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30.11.10

VISITANTES DO BLOG

Origem geográfica dos visitantes deste blog:

FRASE DO DIA

"É uma derrota muito merecida, fácil de digerir."

José Mourinho (após jogo Barcelona x Real: 5-0) - PÚBLICO - 30/11/2010

***

Estão a ouvir, Benfiquistas?...

PENSAMENTO DO DIA

Os Estados Unidos acabam de ofender Portugal com violência. Entre os documentos diplomáticos revelados pela WikiLeaks, com referências depreciativas a chefes de governos estrangeiros, não há um só relativo a Portugal.

MEMÓRIA

AS VACAS NÃO FAZEM DIETA

Aquela pequena aldeia não vem nos mapas tradicionais. Só se pode dar conta dela se olharmos para as cartas militares. Ou, então, passando por ela por acaso. Porque ninguém vai a Pitões de propósito. O nome de aldeia é este ou outro qualquer. Não importa. É uma aldeia portuguesa, perdida no sopé de uns montes quaisquer do país pedrícola que somos. Uma dúzia de casas, poucas meias dúzias de habitantes e cabeças de gado. Ovino e bovino. Mais de mil cabeças já teve, dizia o narrador. Agora são escassas centenas. O gado tem diminuído ao ritmo da redução dos habitantes. Na aldeia, uns são pastores. Outros trabalham no campo, produzindo alimento para o gado e algum para a subsistência própria. Um por outro trabalha fora da aldeia. Como o pai de dois dos nossos heróis, que trabalha na construção civil. As casas são de pedra à vista, ao bom estilo rural português. Fogão de lenha, mais lareira que fogão, a ocupar meia cozinha. Enormes. A cozinha e a lareira. Não consta o nascimento de qualquer personalidade da nossa história nessa aldeia. Nem nenhum político. Nem nenhum jogador de futebol. Nem os montes são próprios nem as bolas aparecem. A primeira prenda que um dos nossos heróis recebeu na vida foi, ao que contava o narrador, um tractor de corda (ou de pilha, não cheguei a perceber bem) oferecido pela junta de freguesia no Natal do ano passado. Curioso. Um tractor. Parece uma prenda inteligente. A melhor para gente do campo. Prenda igual para todos os miúdos da aldeia. Não mais de seis. Apesar da trivialidade duma vida vivida numa aldeia assim, esta ficou conhecida de meio Portugal. Porque lá, nessa aldeia humilde, mora um exemplo. Melhor, quatro exemplos, ao que parece. O pai não deu a cara. Mas tem que ser também um exemplo para ter uma mulher assim e dois filhos assim.

Não há, na aldeia – nem, ao que consta, perto – autoestradas. Não há portagens. E, por isso, não há boicotes de portagens. Não há centro de saúde. E, se calhar por isso, também não há muitas doenças. Nem baixas da Segurança Social. Não há esquadra de polícia. E, porventura por isso, não há desordens. Nem crimes. Nem droga. Não há jardins ou, então, toda a aldeia é um jardim. Por isso os miúdos brincam no empedrado da calçada. Não há transportes colectivos. Com uma consequência. Nem há protestos contra o preço das passagens e os músculos enrijecem-se no calcorrear dos montes e dos campos. Não há parques de estacionamento. E, por isso, não há automóveis. E, no entanto, os portugueses da aldeia pagam os seus impostos. Quanto mais não seja, o IVA. E o imposto profissional, no caso do pai no nosso exemplo. Seria de esperar que, neste Portugal de protestos, ouvíssemos alguns na aldeia. Mas não.

Ouvimos o Daniel falar do trabalho como a coisa mais natural do mundo. Nunca ouviu falar de trabalho infantil. De que é um dos exemplos. Reparte o seu tempo entre a escola, os deveres trazidos para casa e a guarda das vacas da família. A quem alimenta com devoção. Para ele, a ração das vacas tem que ser suficiente. Estas têm que deixar ainda alguma no comedouro, o que é sinal de estarem bem alimentadas. Ele sabe, por intuição ou ouvir dizer, que as vacas são a única riqueza da família. Sabe que a existência dele, da irmã, da mãe e do pai depende, em grande medida, das vacas. Com à vontade, considera importante a sua função de guardador de vacas. A ponto de se propor ensinar ao seu ídolo Mantorras o ofício, se este o ensinar a jogar futebol. De olhar maroto a brincar no canto dos olhos, fala das vacas com o entusiasmo com que um astrónomo fala das estrelas. Daniel substituiu a brincadeira própria dos seus tenros anos pelo trabalho. Que assume como um dever quase lúdico. Sem horários. Sem férias. Sem intervalos para ir à casa de banho. Sem greves. Sem abonos para profissão de risco. Sem reivindicações. Sem azedume. Sem reclamar. Nos seus verdes anos, o Daniel é um dos melhores trabalhadores do nosso país.

Ouvimos a irmã do Daniel. Pouco mais de dez anos em corpo de menina. A mesma dedicação ao trabalho, na ajuda da mãe, no tempo que a escola deixa livre. Com uma clareza imprópria de tão poucos anos, assume com responsabilidade a obrigação de trabalhar, de ajudar a mãe, de estudar. Sem estudos nem agricultor se pode ser, diz ela. Por intuição ou ouvir dizer, também, a irmã do Daniel sabe mais das necessidades do futuro do que a generalidade dos trabalhadores sindicalizados do meu país. Sabe que brincadeira só é admissível depois de todos os deveres terem sido cumpridos. É preciso contribuir para as necessidades da família, diz ela. Com trabalho. A irmã do Daniel é uma das melhores trabalhadoras do país.

Ouvimos a mãe do Daniel. A clareza das suas ideias deixa-nos espantados. Como é possível ter uma visão tão clara do dever cívico, familiar, pessoal, numa aldeia perdida no interior profundo do país? Quer dar aos filhos o melhor futuro possível, quer deixá-los ir tão longe quanto sejam capazes. Mas sabe que isso só será possível com o trabalho esforçado de todos, com ela à cabeça. Quando ficamos a dever alguma coisa a alguém por termos comprado alguma coisa de que precisámos, eles – os filhos – sabem. E sabem que, enquanto não pagarmos, não pode haver prendas para ninguém. Trabalha todos os dias. Quando há uma festa num qualquer fim de semana, ou vai ela ou vai o homem. Não podem ir os dois. “Porque as vacas não fazem dieta”, diz ela. Têm que comer todos os dias, duas vezes por dia, sábados e domingos incluídos. Revê-se, com vaidade, tanto na inteligência como nas qualidades de trabalho dos dois filhos. Quando acabo de a ouvir falar, sorridente, no pequeno ecrã do meu televisor, levanto-me do sofá, inclino-me levemente, e murmuro: os meus respeitos, minha Senhora! É não só uma grande Mãe, como é uma grande Senhora, uma grande Mulher, uma grande Cidadã, uma grande Portuguesa. Os meus respeitos, minha Senhora! Ela não me pode ouvir. Mas eu fico tranquilo com a minha consciência. Porque, além do mais, neste pessimismo sobre o futuro do meu país, que por aqui vou deixando em retalhos quase todas as semanas, vejo surgir uma ténue luz. Se ainda há, no meu país, portugueses assim, como o Daniel, a irmã e a mãe, então o meu país ainda tem uma hipótese. Uma esperança. Um futuro.

Quando o programa termina, segue-se o noticiário. A abrir, o coro de protestos pela reposição das portagens na CREL. Reposição e não imposição, não confundamos. Reposição de algo pretensamente abolido por um Governo irresponsável. Que se dá ao luxo de liderar os protestos. Porventura, com a esperança de que, tal como aconteceu na Ponte 25 de Abril aqui há uns anos, a polícia venha e rasgue alguns fatos. Uma náusea profunda invade-me perante os protestos. Não por mim. Mas pelo Daniel, pela irmã e pela mãe. Será uma injustiça enorme fazê-los pagar o custo daquela via rápida. A eles, que não têm autoestrada. Nem centro de saúde. Nem esquadra de polícia. Nem jardim. Nem parque infantil para os Daniéis da aldeia. Nem aparcamentos. Nem pavilhão desportivo. Nem escola secundária. Para eles que, verdadeiramente, só têm trabalho.

Obrigado à TVI por ter trazido este caso ao nosso conhecimento. Fez mais pelo optimismo de que estamos precisados do que milhões de discursos inflamados.

Magalhães Pinto, em VIDA ECONÓMICA, em 7/1/2003

RECORDAR É VIVER

Equipa Campeã Africana de futebol, nos idos de 1965. Final jogada em Mansoa (Guiné), contra um clube que não ficou na história.

Em termos de tácticas, era a época de ouro do WM, que os geniais jogadores desta equipa adaptaram para a táctica TM (Tudo-a-Monte), de que foram percursores e que terá surpreendido os adversários.

Constituição da equipa, da esquerda para a direita:

Atrás: Justiniano, Bernardino, Álvaro, Ferreira, Fausto e Humaitá;

À frente (os melhores): Tirano, Magalhães Pinto, Barbosa, Reis e Batanete.

A bola ficou na fotografia só para disfarçar; ninguém a queria!




(Gentileza de F. Santos)

PORTO - MINHA CIDADE NATAL - XVII



(ver I)

EFEMÉRIDE DO DIA

Neste dia, em 1835, nasceu o escritor americano Mark Twain (de seu verdadeiro nome Samuel Langhorne Clemens)

O romance "Adventures of Huckleberry Finn" é considerado em geral a mais importante contribuição de Twain para a literatura, como disse Ernest Hemingway:

"Toda a literatura moderna americana adveio de um único livro de Mark Twain chamado "Huckleberry Finn" (…) Não havia nada antes. Não houve nada tão bom desde então."

Para o autor deste blog, o seu livro "As Aventuras de Tom Sawyer" é o preferido.


FOTO DO DIA

SORRISO DO DIA

Noiva para José Sócrates...

29.11.10

FRASE DO DIA

"Zona euro pede mais reformas a Portugal."

Título de PÚBLICO - 29/11/2010

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Ó Santo Deus! Já trabalha tão pouca gente e ainda querem mais reformados?...

PENSAMENTO DO DIA


Há UM MILHÃO E SEISCENTOS MIL processos pendentes nos tribunais portugueses. Ao ritmo actual, e não contando com os recursos, cerca de cinco anos de decisões judiciais para que sejam encerrados. A solução mesmo, para quem quer que lhe seja feita justiça em Portugal, é esperar sentado e acreditar na Justiça Divina.

RECORDAR É VIVER

Gigliola Cinquetti. La Rosa Nera.

PORTO - MINHA CIDADE NATAL - XVI



(vide I)

EFEMÉRIDE DO DIA

Neste dia, em 1899, foi fundado o Futbol Clube de Barcelona.

Não podia ser comemorado de melhor modo do que com o "jogo do ano", contra o Real Madrid, que tem lugar hoje e que será visto em todo o mundo por centenas de milhões de pessoas.

O emblema do Barcelona tem a forma de "panela" três-quartos. Nas duas peças acima do pavilhão do Barcelona estão a Cruz de São Jorge (padroeiro da Catalunha), referente à bandeira da cidade; e, ao lado, referência à outra bandeira, da Catalunha, região da Espanha da qual a cidade de Barcelona é capital. Na parte inferior aparece uma bola sobre as cores azul e grená do clube. Entre os quartos superiores e inferiores se reproduz, em siglas, o nome do clube (F.C.B.). No tempo da ditadura de Francisco Franco, que fazia opressão oficial às etnias não-espanholas do país, como a catalã, as listras vermelhas do canto superior direito eram apenas duas, para a referência dessa parte do distintivo ser à bandeira espanhola.

Existem duas versões sobre as origens do emblema do clube. A primeira versão conta que em 1900, um ano após o clube ser fundado, houve uma reunião para decidir o emblema (até então, o Barcelona havia utilizado o escudo da cidade). Parece que não houve acordo sobre a forma e o conteúdo do emblema e, a dada altura, o secretário, Luis d'Osso, visivelmente irritado, disse que "isso é uma panela", que deu a ideia de propor a Hans Gamper um emblema em forma de "panela".

A outra versão afirma que Gamper, de origem suíça, se baseou nalguns emblemas de equipes de seu país quando propôs a famosa "panela".


FOTO DO DIA

SORRISO DO DIA

Tocando buzinofone...

28.11.10

FRASE DO DIA

"Se o sistema de justiça está capturado, fica a preocupação de que as investigações sirvam apenas para silenciar a oposição."

Susan-Rose Ackerman (investigadora) - PÚBLICO - 28/11/2010

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Que bem que ela conhece Portugal!...

PENSAMENTO DO DIA


A solidariedade da juventude, com o objectivo de acorrer aos mais necessitados, é uma das poucas réstias de esperança neste país velhinho que um conjunto de ineptos quase destroçou.

EXAGERO!




Apesar do exagero - de algum talento ao génio vai um universo de distância - obrigado, Amiga Cida...

RECORDAR É VIVER

Mariza. A sublime interpretação de GENTE DA MINHA TERRA, em Lisboa, junto à Torre de Belém.

PORTO - MINHA CIDADE NATAL - XIV



(vide I)

EFEMÉRIDE DO DIA

Neste dia, em 1907, foi fundado o Leixões Sport Clube, o maior clube desportivo de Matosinhos(Portugal).

Apesar de ser um clube com diversas modalidades e com um rico historial, existem três que se destacam das restantes, o Voleibol, a Natação e claro, o Futebol.

O Leixões possui no seu historial futebolístico grandes êxitos, dos quais se destacam uma vitória na Taça de Portugal frente ao Futebol Clube do Porto, várias presenças na Taça UEFA e uma presença na Taça das Taças indo até aos quartos-de-final desta mesma competição.

O Leixões é ainda um clube conhecido pelo seu grande número de adeptos que são ainda muito fervorosos. A média de adeptos por jogo em casa é entre 4 a 8 mil adeptos e fora arrasta sempre entre 2000 e 6000 adeptos[carece de fontes?], é considerado por muitos um dos maiores clubes ao nível do desporto nacional.[carece de fontes?]. É importante referir que o Leixões possui ainda uma filial no Luxemburgo com o nome Leixões do Luxemburgo formada por emigrantes do Leixões.

O autor deste blog teve a honra de envergar a camisola deste clube na modalidade de andebol.


FOTO DO DIA

SORRISO DO DIA

Flagrante delito!...

27.11.10

FRASE DO DIA

"Metro de Lisboa quer gerir transportes fora de Portugal."

Cardoso dos Reis (Presidente do Metropolitano de Lisboa) - EXPRESSO - 27/11/2010

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Sempre a mania das grandezas dos portugueses! Até o metro português quer medir um quilómetro!...

PENSAMENTO DO DIA




Temos mais políticos prontos para governar do que a governar mesmo.

MOMENTO DE BELEZA

A inspiração de um poeta...

RECORDAR É VIVER

Domenico Modugno. Cia, Ciao Bambina.

PORTO - MINHA CIDADE NATAL - XIII



(vide I)

EFEMÉRIDE DO DIA

Neste dia, em 1199, é fundada a cidade da Guarda, Portugal, por foral do Rei D. Sancho I (segundo rei de Portugal).

Nos primeiros séculos da romanização da Península Ibérica habitavam a região da Guarda povos lusitanos. Entre os quais os Igaeditani e os Lancienses Oppidani. Durante muito tempo os historiadores julgaram que a civitas Igaeditanorum (Egitânia) se localizava na Guarda mas mais recentemente chegou-se à certeza que tal localização era em Idanha-a-Velha. Daqui que o gentílico de egitanienses se enraizou. No entanto, se a Guarda não tivera sido Egitânia, teria sido o que então? Confinando com os terrenos dos Igaeditania, a norte estavam os dos Lancienses Oppidani cuja capital, a civitas Lancia Oppidana, foi referida a curta distância da actual localização da Guarda. Esta teoria foi defendida acerrimamente pelo General João de Almeida (influente militar português, herói das campanhas de África, natural da Guarda), o que levou alguns críticos a menosprezá-la, no entanto, todas as pesquisas seguintes indicam a sua veracidade. Já o nome de Guarda terá sido uma derivação de um castro sobranceiro ao Rio Mondego, o Castro de Tintinolho, identificada como a Ward visigótica.

Após o período romano seguiram-se períodos de ocupação por parte dos visigodos, mais tarde pelo reino das Astúrias e também pela civilização islâmica. Só após o processo da reconquista é atribuído o foral, confirmando definitivamente a importância da cidade e da região.


FOTO DO DIA

SORRISO DO DIA

Água imprópria para consumo...

26.11.10

FRASE DO DIA

"Estado gastou 34 milhões em Beja sem saber se aeroporto era viável."

Título de PÚBLICO - 26/11/2010

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Que admiração! Imensamente mais do que isso gastou em Portugal, também sem saber se este era viável!...

PENSAMENTO DO DIA


Estamos quase todos no velório do Estado Social. Só faltam os felizes administradores do sector público - que podem não ser atingidos pelas reduções salariais no sector - e os políticos, encarregados do enterro.

RECORDAR É VIVER

Juliette Greco. Les Feuilles Mortes.

PORTO - MINHA CIDADE NATAL - XII



(vide I)

EFEMÉRIDE DO DIA

Neste dia, em 1959, o revolucionário argentino Ernesto Che Guevara assume a presidência do Banco Nacional de Cuba.

Suprema ironia: o comunista irredutível e médico por formação torna-se o banqueiro do regime de Fidel Castro.

Ainda hoje é glorificado entre os revolucionários comunistas de todo o mundo. Mas, para alguns historiadores, essa glorificação messiânica é injustificável. Para eles, longe de ser um humanista, Che Guevara aprovou pessoalmente centenas de execuções sumárias pelo tribunal revolucionário de Havana. Como procurador-geral, foi comandante da prisão Fortaleza de San Carlos de La Cabaña, onde, nos primeiros meses da revolução, ocorreram 120 fuzilamentos. Ele mesmo escreveu: "As execuções são uma necessidade para o Povo de Cuba, e um dever imposto por esse mesmo Povo.". Os "campos de trabalho coletivos", na península de Guanaha (campos cubanos de trabalhos forçados) foram uma criação sua. O próprio Che Guevara nunca fez segredo de que acreditava ser a luta armada a solução para os problemas que denunciava: " Como poderíamos contemplar o futuro luminoso e próximo se dois, três, muitos Vietnams desabrochassem na superfície do globo, com sua cota de mortes e suas tragédias imensas, com seu heroismo cotidiano, com seus golpes repetidos ao imperialismo, com a obrigação que lhe traz de dispersar suas forças, sob o ódio crescente dos povos do mundo !"


FOTO DO DIA

SORRISO DO DIA

Geometria no espaço finito...

25.11.10

FRASE DO DIA

"Fraude de 1,2 milhões na Manutenção Militar."

Título de PÚBLICO - 25/11/2010

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Ladrão que rouba a ladrão tem cem anos de perdão...

PENSAMENTO DO DIA




Habituámo-nos de tal modo a usar máscara que já nem notamos que até para nós próprios nos mascaramos.

RECORDAR É VIVER

Julie Andrews. The Sound of Music. My Fair Lady.

CRÓNICA DA SEMANA

O VELÓRIO

Escrevo na véspera da greve geral convocada pelas duas confederações sindicais. A intenção de uma greve geral é sempre a de tentar paralisar um país. Embora sabendo muito bem os organizadores que tal é praticamente impossível. Mas sabem também que o grau de adesão à proposta de greve geral é susceptível de impressionar quem manda. E, desta vez, prevejo uma adesão muito grande. Uma greve geral é proposta quando as confederações sindicais sentem que o descontentamento popular é muito grande. Tal como acontece agora em Portugal. O facto sugere alguns comentários que presumo de algum interesse.

Em primeiro lugar, com quem é que os portugueses estão descontentes? Naturalmente, com o Governo em primeiro lugar. Apesar de terem sido eles a elegê-lo. Mas tornam o desagrado extensivo a toda a classe política. Se o descontentamento fosse com o Governo exclusivamente, a democracia oferecia uma outra solução bem menos custosa para o país, isto é, bem menos custosa para os eventuais grevistas. Derrubava-se o Governo, colocava-se lá outro, e a vida continuava. Mas não. Os cidadãos parecem querer a estabilidade política. Pelo menos não se manifestam contra as sucessivas declarações de responsáveis pelo estado a que chegamos nesse sentido e parecem, portanto, aceitá-las. Pelo que a sua manifestação poderosa – quase última arma – de amanhã tem todos os políticos por alvo. Será esta, porventura, a maior afirmação da greve geral. E será bom que os políticos, todos, atentem bem nela. E não se limitem a dizer que a aceitam por ser um direito democrático, num gesto que recorda o encolher de ombros, e prossigam a agir tal e qual tem agido até aqui.

Mas a situação mostra ainda, a meu ver, outro facto com alguma gravidade. A organização democrática, tal como está concebida e tal como funciona, efectivamente não resolve – ao contrário do que frequentemente nos dizem os políticos - todos os problemas políticos. Não trabalhar, no estado em que se encontra o país é um pretenso remédio, uma espécie de placebo, que apenas pode deixar piorar o doente. Admito, mesmo, que as duas confederações sindicais, muito particularmente a socialista UGT, tenham provocado, ou aderido a, esta greve geral com a prosaica intenção da dona de casa que, para evitar desastre maior, retira a válvula de pressão à panela para que ela não rebente. Estaríamos, se assim fosse, de uma greve geral preventiva, para que maior perturbação social não suceda. O que deixa o cidadão comum, democraticamente livre, sujeito ao que for ditado pelos poderes públicos. Não apenas os nossos mas também os da Europa. Uma reflexão a fazer pelos portugueses. O sistema não lhes dá ferramentas suficientes que não sejam, elas próprias, prejudiciais para quem as usa. É necessário recorrer a uma arma perigosa e bastante prejudicial para os interesses do país – e o país são esses mesmos cidadãos. Uma greve geral causa prejuízos assinaláveis.

No dia a seguir à greve geral, tudo vai continuar na mesma. Continua a governar quem está a governar. Continuam as políticas que quem está a governar julga adequadas. Os demais políticos que, de algum modo, não estão associados à governação procuram retirar dividendos de propaganda que possam ser benéficos numa próxima eleição. E são os próprios grevistas que saem prejudicados do acto por eles praticado. Recebem menos no fim do mês e o país tem menos para lhes pagar nos meses seguintes. As medidas de austeridade continuarão a produzir os seus efeitos. E assim continuará enquanto toda a Europa não se decidir a utilizar outros instrumentos para debelar a crise. Enquanto estivermos no Euro, temos que seguir as instruções by the book e nenhuma outra alternativa nos estará disponível. “Abandonemos o Euro!”, pode ser uma tentação daqueles que vêem curto. Seria, então, a desgraça total. Teríamos de aguentar uma moeda – eventualmente o Escudo Novo – mais desvalorizada em relação às outras moedas e, particularmente ao Euro. Duzentos escudos não chegariam para comprar um Euro, mesmo que recebêssemos duzentos escudos na conversão inicial. E, mais, continuaríamos com o nosso oceano de dívidas expresso em euros. O que quer dizer, ficaríamos imensamente mais endividados.

Vemos a Grécia, a Irlanda, Espanha e Portugal atrapalhados. Com os dois primeiros, já se solidarizou toda a Europa Comunitária. Não deixará de fazer o mesmo com os outros dois. Os “mercados” estão apenas a forçar a Europa a agir como devia desde o início. Não é excluído que, mais tarde ou mais cedo, venha a acontecer com outros países aquilo a que estamos a assistir relativamente aos quatro países citados. E a Europa continuará a vir em socorro. E os socorristas serão sempre os mesmos. Pelo menos cinco dos seis países que a fundaram. O que se tornará num peso quase insuportável para toda a Comunidade. Do qual só se libertará assumindo políticas idênticas às que estão a ser impostas aos países agora em dificuldades. Aumento de impostos e redução dos apoios solidários do Estado. E a consequência disto é, a meu ver, inelutável.

A Europa tem-se distinguido, no mundo, pela disponibilidade de uma solidariedade social mais ou menos profunda. Basta olhar para a Constituição de um país pobretanas, como nós somos, para ver lá até que profundidade vai a solidariedade social. Educação e Saúde gratuitas para todos, pede a nossa Constituição. É certo que aparece lá um vocábulo – “tendencialmente” – destinado a caminhar para lá em lugar de afirmar que já estamos lá. Mas tudo foi feito para que assim fosse, Inclusivamente se fez mais nesta caminhada que nos trouxe de 1974 até agora. Por exemplo, assegurar um rendimento mínimo atribuído a muitos para os quais se justificava e a outros, muitos, que o não mereciam. E é um pouco assim por toda a Europa. Insustentável! Pouco a pouco, tudo isto vai desaparecer. O que quer dizer que o Estado Social Europeu vai morrer. Se demorará muito ou pouco, falta ainda ver. Mas vai morrer. Aliás, ao olhar para a situação europeia neste momento, tem-se a impressão de estarmos já todos no velório do Estado Social Europeu. E certas greves gerais assumem, por isso, a função de extrema-unção serôdia.

Magalhães Pinto, em VIDA ECONÓMICA, em 25/11/2010

PORTO - MINHA CIDADE NATAL - XI



(vide I)

EFEMÉRIDE DO DIA

Neste dia, em 1845, nasceu o escritor português Eça de Queiroz.

A sua obra:

* O mistério da estrada de Sintra (1870) (eBook)
* O Crime do Padre Amaro (1875) (eBook)
* A tragédia da rua das flores (1877-78)
* O Primo Basílio (1878)
* O mandarim (1880) (eBook)
* As minas de Salomão (1885) (eBook)
* A relíquia (1887) (eBook)
* Os Maias (1888)
* Uma campanha alegre (1890-91)
* O tesouro (1893)
* A Aia (1894)
* Adão e Eva no paraíso (1897)
* Correspondência de Fradique Mendes (1900)
* A Ilustre Casa de Ramires (1900)
* A cidade e as serras (1901, póstumo) (eBook)
* Contos (1902, póstumo) (eBook)
* Prosas bárbaras (1903, póstumo)
* Cartas de Inglaterra (1905, póstumo) (eBook)
* Ecos de Paris (1905, póstumo)
* Cartas familiares e bilhetes de Paris (1907, póstumo)
* Notas contemporâneas (1909, póstumo)
* Últimas páginas (1912, póstumo)
* A Capital (1925, póstumo)
* O conde de Abranhos (1925, póstumo)
* Alves & Companhia (1925, póstumo)
* Correspondência (1925, póstumo)
* O Egipto (1926, póstumo)
* Cartas inéditas de Fradique Mendes (1929, póstumo)
* Eça de Queirós entre os seus - Cartas íntimas (1949, póstumo).


FOTO DO DIA

SORRISO DO DIA

Podia ter um cão ou um gato... mas preferiu este!...

24.11.10

FRASE DO DIA

"Governo altera estatuto ds magistrados."

Título de PÚBLICO - 24/11/2010

***

Bem feito! Alguém tem de controlar os juízes!...

PENSAMENTO DO DIA


Bem mais grave para a economia do que a greve geral de hoje, é a greve ao controlo da despesa pública que dura há vinte anos.

MEMÓRIA

A LADAÍNHA

O Governo decidiu encetar a reforma da tributação do património, por longo tempo adiada. Deu um primeiro passo, ainda tímido. Através de legislação agora em apreciação no Parlamento e em breve seguramente aprovada, o Governo decide, de uma assentada, quatro coisas:

- Matar o Imposto Sucessório, isto é, o imposto incidente sobre as heranças;

- Baixar a taxa da Sisa, incidente sobre as transacções de imóveis, ao mesmo tempo que aumenta espectacularmente o valor das transacções que desse imposto ficam isentas;

- Baixar a taxa da Contribuição Autárquica;

- E reavaliar o valor matricial dos prédios mais antigos, isto é, a base sobre que incidirão a Sisa e a Contribuição Autárquica.


Recordemos que a receita dos dois impostos que continuarão em vigor, embora com outro nome, quer a da Sisa, quer a da Contribuição Autárquica, revertem a favor das Autarquias Locais respectivas. E tanto bastou para que passássemos a assistir a uma litania de queixas, isto é, a uma ladaínha, por parte dos autarcas, afirmando-se prejudicados com as medidas anunciadas. É bom que esclareçamos dois ou três pontos que, sofismadamente, os autarcas reclamantes estão a esconder.

Em primeiro lugar, a competência para a fixação dos impostos - todos, nacionais ou locais - pertence, por princípio constitucional, à Assembleia da República. Donde, estar contra o que venha a ser deliberado seja estar contra a própria Constituição. Algo que deveria envergonhar os autarcas. Parece que não é assim. Donde, a conclusão de que, neste domínio, os autarcas são desvergonhados.

Depois, e fundamentalmente, os autarcas, na sua argumentação, escamoteiam o aspecto essencial da reforma levada a cabo pelo Governo. É que, baixando as taxas dos impostos Sisa e Contribuição Autárquica, o Governo provoca também a reavaliação dos valores sobre que tais taxas vão incidir. Não é preciso ser bruxo para saber que, no fim de isto tudo, o que vai acontecer é a Administração Pública, neste caso a local, ir arrecadar mais dinheiro. Quando muito, provocar-se-á uma mais justa repartição dos impostos pagos. Uma vez que há uma disparidade muito grande entre a Contribuição Autárquica paga por aqueles que adquiriram casa há pouco tempo e aqueles que já a têm há muito tempo.

No último cálculo sério por mim conhecido, datado já de há alguns anos, a reavaliação do património imobiliário para fins da Contribuição Autárquica produzia uma triplicação dos montantes arrecadados pelas autarquias sob esta capa. Presumia-se, então, que as taxas se mantinham, o que não acontece agora. E presumia-se uma reavaliação mais drástica do que aquela que vai acontecer agora. Portanto, não é de esperar que a receita triplique. Mas se pensarmos que a taxa vai reduzir-se de apenas 50%, não é difícil imaginar que a receita vai aumentar substancialmente. Donde, não ter qualquer fundamento a ladaínha dos autarcas.

Aos Contribuintes caberá esperar duas coisas. Por um lado, que a reavaliação a fazer dos imóveis seja justa. E que se atenda, por exemplo, a que é muito diferente ter casa para morar ou ter casa para passar férias. Ou, ainda, que não se pode fazer pagar uma Contribuição muito grande a quem tem casas alugadas há longo tempo, recebendo de renda quantias irrisórias. E, por outro lado, que não haja muitos autarcas com sobrinhos na Suíça.

Magalhães Pinto, em MATOSINHOS HOJE, em 15/4/2003

RECORDAR É VIVER

Bob Dylan. Blowing in the Wind.

PORTO - MINHA CIDADE NATAL - X



(vide I)

EFEMÉRIDE DO DIA

Neste dia, em 1906, nasceu o químico, pedagogo e poeta português Rómulo Severo de Carvalho, que, como poeta, ficou conhecido como António Gedeão.

Um dos seus poemas:

Pedra Filosofal

Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.

Eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.

Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.

Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.


FOTO DO DIA

SORRISO DO DIA

O computador "bifou"? Temor de perder os seus dados? Não precisa! Basta seguir as instruções...

23.11.10

FRASE DO DIA


"Só se gastaram 1,7 dos 5 milhões de euros destinados à segurança da cimeira da NATO."

Título de PÚBLICO - 23/11/2010

***

E, ainda por cima, a comprar coisas que ainda não chegaram e já acabou a cimeira! Isto sim, isto é que é economizar!

PENSAMENTO DO DIA



O dia seguinte ao da greve geral será precisamente igual ao dia anterior à mesma.

RECORDAR É VIVER

Os Sheiks. Summertime.

PORTO - MINHA CIDADE NATAL - IX



(vide I)

EFEMÉRIDE DO DIA

Neste dia, em 1925, o jornal O SÉCULO, de Lisboa, trazia o primeiro artigo sobre os negócios do falsário e burlão português Alves dos Reis.

Particularmente célebre foi o caso da falsificação de notas de 500 escudos, com a efígie de Vasco da Gama:

Foi durante o tempo da prisão (só esteve preso 54 dias e foi libertado em 27 de Agosto de 1924 por pormenores processuais) que concebeu o seu plano mais ousado. A sua ideia era falsificar um contrato em nome do Banco de Portugal, o banco central emissor de moeda, e que na altura era uma instituição parcialmente privada, que lhe permitiria obter notas ilegítimas mas impressas numa empresa legítima e com a mesma qualidade das verdadeiras.

Em 1924, Alves dos Reis contactou vários cúmplices e outros colaboradores de boa-fé para pôr o seu plano em marcha. Entre os seus cúmplices e colaboradores encontrava-se o financeiro holandês Karel Marang van Ijsselveere; Adolph Hennies, um espião alemão; Adriano Silva; Moura Coutinho; Manuel Roquette e especialmente José Bandeira. Um pormenor importante era que José Bandeira era irmão de António Bandeira, o embaixador português em Haia.

Alves dos Reis preparou um contrato fictício e conseguiu que este contrato fosse reconhecido notarialmente. Através de José Bandeira, obteve também a assinatura de António Bandeira. Conseguiu ainda que o seu contrato fosse validado pelos consulados da Inglaterra, da Alemanha e França. Traduziu o contrato em francês e falsificou assinaturas da administração do Banco de Portugal.

Através de Karel Marang, dirigiu-se a uma empresa de papel-moeda holandesa, mas esta remeteu-os para a empresa britânica Waterlow & Sons Limited de Londres, que era efectivamente a casa impressora do Banco de Portugal. Em 4 de Dezembro de 1924, Marang explicou a sir William Waterlow que, por razões políticas, todos os contactos ligados à impressão das novas notas deveriam ser feitos com a maior das discrições. O alegado objectivo das notas era conceder um grande empréstimo para o desenvolvimento de Angola. Cartas do Banco de Portugal para a Waterlow & Sons Limited foram também falsificadas por Alves dos Reis. William Waterlow escreveu uma carta confidencial ao governador do Banco de Portugal Inocêncio Camacho Rodrigues em que referia os contactos com Marang. Mas, aparentemente, a carta extraviou-se.

No caderno de encargos de impressão das notas, estipulava-se que estas viriam a ter posteriormente a sobrecarga Angola dado que, como se disse acima, alegadamente se destinariam a circular aí. Por essa razão, as notas tinham números de série de notas já em circulação em Portugal.

Waterlow & Sons Limited imprimiu assim 200 mil notas de valor nominal 500 escudos (no total quase 1% do PIB português de então), efígie Vasco da Gama chapa 2, com a data de 17 de Novembro de 1922. O número total de notas falsas de 500 escudos era quase tão elevado como o de notas legítimas. A primeira entrega teve lugar em Fevereiro de 1925, curiosamente cerca de um ano depois das notas verdadeiras de 500 escudos, efígie Vasco da Gama terem começado a circular. As notas passavam de Inglaterra a Portugal, com a ajuda dos seus cúmplices, José Bandeira, que utilizava as vantagens diplomáticas de seu irmão, Karel Marang e ligações ao cônsul da Libéria em Londres.

Alves dos Reis, embora o mentor da fraude e o falsificador de todos os documentos, ficava só com 25% das notas. Ainda assim, com esse dinheiro fundou o Banco de Angola e Metrópole em Junho de 1925. Para obter o alvará de abertura deste banco, recorreu também a diversas outras falsificações. Investiu na bolsa de valores e no mercado de câmbios. Comprou também o Palácio do Menino de Ouro (actualmente o edifício em Lisboa do British Council) ao milionário Luís Fernandes. Adquiriu três quintas e uma frota de táxis. Além disso, gastou uma avultadíssima soma em jóias e roupas caras para a sua mulher quando das estadias em Paris no Hotel Claridge, e para a amante de José Bandeira, Fie Carelsen, uma actriz holandesa. Compraram uns fantástico Hispano-Suiza. Tentou também comprar o Diário de Notícias.

O objectivo de Alves dos Reis era afinal comprar acções, e conseguir controlar o próprio Banco de Portugal, de forma a cobrir as falsificações e abafar qualquer investigação. Durante o Verão de 1925, directamente ou através de diversos "testa-de-ferro", comprou sete mil acções do Banco de Portugal. No final de Setembro já tinha nove mil acções, e no final de Novembro dez mil. Seriam necessárias 45 mil acções para controlar o banco central.