(continuação)
Quando acabara a escola, fora trabalhar no comércio. Na filial em Bafatá da Casa Gouveia. Era ali que as mulheres das redondezas vinham trazer o arroz e a mancarra, levando em troca capulanas e um ou outro utensílio. Às vezes, levavam colares de contas e espelhos. Ali vinham, também, os tendeiros do mato descarregar as suas velhas carripanas. Deixou de gostar do trabalho, quando se apercebeu que para levar um pouco de tecido, embora garrido e bonito, as mulheres deixavam doze balaios de arroz ou de mancarra. Num ano de seca, as mulheres tinham levado os tecidos sem deixar nem mancarra nem arroz. Ficara assente no livro os balaios a entregar na colheita seguinte. Mas, quando esta chegou, por cada dez balaios escritos no livro, tiveram que entregar vinte. A maior parte delas ainda ficou a dever balaios de arroz ou mancarra para a colheita seguinte. Reclamara do patrão em defesa das mulheres e tinha sido despedido.
(continua)
Magalhães Pinto
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