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23.12.08

CRÓNICA DA SEMANA

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Estou a referir-me a uma frase dessa personagem sem a qual a vida da nossa cidade seria muito mais aborrecida. Narciso Miranda, pois claro. Escreveu ele:

“Tenho recordações marcantes do jornal “O Badalo” fundado pela ilustre e grande figura da Cultura, Santos Lessa. O relevante papel que desempenhou na defesa do património cultural de Matosinhos jamais poderá ser esquecido.”

Não sei se o meu Leitor sabe o que foi “O Badalo”. Não porque alguma vez o tenha visto. Mas porque ouviu falar dele. E se sabe por ouvir dizer, o meu Leitor não tem recordações de “O Badalo”. Tem recordações do que ouviu dizer dele. É que para ter recordações de “O Badalo”, o meu Leitor teria que ter a bonita idade de cerca de noventa anos. Que há tantos anos morreu “O Badalo”, embora para dar lugar a esse jornal que todos nós, esse sim, conhecemos, que é “O Comércio de Leixões”. Pois bem. A nossa personagem também nunca conheceu “O Badalo”. E, depois do que escreveu, até duvido que dele tenha ouvido falar. Ou, se ouviu, duvido que tenha prestado atenção. Porque se tivesse prestado atenção, sabia, como sabem todos os que prestam atenção a essas coisas, que “O Badalo” já não existe desde os anos vinte do século passado.

Narciso Miranda quis dar uma de sentimento. Corroborar aquilo que ele diz muitas vezes mas que, vemo-lo agora, não corresponde à verdade. Que ele é um grande defensor do património de Matosinhos. Que o ligam às instituições da terra sentimentos de gratidão e reconhecimento. Mesmo que, como foi agora o caso, tenha que inventar recordações que nem sequer podia ter. A demagogia não podia ter sido badalada mais alto.

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Excerto da crónica O BADALO DA DEMAGOGIA - Magalhães Pinto - MATOSINHOS HOJE - 23/12/2008

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