(continuação)
Pelo meio da tarde do terceiro dia, divisaram tropa ao longe. Mamadú alvoroçou-se. Pela primeira vez ia disparar contra aqueles ao lado de quem estivera tanto tempo. Oxalá fosse gente desconhecida. Seria mais fácil.
Quando a maior parte deles ficou dentro do campo de tiro, o chefe deu o sinal. E, ao tiro disparado, sucedeu-se a chinfrineira. A tropa tinha reagido com prontidão, atirando-se por terra e respondendo ao fogo nutrido dos guerrilheiros com idêntica violência. Os soldados começaram a movimentar-se, procurando realizar um envolvimento dos guerrilheiros. O fragor das granadas a rebentar punha tampões nos ouvidos. A luta foi perdendo a ordem inicial. Uns tantos soldados tinham conseguido sair do enfiamento de fogo e iniciavam uma manobra de cerco. Os guerrilheiros e, entre eles, Mamadú, perceberam a manobra. Para alguns, seria fácil escaparem ao perigo. Mas, para isso, tinham que abandonar companheiros já quase cercados.
(continua)
Magalhães Pinto
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