(continuação)
Mas El-Rei ainda não estava satisfeito. Para ele, a sua encarregada das Artes e Ofícios ainda estava muito mal vista pela nobreza, pelo clero e pelo povo e havia que tentar limpá-la. Até porque isto de nódoas, em política, são contagiosas. Vai daí, El-Rei encomendou um parecer sobre o Estado da Educação no Reino a uns curiosos que andavam ali pelo paço sem fazer nada, gastando uma boa mão cheia de dobrões na encomenda. Parecer concluído, enviou um emissário pelas cortes do mundo, tentando encontrar quem escrevesse no parecer um prefácio que lhe daria a credibilidade necessária, por agora duvidosa. E encontrou uma papalva da OCDE - Organização Central de Desenvolvimento Educativo, que se decidiu a subscrever o dito. Prefácio. El-Rei exultou. Tinha nas mãos o que precisava. E vai daí, chamou todos os arautos do Reino e declarou, entusiasmado:
- O nossos trabalho nas Artes e Ofícios é tão bom que as maiores autoridades do Mundo nos tomam como exemplo. Estamos à frente deles todos...
O pior foi que uma voz discordante nas Cortes olhou para o parecer, olhou para o prefácio, pensou uns minutos e declarou:
- El-Rei vai nu.
E El-Rei correu a refugiar-se no quarto, cara vermelha da vergonha.
(continua)
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