Subsiste um interesse muito grande pela explicação do break-even das empresas, também conhecido por ponto crítico de vendas ou ponto morto de vendas. Apercebo-me, todavia, que alguns dos visitantes têm dificuldades em distinguir entre CUSTOS E PROVEITOS, por um lado, e DESPESAS E RECEITAS, por outro. Aqui fica a explicação.CUSTOS e PROVEITOS são conceitos económicos, dizem respeito a valor, mas podem não coincidir temporalmente com as RECEITAS E DESPESAS, que são conceitos financeiros. Os primeiros - CUSTO E PROVEITOS - têm que ver com a efeiciência económica das empresas, com a sua capacidade de gerar lucros. As segundas - RECEITAS E DESPESAS - têm que ver com a tesouraria, com a gaveta do dinheiro como eu costumo dizer.
Através de exemplos, percebe-se isto muito bem.
Imagine-se que uma empresa vende mercadoria a crédito. Nesse momento, tem um PROVEITO. Mas não tem uma RECEITA. Só vai ter esta quando quem comprou pagar. E nesse momento do pagamento, a empresa tem uma RECEITA mas não tem um PROVEITO. Já o teve quando vendeu.
Se pensarmos do mesmo modo para uma compra a crédito feita pela dita empresa, temos o caso inverso. Quando compra, a empresa tem um CUSTO (verdadeiramente, só terá o custo quando consumir o que comprou na produção, mas estou a simplificar) mas não tem uma DESPESA. Quando pagar a compra, tem uma DESPESA, mas não tem um CUSTO. Já o teve quando comprou.
Outro caso em que se distingue muito bem é este: se uma empresa pagar o salário a um trabalhador, estará a ter um CUSTO e uma DESPESA ao mesmo tempo; mas se emprestar dinheiro ao trabalhador, está a ter uma DESPESA e não um CUSTO. Por outro lado, se uma empresa pede dinheiro a um banco, por exemplo, e esse dinehiro entra na sua conta, a empresa está a ter uma RECEITA, mas não um proveito.
Para o cálculo do BREAK EVEN o que interessa são os CUSTO E PROVEITOS e não as DESPESAS e RECEITAS.
2 comentários:
A explicação entre Custos e Proveitos e Receitas e Despesas não está inteiramente correcta. na explicação dada, fala-se de receita e de despesacomo correspondente a fluxos monetários, pois fala de despesa quando se paga e de receita quando se recebe. Estas noções estão completamente erradas. Quando se paga tem o Pagamento, e quando se recebe tem-se o recebimento. Despesa é antes o comprimisso de pagar (ex: quando recebemos uma factura). Por outro lado, receita é quando se faz incorrer terceiros num compromisso, por exemplo, quqndo enviamos uma factura a terceiros.
Obrigado pela visita e pelo comentário, Besouro.
Lamento contrariá-lo, mas o erro está inteiramente do seu lado. Não existe despesa enquanto o dinheiro não sai. Como não existe receita enquanto o dinheiro não entra.
Imagine só que não consegue cobrar uma factura que enviou a um cliente. E veja como a consideração como receita da factura emitida tinha sido uma falsidade.
De um modo geral, as DESPESAS surgem porque, anteriormente, se incorreu num CUSTO ou se fez um investimento em bens activos. As RECEITAS surgem porque se realizou um PROVEITO ou se alienaram investimentos em bens activos. Podia ser-se mais minucioso e ir além "de um modo geral". Mas iria tornar a noção mais complexa sem lhe acrescentar grande coisa.
Recomendo-lhe, pois, que reveja os seus conceitos. E que, sobretudo, tenha a modéstia de considerar que pode estar errado quando faz afirmações tão peremptórias como "estas noções são completamente erradas".
Enviar um comentário