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21.8.11

EFEMÉRIDE DO DIA

Neste dia, em 1986, faleceu o poeta português Alexandre O'Neill.


A poesia de Alexandre O'Neill concilia uma atitude de vanguarda, (surrealismo e experiências próximas do concretismo) — que se manifesta no carácter lúdico do seu jogo com as palavras, no seu bestiário, que evidencia o lado surreal do real, ou nos típicos «inventários» surrealistas — com a influência da tradição literária (de autores como Nicolau Tolentino e o abade de Jazente, por exemplo).[2]
Os seus textos caracterizam-se por uma intensa sátira a Portugal e aos portugueses, destruindo a imagem de um proletariado heróico criada pelo neorealismo, a que contrapõe a vida mesquinha, a dor do quotidiano, vista no entanto sem dramatismos, ironicamente, numa alternância entre a constatação do absurdo da vida e o humor como única forma de se lhe opor.
Temas como a solidão, o amor, o sonho, a passagem do tempo ou a morte, conduzem ao medo (veja-se "O Poema Pouco Original do Medo", com a sua figuração simbólica do rato) e/ou à revolta, de que o homem só poderá libertar-se através do humor, contrabalançado por vezes por um tom discretamente sentimental, revelador de um certo desespero perante o marasmo do país — "meu remorso, meu remorso de todos nós". Este humor é, muitas vezes, manifestado numa linguagem que parodia discursos estereotipados, como os discursos oficiais ou publicitários, ou que reflecte a própria organização social, pela integração nela operada do calão, da gíria, de lugares-comuns pequeno-burgueses, de onomatopeias ou de neologismos inventados pelo autor.

2 comentários:

Gabriela Acabado disse...

Gostei desta análise....Inteligente Analítica(qtbaste) e Sintectica! Centrada nos Pontos Críticos do Modo de Ser do Povo Português! Obrigado pela clarividencia!

cidissima disse...

Poeta português que fez
parte do grupo surrea-
lista de Lisboa criado há
mais de 60 anos e que visava
fazer pensar, reagir, pro-
vocar na sequência do
seu homônimo e genético
original francês.

Sua poesia versa
a provocação, a análise
da sociedade sem dó, as questões existen-
ciais, mais uma vez passando
muito na TV Portuguesa.

Cida