Neste dia, em 1527, nasceu D. Filipe II, rei de Espanha, que também seria D. Filipe I, rei de Portugal.
Um dos seus triunfos políticos foi obter a união ibérica, fazendo valer seus direitos de sucessão em 1581 nas Cortes de Tomar. A política matrimonial prévia das dinastias reinantes facilitara esta união.
Depois da morte do rei D. Sebastião na funesta batalha de Alcácer Quibir, ao ser aclamado rei o cardeal D. Henrique, decrépito, investiu os meios e dinheiro para ganhar ao seu partido a corte de Portugal.
Sete pretendentes disputavam a posse do reino quando morreu o rei em 1580, mas apenas cinco baseavam as suas pretensões em fundamentos aceitáveis:
* Filipe II filho da primogênita do rei Manuel I, com seu marido Carlos V;
* Duque de Sabóia, filho da infanta D. Beatriz, filha do mesmo Rei D. Manuel I e de seu esposo o duque de Sabóia;
* Dom António, prior do Crato, filho do infante D. Luís, sendo este filho do mesmo rei D. Manuel;
* duque de Parma, neto por parte de mãe do Infante D. Duarte, filho do mesmo rei D. Manuel;
* D. Catarina, Duquesa de Bragança, filha legítima do mesmo Infante D. Duarte.
Os que menos direito mostravam eram Catarina de Médicis, rainha de França, descendente de D. Afonso III e de sua primeira esposa a condessa Matilde de Bolonha, e o Papa, herdeiro natural dos cardeais, que entendia portanto dever usufruir o reino que um cardeal governava assim como podia usufruir uma quinta de que fora possuidor. Dos cinco que apresentavam títulos valiosos, só três disputavam seriamente a coroa: Filipe II, o prior do Crato e a duquesa de Bragança.
O reino de Portugal ficara entregue a cinco governadores dependentes dos Habsburgo, os quais, hesitavam em reconhecer Filipe como Rei. Este se dispôs a conquistar Portugal pelas armas. O prior do Crato se fizera aclamar em Santarém, mas dispunha de poucas tropas. Filipe reuniu exército, entregou-o ao Duque de Alba; confiou ao Marquês de Santa Cruz o comando da esquadra, e conservou-se próximo da fronteira de Badajoz. Alba marchou sobre Setúbal; conquistando o Alentejo, atravessou para Cascais na esquadra do Marquês de Santa Cruz, marchou sobre Lisboa, derrotou o prior do Crato na batalha de Alcântara a 4 de agosto de 1580, perseguiu-o até à província do Minho, e preparou enfim o reino para receber a visita do seu novo soberano.
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