Durante largos meses, fomos assistindo, ao desenrolar da história do empreendimento Freeport, em Alcochete, relativamente ao qual se foram acumulando factos nebulosos que implicaram o Primeiro-Ministro José Sócrates numa gigantesca história de corrupção. Note-se que a implicação do Primeiro-Ministro foi feita por familiares seus, limitando-se os órgãos da Comunicação Social a trazer ao conhecimento público os factos que, sucessivamente, se foram desvendando. O dinheiro pedido para Inglaterra sob o argumento de que era para comprar a decisão, o primo de José Sócrates a invocá-lo para receber dinheiro dos promotores, o desaparecimento do primo para a China, de modo a muito convenientemente não estar acessível para dizer o que sabia, a compra suspeita de um imóvel em Lisboa feita em nome da mãe de José Sócrates, o desaparecimento de papéis legais relativos a essa compra, enfim, uma montanha de factos inexplicáveis e inexplicados até agora.
Durante todo esse tempo, o PSD e os seus líderes abstiveram-se de comentar na praça pública o que quer que fosse em desfavor do Primeiro-Ministro, deixando as averiguações seguirem o seu rumo. Foi um gesto de honestidade porque, relativamente ao Primeiro-Ministro, ainda não se passou, até hoje, das suspeitas.
Surgiu, agora, o caso do Banco Português de Negócios. No qual estão envolvidas duas figuras, que já foram de proa, do PSD. Oliveira e Costa e Dias Loureiro. Não se esqueça de que também por lá passou o distinto socialista Jorge Coelho. Tudo quanto se sabe, até agora, não passa de suspeições e, quando muito, não estaremos face a nenhum crime – como o da corrupção é – e apenas face a má gestão.
Pois bem. Tanto bastou para que o cabeça de lista do Partido Socialista para as eleições europeias do próximo domingo, Vital Moreira, viesse a público chamar “roubalheira” efectuada pelo PSD no caso daquele banco. Para além de ser uma atitude estúpida - camaradas seus desautorizaram-no na praça pública - foi uma desonestidade moral inqualificável. Tão mais inqualificável quando contrasta violentamente com a atitude que o PSD adoptou face ao Primeiro-Ministro e às suspeições muito mais graves que o atingem.
Mas é fácil entendermos a atitude de Vital Moreira se atentarmos no seu percurso político. Vital Moreira foi, durante muito tempo, um destacado comunista. E nós sabemos como os comunistas, na luta política, não olham a meios para tentarem levar a água ao seu moinho. Ficou-nos, da “Revolução de Abril”, uma memória muito vívida do comportamento comunista. Hoje, Vital Moreira já não é formalmente comunista. Está com o Partido Socialista. Mas mostrou à saciedade, com este seu comportamento, que, bem lá no fundo, continua a ser um puro, perfeito e completo comunista. Uma mentira, pois, a sua presença nas listas do PS.
Crónica A NATUREZA DO CANDIDATO - Magalhães Pinto - MATOSINHOS HOJE - 2/6/2009
1 comentário:
Foi muito baixo. Muito pequenino. Ele que olhe para o Chefe deles, Sócrates e a quantidade de confusões em que esteve, e est+a, metido. Até o curso que nunca se esclarecerá porque a Universidade foi encerrada e os mortos não falam.
beijinho
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