesmo) morreu Paul, o polvo vidente alemão, que acertou nos resultados de todos os jogos do último campeonato do Mundo de Futebol sobre os quais foi convidado a fazer um prognóstico.

RARINDRA PRAKARSA - XVI



(ver I)

SORRISO DO DIA

Cuidado com o cão...

25.10.10

FRASE DO DIA

"Refer troca EDP por espanhóis para poupar 1,2 milhões na electricidade."

Título de PÚBLICO - 25/10/2010

***

Claro! Nós produzimos novas energias, não essa porcariazita da electricidade!...

PENSAMENTO DO DIA

Os senhores do Poder que temos preparam-se para irresponsabilizar os maus gestores da coisa pública ao nível das autarquias. São, pelo menos, coerentes. Porque também ninguém aplicava a lei que os responsabilizava, velhinha dos tempos de Salazar.

RECORDAR É VIVER

David Holloway. Toreador, da Ópera Carmen, de Bizet.

BRASIL - XIV



RECIFE

EFEMÉRIDE DO DIA

Neste dia, em 1838, nasceu o compositor Georges Bizet.

Entrou para o Conservatório de Música de Paris em 1848, aos nove anos de idade, onde estudou com Zimmerman, Marmontel e Halévy. Uma criança-prodígio. Em 1857, foi agraciado com um prêmio oferecido por Jacques Offenbach pela ópera Le Docteur Miracle, e obteve o Prémio de Roma, onde estudou durante três anos. Lá, Bizet desenvolveu obras como a Symphony in C Major[2][3][4] e a ópera buffa Don Procopio (1858-59). Depois da sua estadia em Roma, Bizet voltou a Paris onde se dedicou totalmente à composição. No Conservatório Bizet estudou com Fromental Halévy, com cuja filha Geneviève casou em 1869. Halévy morreu em 1862, deixando sua última ópera Noé inacabada. Bizet completou-a, mas não foi realizada até 1885, dez anos após a morte do próprio Bizet. Em 1863 escreveu a ópera Les pêcheurs de perles (Os Pescadores de Pérolas), sua primeira grande obra. Dessa época é também a ópera La Jolie Fille de Perth e sua famosa suíte L'Arlesienne, escrita como música incidental para uma peça teatral de Alphonse Daudet, e a peça para piano Jeux d'enfants (Juegos de niños). Também escreveu a ópera Djamileh.

Em 1875, Bizet escreve Carmen, sua última e mais famosa ópera, sendo até hoje uma das mais representadas em todo o mundo.


RARINDRA PRAKARSA - XV



(ver I)

SORRISO DO DIA

Mergulho falhado...

24.10.10

FRASE DO DIA

"As comunidades religiosas... sem grande influência não valem nada para um político da envergadura moral e intelectual de Sócrates."

Vasco Pulido Valente - PÚBLICO - 24/10/2010

***

Envergadura quê?...

PENSAMENTO DO DIA


Nunca, como com José Sócrates, a política chegou à sua essência: nada é o que parece e só o que parece é.