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5.8.10

POEMA DO MÊS


NAUFRÁGIO


Nesta viagem
que me leva ao tudo ou nada,
a minha nau
é uma nau naufragada!

Sem velas para uma alagem,
sem velas para enfunar.
Sem vento, sem uma aragem,
Sem vento para navegar.
Sem um mar, doce baloiço,
Sem o mar, que me balança.
Sem a sereia que oiço,
Sem a sereia que dança.
Sem ondas e sem espuma,
Sem ondas, em longa espera.
Sem gaivotas... Apenas uma,
ao longe, numa quimera.
Sem golfinhos para ver,
Sem golfinhos com que brincar.
Sem algas para deter,
Sem algas para apanhar...

...Nesta viagem
que me leva ao tudo ou nada,
a minha nau é uma nau
que já nasceu naufragada!...

Magalhães Pinto

2 comentários:

JOSÉ MODESTO disse...

Parabéns.

Saudações Marítimas
José Modesto

cidissima disse...

O pessimista reclama do vento, O otimista espera que ele mude. O sábio ajusta as velas.
Não se desencante com a oscilação da nau.
Dê asas à imaginação, mude seu trajeto.
Não desmorone diante da fé da vitória.
Não se limite apenas com a companhia que ora dependes.
Busque outros acessórios compatíveis para a viagem.
O suprimento ideal está na manipulação estratégica do bom comandante.
Fisgue, iça, lança-se ao vento, e aspire o ar como um grande desbravador.

Cida