QUANTO MAIS CONHEÇO OS CÃES
Mais os aprecio. Só nesta fase já descendente da minha vida tive um cão. E considero agora que perdi algo por não ter um cão durante toda a minha vida. E teria sido fácil. Como é, ainda hoje, fácil ter um cão. Não faltam cães abandonados por aí. O que é uma crueldade. As qualidades deste animal ultrapassam tudo quanto é possível esperar. Quando comparamos as qualidades e defeitos do cão com as qualidades e defeitos dos seres humanos, o cão fica a ganhar no balanço. Os cães são doces, obedientes, amigos, leais. Sobretudo leais. Um dono quase nunca é enganado pela lealdade do seu cão. Claro que há cães que não conhecem o dono. Mas são tão poucos, que até deram origem ao aforismo popular que traduz a ingratidão humana.
Bom. Mas dos cães que temos connosco não é preciso falar muito. Mas já outra história se passa com os cães de rua. Tratados, as mais das vezes, a pontapé por aqueles que se dizem os reis da criação. Comendo nos baldes do lixo os restos da nossa abundância. Sujeitos às intempéries, às doenças, aos maus tratos. Mais. Constituindo um perigo para a saúde pública. Não porque eles queiram sê-lo. Mas porque nós os forçamos a sê-lo. Quando deveria ser precisamente ao contrário. Às preocupações sociais que temos com os nossos semelhantes que carecem da nossa atenção, deveríamos juntar as preocupações com esse animal sublime – o cão – que nos dá tanta afeição. E que não nos pede nada a não ser exactamente aquilo de que precisa.
A atitude das nossas autoridades, para com os animais em geral e para com os cães em particular, é bastante menos do que sofrível. Parece que tudo quanto sabem fazer é matar os animais abandonados que, por uma razão ou outra, caem sob o seu domínio. Se, de algum modo, podemos avaliar – e podemos – a qualidade de uma sociedade pelo tratamento que dá aos seus animais, então estamos na cauda da Europa, também aqui. Somos uma sociedade cruel. Onde uns tantos tentam, apesar de tudo, cumprir com as suas obrigações também perante os animais. Mas nem nisso as autoridades ajudam.
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Excerto da crónica de Magalhães Pinto - MATOSINHOS HOJE - 22/6/2009
3 comentários:
Se você pega um cachorro faminto e o torna próspero, ele não morderá você. Esta é a principal diferença entre um cachorro e um homem."
(Mark Twain)
Aparecida
Dr.Magalhães Pinto, interessante este seu artigo.
De facto gostria imenso de ter um animal (Raça que mostra no seu artigo)mas não consigo trazer de Inglaterra via nossos navios.
Os animais são nossos Amigos, e perder um animal de estimação é algo que nos provoca Dôr.
Saudações Marítimas
José Modesto
Pbrigado pela visita e comentário, meu Bom Amigo.
É. Também gosto muito desta raça porque... este cão é igualzinho ao meu.
:)
Abraço e volte sempre.
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