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Nesta discussão sobre os empreendimentos megalómanos de que o Governo não desiste – temo que, se ganharem as próximas eleições legislativas, tal será imparável – até quase não se reparou no mais importante que os “28” disseram. É que o desenvolvimento económico da última década, em Portugal, foi miserável. E esquecemos que, em quatro quintos dessa década, fomos governados por socialistas. Aliás, o descalabro começou com António Guterres. E veio por aí fora. A crise internacional apenas foi muito conveniente como desculpa e acrescentou um pouco o tamanho do desastre. Ora, isso deixa uma desconfiança enorme sobre a qualidade das bases para as decisões que o Governo diz que tomou e diz que delas não desiste. Este é, por assim dizer, um argumento popular. Quem faz um cesto faz um cento. Com clareza, eu digo: não confio, para nos governar, num Partido Socialista que tem, ao fim e ao cabo, conduzido o país à ruína e que quer conduzi-lo ainda mais fundo. Por muito que eles afirmem que a culpa é da crise. É que a crise só chegou quando já rebolávamos pela ribanceira abaixo.
Foram vinte e oito. Poderia te sido um. Ou poderiam ter sido mil. A verdade é que as suas afirmações tiveram o condão de nos dar um soco no estômago, a ver se acordamos. É que, se continuarmos a dormir, o mais provável é que nem cheguemos a acordar depois. Será o que se chama uma morte santa.
Excerto da crónica "28" - Magalhães Pinto - VIDA ECÓNÓMICA - 24/6/2009
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