"A campanha em curso de ataques soezes contra Manuel Alegre tem como objectivo estender a passadeira vermelha ao candidato Cavaco Silva."
Elísio Estanque - PÚBLICO - 31/12/2010
***
O maior cego é sempre o que não quer ver! Que dirá este senhor do uso (quase exclusivo como argumento de luta) do caso BPN para atacar o dito candidato Cavaco Silva? Eu respondo por ele: um nojo!
. . . OS SINAIS DO NOSSO TEMPO, NUM REGISTO DESPRETENSIOSO, BEM HUMORADO POR VEZES E SEMPRE CRÍTICO. . .
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31.12.10
PENSAMENTO DO DIA
EFEMÉRIDE DO DIA
Neste dia, em 1908, nasceu o arquitecto austríaco e "caçador" de nazis Simon Wiesenthal.
Criador de um centro de documentação sobre as vítimas do Holocausto em 1947, Wiesenthal foi responsável pela prisão de mais de 1100 criminosos. Em suas memórias, Justiça, não Vingança (1989), afirmou que “os nazistas não escaparão sem punição pelo assassinato de milhões de seres humanos”. Wiesenthal investigou o paradeiro de Adolf Eichmann, alto oficial nazista que organizava o transporte de judeus para campos de extermínio na Europa. Encontrado por ele, Eichmann foi sequestrado na Argentina pelo Mossad (serviço secreto israelense), e levado para ser julgado e condenado à morte em Israel no ano de 1962.
Criador de um centro de documentação sobre as vítimas do Holocausto em 1947, Wiesenthal foi responsável pela prisão de mais de 1100 criminosos. Em suas memórias, Justiça, não Vingança (1989), afirmou que “os nazistas não escaparão sem punição pelo assassinato de milhões de seres humanos”. Wiesenthal investigou o paradeiro de Adolf Eichmann, alto oficial nazista que organizava o transporte de judeus para campos de extermínio na Europa. Encontrado por ele, Eichmann foi sequestrado na Argentina pelo Mossad (serviço secreto israelense), e levado para ser julgado e condenado à morte em Israel no ano de 1962.
30.12.10
FRASE DO DIA
PENSAMENTO DO DIA
CRÓNICA DA SEMANA
O PRÓXIMO ANO
Um Natal mais a ficar para trás. Só agora, depois de muito já, é que entendo porque é que o meu avô, quando lhe perguntavam a idade, sempre dava a resposta em Natais contados. Quando chega ao fim, cada Natal sempre me deixa a sensação de algo perdido para sempre. Não sei se por força de se ter transformado em passado, se por ter sido mal aproveitado. Não é, com certeza, uma sensação apenas minha. Estou mesmo convencido que é tão universal o sentimento, que os homens acharam por bem não colocar o início de um novo ano não muito longe do Natal. A esperança pelo novo ano despertada é um antídoto razoável para a sensação de solidão deixada pela passagem do Natal.
No entanto, no primeiro dia de Janeiro do ano que aí vem, o mundo vai estar igualzinho ao da véspera. O sol, mais nuvem menos nuvem, vai nascer apenas um minuto mais cedo. No Afeganistão, as armas vão continua a emitir passaportes para viagens sem regresso. Em lugares que mais parecem sarjetas de uma sociedade que se diz civilizada e não pré-histórica, continuarão a morrer milhares de crianças filhos de uma vida madrasta. Aqui e além anonimamente, pela calada da noite da humanidade, talvez se ouça ou uma outra bomba a estoirar. Os mercados financeiros continuarão presunçosamente a ensinar aos governos como é que se governa. Não se ficando por aí. Desmentirão, pela manhã, os retóricos da véspera à noite. Por cá, continuaremos a ver o défice orçamental a agravar-se, a dívida a crescer, os impostos a aumentar, o rendimento a diminuir. Para que tudo seja mais igual, até conservaremos o Chefe do Estado. Já o mesmo talvez se não possa dizer do Primeiro-Ministro. Mas não é este um prognóstico certo. Porque, para que este Primeiro saia haverá de haver outro que queira ocupar o seu lugar. E não se vê grande vontade. Não haverá crescimento do desemprego nesse primeiro dia do ano apenas porque é feriado e as empresas nem despedem nem fecham quando estão fechadas. Vão enterrar-se alguns portugueses, enquanto nascerão outros, em contrapartida. Todos, os mortos e os nascidos, com direito a notícia no jornal, aqueles a pagar, alguns destes à borla. Aliás, neste domínio, há um fenómeno curioso. Nenhum periódico publica, nem mesmo entre os anúncios das casas de massagens ou dos desabafos sentimentais, notícia sobre a última pessoa a nascer num determinado ano; mas todos dão notícia do primeiro a nascer no novo ano. Começam logo aí as desigualdades sociais. Inimputáveis. Nem ao capitalismo liberal, nem ao socialismo democrático, nem ao comunismo totalitário. Não passam de míseras desigualdades sociais assentes no calendário.
Não obstante o mundo do primeiro dia de Janeiro ser praticamente igualzinho ao mundo do dia trinta e um de Dezembro, nós temos esta mania de atribuir à meia-noite que separa os dois um significado especial. Custa-me sempre muito a compreender o porquê desse significado. Ainda se a passagem de ano fosse aquela que a cada um faz entrar num novo ano de vida ou fosse aquele momento mágico em que, acompanhando a eterna viagem da Terra, cada um de nós completa uma volta em redor da luz que nos alumia, ainda vá que não vá. Agora assim, uma data, um dia só, para todos, que estranha coisa. Não consigo encontrar explicação para este fenómeno que nos faz ter esperanças ou desesperos todos ao mesmo tempo.
Vem a talhe de foice dizer que esta passagem que aí vem parece ser mais propícia a desesperos do que a esperanças. Isto, não obstante o esforço hercúleo que o nosso Primeiro faz todos os dias para que os termos se invertam. Em vão. Felizmente, os políticos ainda não têm o controlo dos nossos pensamentos nem sobre isso podem fisicamente cobrar imposto. Não estou seguro se será sempre assim. Que os pensamentos não paguem imposto. Penso mesmo, enquanto o pensamento é disso isento, que um dia chegará em que acontecerá. Mas estou seguro de que ainda não será este ano. Falta aquilo a que chamo o “pensómetro”, um aparelho electrónico, da laia daqueles que foram instalados nas SCUTS, que mede a nossa actividade cerebral e debita os impulsos directamente no nosso cartão de crédito. Os avanços tecnológicos são, porém, muito rápidos neste domínio e não deveremos estar longe IPA, Imposto sobre o Pensamento Acrescentado.
Algo em que pensei também, nestes dias, foi encontrar um nome para o ano que aí vem. Os chineses fazem-no e a China prepara-se para governar o Mundo, pelo que o melhor é a gente ir-se habituando aos seus hábitos. E o nome mais apropriado que consegui encontrar foi “o ano da encruzilhada”. Porque é uma difícil encruzilhada que teremos pela frente, no próximo ano. Uma encruzilhada de duas estradas apenas. Ambas feitas de pedra dura, desnivelada, agrestes, eriçadas de espinhos. Mas com uma diferença fundamental entre elas. Enquanto uma tem uma saída, longínqua mas uma saída, a outra é uma espécie de espiral sem fim, apenas nos fará andar às voltas sem nunca sair do sítio. E o problema de um ano assim é que vamos ter de ser nós a decidir. Primeiro, porque não é bom deixar os outros decidir por nós. Segundo porque a experiência denota que os que têm decidido por nós sabem menos do caminho do que nós. Seremos nós capazes de, nesta encruzilhada, escolher a boa estrada?
Pode ser que sim, pode ser que não. Ai de nós se não! Não estamos em condições de dar passos em falso. Donde, nesta fantasia formal que é a passagem de um ano para outro quando os dois se não distinguem, eu lhe desejo algo de que vai precisar muito, meu Caro Leitor: bom senso. Vai precisar de carradas dele. Porque, se julga que já passou por tudo neste ano que vai terminar, desiluda-se. O próximo ano vai trazer-lhe muitas novidades. Todas más. Depende do seu bom senso evitar que sejam piores. Isto é, o seu Ano vai ser tão Bom quanto o meu Caro Leitor merecer.
Magalhães Pinto, em VIDA ECONÓMICA, em 30/12/2010
Um Natal mais a ficar para trás. Só agora, depois de muito já, é que entendo porque é que o meu avô, quando lhe perguntavam a idade, sempre dava a resposta em Natais contados. Quando chega ao fim, cada Natal sempre me deixa a sensação de algo perdido para sempre. Não sei se por força de se ter transformado em passado, se por ter sido mal aproveitado. Não é, com certeza, uma sensação apenas minha. Estou mesmo convencido que é tão universal o sentimento, que os homens acharam por bem não colocar o início de um novo ano não muito longe do Natal. A esperança pelo novo ano despertada é um antídoto razoável para a sensação de solidão deixada pela passagem do Natal.
No entanto, no primeiro dia de Janeiro do ano que aí vem, o mundo vai estar igualzinho ao da véspera. O sol, mais nuvem menos nuvem, vai nascer apenas um minuto mais cedo. No Afeganistão, as armas vão continua a emitir passaportes para viagens sem regresso. Em lugares que mais parecem sarjetas de uma sociedade que se diz civilizada e não pré-histórica, continuarão a morrer milhares de crianças filhos de uma vida madrasta. Aqui e além anonimamente, pela calada da noite da humanidade, talvez se ouça ou uma outra bomba a estoirar. Os mercados financeiros continuarão presunçosamente a ensinar aos governos como é que se governa. Não se ficando por aí. Desmentirão, pela manhã, os retóricos da véspera à noite. Por cá, continuaremos a ver o défice orçamental a agravar-se, a dívida a crescer, os impostos a aumentar, o rendimento a diminuir. Para que tudo seja mais igual, até conservaremos o Chefe do Estado. Já o mesmo talvez se não possa dizer do Primeiro-Ministro. Mas não é este um prognóstico certo. Porque, para que este Primeiro saia haverá de haver outro que queira ocupar o seu lugar. E não se vê grande vontade. Não haverá crescimento do desemprego nesse primeiro dia do ano apenas porque é feriado e as empresas nem despedem nem fecham quando estão fechadas. Vão enterrar-se alguns portugueses, enquanto nascerão outros, em contrapartida. Todos, os mortos e os nascidos, com direito a notícia no jornal, aqueles a pagar, alguns destes à borla. Aliás, neste domínio, há um fenómeno curioso. Nenhum periódico publica, nem mesmo entre os anúncios das casas de massagens ou dos desabafos sentimentais, notícia sobre a última pessoa a nascer num determinado ano; mas todos dão notícia do primeiro a nascer no novo ano. Começam logo aí as desigualdades sociais. Inimputáveis. Nem ao capitalismo liberal, nem ao socialismo democrático, nem ao comunismo totalitário. Não passam de míseras desigualdades sociais assentes no calendário.
Não obstante o mundo do primeiro dia de Janeiro ser praticamente igualzinho ao mundo do dia trinta e um de Dezembro, nós temos esta mania de atribuir à meia-noite que separa os dois um significado especial. Custa-me sempre muito a compreender o porquê desse significado. Ainda se a passagem de ano fosse aquela que a cada um faz entrar num novo ano de vida ou fosse aquele momento mágico em que, acompanhando a eterna viagem da Terra, cada um de nós completa uma volta em redor da luz que nos alumia, ainda vá que não vá. Agora assim, uma data, um dia só, para todos, que estranha coisa. Não consigo encontrar explicação para este fenómeno que nos faz ter esperanças ou desesperos todos ao mesmo tempo.
Vem a talhe de foice dizer que esta passagem que aí vem parece ser mais propícia a desesperos do que a esperanças. Isto, não obstante o esforço hercúleo que o nosso Primeiro faz todos os dias para que os termos se invertam. Em vão. Felizmente, os políticos ainda não têm o controlo dos nossos pensamentos nem sobre isso podem fisicamente cobrar imposto. Não estou seguro se será sempre assim. Que os pensamentos não paguem imposto. Penso mesmo, enquanto o pensamento é disso isento, que um dia chegará em que acontecerá. Mas estou seguro de que ainda não será este ano. Falta aquilo a que chamo o “pensómetro”, um aparelho electrónico, da laia daqueles que foram instalados nas SCUTS, que mede a nossa actividade cerebral e debita os impulsos directamente no nosso cartão de crédito. Os avanços tecnológicos são, porém, muito rápidos neste domínio e não deveremos estar longe IPA, Imposto sobre o Pensamento Acrescentado.
Algo em que pensei também, nestes dias, foi encontrar um nome para o ano que aí vem. Os chineses fazem-no e a China prepara-se para governar o Mundo, pelo que o melhor é a gente ir-se habituando aos seus hábitos. E o nome mais apropriado que consegui encontrar foi “o ano da encruzilhada”. Porque é uma difícil encruzilhada que teremos pela frente, no próximo ano. Uma encruzilhada de duas estradas apenas. Ambas feitas de pedra dura, desnivelada, agrestes, eriçadas de espinhos. Mas com uma diferença fundamental entre elas. Enquanto uma tem uma saída, longínqua mas uma saída, a outra é uma espécie de espiral sem fim, apenas nos fará andar às voltas sem nunca sair do sítio. E o problema de um ano assim é que vamos ter de ser nós a decidir. Primeiro, porque não é bom deixar os outros decidir por nós. Segundo porque a experiência denota que os que têm decidido por nós sabem menos do caminho do que nós. Seremos nós capazes de, nesta encruzilhada, escolher a boa estrada?
Pode ser que sim, pode ser que não. Ai de nós se não! Não estamos em condições de dar passos em falso. Donde, nesta fantasia formal que é a passagem de um ano para outro quando os dois se não distinguem, eu lhe desejo algo de que vai precisar muito, meu Caro Leitor: bom senso. Vai precisar de carradas dele. Porque, se julga que já passou por tudo neste ano que vai terminar, desiluda-se. O próximo ano vai trazer-lhe muitas novidades. Todas más. Depende do seu bom senso evitar que sejam piores. Isto é, o seu Ano vai ser tão Bom quanto o meu Caro Leitor merecer.
Magalhães Pinto, em VIDA ECONÓMICA, em 30/12/2010
EFEMÉRIDE DO DIA
Neste dia, em 1865, nasceu, em Bombaim, o poeta e escritor inglês Rudyard Kipling.
Foi um dos escritores mais populares da Inglaterra, em prosa e poema, no final do século XIX e início do XX. O autor Henry James referiu: "Kipling me impressiona pessoalmente como o mais completo homem de gênio (o que difere de inteligência refinada) que eu jamais conheci.". Foi laureado com o Nobel de Literatura de 1907, tornando-se o primeiro autor de língua inglesa a receber esse prêmio e, até hoje, o mais jovem a recebê-lo.
Um dos seus mais belos poemas:
SE
Se és capaz de manter tua calma, quando,
todo mundo ao redor já a perdeu e te culpa.
De crer em ti quando estão todos duvidando,
e para esses no entanto achar uma desculpa.
Se és capaz de esperar sem te desesperares,
ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
e não parecer bom demais, nem pretensioso.
Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires,
de sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores.
Se, encontrando a Desgraça e o Triunfo, conseguires,
tratar da mesma forma a esses dois impostores.
Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas,
em armadilhas as verdades que disseste
E as coisas, por que deste a vida estraçalhadas,
e refazê-las com o bem pouco que te reste.
Se és capaz de arriscar numa única parada,
tudo quanto ganhaste em toda a tua vida.
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
resignado, tornar ao ponto de partida.
De forçar coração, nervos, músculos, tudo,
a dar seja o que for que neles ainda existe.
E a persistir assim quando, exausto, contudo,
resta a vontade em ti, que ainda te ordena: Persiste!
Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes,
e, entre Reis, não perder a naturalidade.
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
se a todos podes ser de alguma utilidade.
Se és capaz de dar, segundo por segundo,
ao minuto fatal todo valor e brilho.
Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo,
e - o que ainda é muito mais - és um Homem, meu filho!
Rudyard Kipling
Tradução de Guilherme de Almeida
Foi um dos escritores mais populares da Inglaterra, em prosa e poema, no final do século XIX e início do XX. O autor Henry James referiu: "Kipling me impressiona pessoalmente como o mais completo homem de gênio (o que difere de inteligência refinada) que eu jamais conheci.". Foi laureado com o Nobel de Literatura de 1907, tornando-se o primeiro autor de língua inglesa a receber esse prêmio e, até hoje, o mais jovem a recebê-lo.
Um dos seus mais belos poemas:
SE
Se és capaz de manter tua calma, quando,
todo mundo ao redor já a perdeu e te culpa.
De crer em ti quando estão todos duvidando,
e para esses no entanto achar uma desculpa.
Se és capaz de esperar sem te desesperares,
ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
e não parecer bom demais, nem pretensioso.
Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires,
de sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores.
Se, encontrando a Desgraça e o Triunfo, conseguires,
tratar da mesma forma a esses dois impostores.
Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas,
em armadilhas as verdades que disseste
E as coisas, por que deste a vida estraçalhadas,
e refazê-las com o bem pouco que te reste.
Se és capaz de arriscar numa única parada,
tudo quanto ganhaste em toda a tua vida.
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
resignado, tornar ao ponto de partida.
De forçar coração, nervos, músculos, tudo,
a dar seja o que for que neles ainda existe.
E a persistir assim quando, exausto, contudo,
resta a vontade em ti, que ainda te ordena: Persiste!
Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes,
e, entre Reis, não perder a naturalidade.
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
se a todos podes ser de alguma utilidade.
Se és capaz de dar, segundo por segundo,
ao minuto fatal todo valor e brilho.
Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo,
e - o que ainda é muito mais - és um Homem, meu filho!
Rudyard Kipling
Tradução de Guilherme de Almeida
29.12.10
FRASE DO DIA
PENSAMENTO DO DIA
Ao ritmo a que os advogados estão a abandonar a profissão, por excessivos, não tardará que um governante qualquer venha por aí comentar o sucesso da Educação Nacional por já termos arrumadores de automóveis licenciados.
EFEMÉRIDE DO DIA
Neste dia, em 1916, faleceu, assasinado, o místico russo Grigori Rasputin.
Por volta de 1905, a sua já conhecida reputação de místico introduziu-o no círculo restrito da Corte imperial russa, onde diz-se que Rasputin chega mesmo a salvar Alexei Romanov, o filho do czar, de hemofilia.
Perante este acontecimento, a czarina Alexandra Fedorovna dedicar-lhe-á uma atenção cega e uma confiança desmedida, denominando-o mesmo de "mensageiro de Deus". Com esta proteção Rasputin passa a influenciar ocultamente a Corte e principalmente a família imperial russa, colocando homens como ele no topo da hierarquia da poderosa Igreja Nacional Russa.
Todavia, o seu comportamento dissoluto, licencioso e devasso (supostas orgias e envolvimento com mulheres da alta sociedade) justificará denúncias por parte de políticos atentos à sua trajetória poluta, entre os quais se destacam Stolypine e Kokovtsov. O czar Nicolau II afasta então Rasputin, mas a czarina Alexandra mantém a sua confiança absoluta no decadente monge.
Por volta de 1905, a sua já conhecida reputação de místico introduziu-o no círculo restrito da Corte imperial russa, onde diz-se que Rasputin chega mesmo a salvar Alexei Romanov, o filho do czar, de hemofilia.
Perante este acontecimento, a czarina Alexandra Fedorovna dedicar-lhe-á uma atenção cega e uma confiança desmedida, denominando-o mesmo de "mensageiro de Deus". Com esta proteção Rasputin passa a influenciar ocultamente a Corte e principalmente a família imperial russa, colocando homens como ele no topo da hierarquia da poderosa Igreja Nacional Russa.
Todavia, o seu comportamento dissoluto, licencioso e devasso (supostas orgias e envolvimento com mulheres da alta sociedade) justificará denúncias por parte de políticos atentos à sua trajetória poluta, entre os quais se destacam Stolypine e Kokovtsov. O czar Nicolau II afasta então Rasputin, mas a czarina Alexandra mantém a sua confiança absoluta no decadente monge.
28.12.10
FRASE DO DIA
PENSAMENTO DO DIA
MARCOS DA FOTOGRAFIA - XXIII
EFEMÉRIDE DO DIA
Neste dia, em 1918, faleceu o poeta brasileiro Olavo Bilac.
Já consagrado em 1907, o autor do Hino da Bandeira é convidado para liderar o movimento em prol do serviço militar obrigatório, já matéria de lei desde 1907, mas apenas discutido em 1915. Bilac se desdobra para convencer os jovens a se alistar.
Já no fim de sua vida, em 1917, Bilac recebe o título de professor honorário da Universidade de São Paulo. E talvez seja considerado um professor mesmo: dos contemporâneos, leitores de suas crônicas e ouvintes de sua poesia; dos que se formaram na leitura de seus livros escolares; de modo geral, dos que até hoje são enfeitiçados por seus poemas.
É como poeta Bilac se imortalizou. Foi eleito Príncipe dos Poetas Brasileiros pela revista Fon-Fon em 1907. Juntamente com Alberto de Oliveira e Raimundo Correia, foi a maior liderança e expressão do Parnasianismo no Brasil, constituindo a chamada Tríade Parnasiana. A publicação de Poesias, em 1888 rendeu-lhe a consagração.
Um soneto seu:
Um beijo
Foste o beijo melhor da minha vida,
ou talvez o pior...Glória e tormento,
contigo à luz subi do firmamento,
contigo fui pela infernal descida!
Morreste, e o meu desejo não te olvida:
queimas-me o sangue, enches-me o pensamento,
e do teu gosto amargo me alimento,
e rolo-te na boca malferida.
Beijo extremo, meu prêmio e meu castigo,
batismo e extrema-unção, naquele instante
por que, feliz, eu não morri contigo?
Sinto-me o ardor, e o crepitar te escuto,
beijo divino! e anseio delirante,
na perpétua saudade de um minuto...
Já consagrado em 1907, o autor do Hino da Bandeira é convidado para liderar o movimento em prol do serviço militar obrigatório, já matéria de lei desde 1907, mas apenas discutido em 1915. Bilac se desdobra para convencer os jovens a se alistar.
Já no fim de sua vida, em 1917, Bilac recebe o título de professor honorário da Universidade de São Paulo. E talvez seja considerado um professor mesmo: dos contemporâneos, leitores de suas crônicas e ouvintes de sua poesia; dos que se formaram na leitura de seus livros escolares; de modo geral, dos que até hoje são enfeitiçados por seus poemas.
É como poeta Bilac se imortalizou. Foi eleito Príncipe dos Poetas Brasileiros pela revista Fon-Fon em 1907. Juntamente com Alberto de Oliveira e Raimundo Correia, foi a maior liderança e expressão do Parnasianismo no Brasil, constituindo a chamada Tríade Parnasiana. A publicação de Poesias, em 1888 rendeu-lhe a consagração.
Um soneto seu:
Um beijo
Foste o beijo melhor da minha vida,
ou talvez o pior...Glória e tormento,
contigo à luz subi do firmamento,
contigo fui pela infernal descida!
Morreste, e o meu desejo não te olvida:
queimas-me o sangue, enches-me o pensamento,
e do teu gosto amargo me alimento,
e rolo-te na boca malferida.
Beijo extremo, meu prêmio e meu castigo,
batismo e extrema-unção, naquele instante
por que, feliz, eu não morri contigo?
Sinto-me o ardor, e o crepitar te escuto,
beijo divino! e anseio delirante,
na perpétua saudade de um minuto...
27.12.10
FRASE DO DIA
POEMA DO MÊS
FALHADO
Querendo ganhar, fiquei perdido
Nas trevas
da razão sem sentido!
Querendo perder, ganhei a prisão
do medo,
do sentir sem razão!...
Querendo entregar, recebi o despeito
feroz
que me amordaça o peito!...
Querendo receber, dei esta dor
atroz,
sem nenhum esplendor!...
É assim meu calvário!
Fazer tudo ao contrário...
Magalhães Pinto
RECORDAR É VIVER
Marlene Dietrich. Lili Marlene (a canção ícone dos soldados alemães na I Grande Guerra).
EFEMÉRIDE DO DIA
Neste dia, em 1901, nasceu a actriz de cinema alemã Marlene Dietrich.
Foi convidada por Hitler para protagonizar filmes pró-nazis, mas ela recusou o convite e tornou-se cidadã estadunidense, o que Hitler tomou como um desrespeito para a pátria alemã, e chamou Dietrich de traidora.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Marlene foi ao encontro das tropas aliadas, onde cantava para divertir e aliviar a dor dos soldados. Condecorada com medalha após a guerra, Marlene descobriu um dom que poderia explorar: sua voz. Assim ela começou a cantar além de atuar. A partir de 1951, começa a se apresentar em espectáculos em Las Vegas, no Sahara Hotel.
Em 1961 Marlene protagonizou um filme que quebraria barreiras e chocaria o mundo com um assunto que ainda assustava. O filme era Julgamento em Nuremberg, que tratava do holocausto, do nazismo, e do tumultuado julgamento que condenou os grandes líderes nazis.
Foi convidada por Hitler para protagonizar filmes pró-nazis, mas ela recusou o convite e tornou-se cidadã estadunidense, o que Hitler tomou como um desrespeito para a pátria alemã, e chamou Dietrich de traidora.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Marlene foi ao encontro das tropas aliadas, onde cantava para divertir e aliviar a dor dos soldados. Condecorada com medalha após a guerra, Marlene descobriu um dom que poderia explorar: sua voz. Assim ela começou a cantar além de atuar. A partir de 1951, começa a se apresentar em espectáculos em Las Vegas, no Sahara Hotel.
Em 1961 Marlene protagonizou um filme que quebraria barreiras e chocaria o mundo com um assunto que ainda assustava. O filme era Julgamento em Nuremberg, que tratava do holocausto, do nazismo, e do tumultuado julgamento que condenou os grandes líderes nazis.
26.12.10
FRASE DO DIA
PENSAMENTO DO DIA
EFEMÉRIDE DO DIA
Neste dia, em 2004, um terramoto no Oceano Índico provoca um violento tsunami que matou mais de 200.000 pessoas.
25.12.10
PENSAMENTO DO DIA
24.12.10
FRASE DO DIA
PENSAMENTO DO DIA
EFEMÉRIDE DO DIA
Neste dia, em 1524, faleceu o navegador português Vasco da Gama.
Foi o comandante dos primeiros navios a navegar directamente da Europa para a Índia, na mais longa viagem oceânica até então realizada, superior a uma volta completa ao mundo pelo equador. No fim da vida foi , por um breve período, governador da Índia portuguesa com o título de vice-rei.
A viagem à Ínida foi uma expedição essencialmente exploratória que levava cartas do rei D. Manuel I para os reinos a visitar, padrões para colocar, e que fora equipada por Bartolomeu Dias com alguns produtos que haviam provado ser úteis nas suas viagens, para as trocas com o comércio local. O único testemunho presencial da viagem é consta num diário de bordo anónimo, atribuído a Álvaro Velho.
A expedição partiu de Lisboa, acompanhada por Bartolomeu Dias que seguia numa caravela rumo à Mina, seguindo a rota já experimentada pelos anteriores exploradores ao longo da costa de África, através de Tenerife e do Arquipélago de Cabo Verde. Após atingir a costa da atual Serra Leoa, Vasco da Gama desviou-se para o sul em mar aberto, cruzando a linha do Equador, em demanda dos ventos vindos do oeste do Atlântico Sul, que Bartolomeu Dias já havia identificado desde 1487. Esta manobra de "volta do mar" foi bem sucedida e, a 4 de Novembro de 1497, a expedição atingiu novamente o litoral Africano. Após mais de três meses, os navios tinham navegado mais de 6.000 quilómetros de mar aberto, a viagem mais longa até realizada em alto mar.
Em 20 de Maio de 1498, a frota alcançou Kappakadavu, próxima a Calecute, no actual estado indiano de Kerala, ficando estabelecida a Rota do Cabo e aberto o caminho marítimo dos Europeus para a Índia.
Foi o comandante dos primeiros navios a navegar directamente da Europa para a Índia, na mais longa viagem oceânica até então realizada, superior a uma volta completa ao mundo pelo equador. No fim da vida foi , por um breve período, governador da Índia portuguesa com o título de vice-rei.
A viagem à Ínida foi uma expedição essencialmente exploratória que levava cartas do rei D. Manuel I para os reinos a visitar, padrões para colocar, e que fora equipada por Bartolomeu Dias com alguns produtos que haviam provado ser úteis nas suas viagens, para as trocas com o comércio local. O único testemunho presencial da viagem é consta num diário de bordo anónimo, atribuído a Álvaro Velho.
A expedição partiu de Lisboa, acompanhada por Bartolomeu Dias que seguia numa caravela rumo à Mina, seguindo a rota já experimentada pelos anteriores exploradores ao longo da costa de África, através de Tenerife e do Arquipélago de Cabo Verde. Após atingir a costa da atual Serra Leoa, Vasco da Gama desviou-se para o sul em mar aberto, cruzando a linha do Equador, em demanda dos ventos vindos do oeste do Atlântico Sul, que Bartolomeu Dias já havia identificado desde 1487. Esta manobra de "volta do mar" foi bem sucedida e, a 4 de Novembro de 1497, a expedição atingiu novamente o litoral Africano. Após mais de três meses, os navios tinham navegado mais de 6.000 quilómetros de mar aberto, a viagem mais longa até realizada em alto mar.
Em 20 de Maio de 1498, a frota alcançou Kappakadavu, próxima a Calecute, no actual estado indiano de Kerala, ficando estabelecida a Rota do Cabo e aberto o caminho marítimo dos Europeus para a Índia.
23.12.10
FRASE DO DIA
PENSAMENTO DO DIA
CRÓNICA DA SEMANA
NATAL
Este Natal será celebrado pelos portugueses em condições de preocupação. Não só toda a gente diz para aí que nos espera um mau ano novo, mas também porque, grande parte de nós já começou a sentir na bolsa as consequências das medidas de austeridade decretadas pelo Governo. Medidas que, pensemos nós o que pensarmos, são absolutamente necessárias. O mal não é destas medidas, que não podemos evitar, mas sim de tudo quanto ficou para trás e que foi mal feito. Sobretudo, o desgoverno que, durante muitos anos, foi feito dos nossos recursos. Talvez agora, aqueles que nos chamavam má-língua e pessimistas, atribuindo a obscuros objectivos de natureza partidária os avisos que íamos sucessivamente fazendo, reconheçam a razão de ser do que fomos dizendo ao longo de tantos anos.
Guardando como lição para o futuro a situação actual, quero todavia deixar uma palavra de esperança. Esperança que, para se concretizar, tem de contar com o empenho de todos os portugueses. Podemos sair desta crise que nos amargura a vida. Basta fazermos três coisas. Trabalhar muito, trabalhar com gosto e gastar pouco. Não há outra maneira de sair do sítio onde estamos. Como sempre foi afirmado, quando se gasta e não se produz, o armazém fica vazio. O único modo de o voltar a encher é produzindo mais do que se gasta.
Nem sempre temos tido o bom senso de agir assim. Por isso é que, talvez, a melhor prenda que o Pai Natal pode dar aos portugueses é pacotes de bom senso. Em vez de nos preocuparmos tanto com os partidos – que têm uma lógica de funcionamento que não se afasta muito da dos clubes de futebol – nos preocupemos mais com Portugal. Porque, ao preocuparmo-nos com Portugal, estamos a preocupar-nos com os Portugueses, isto é, com nós próprios.
É com esta ideia na mente e no coração que eu aproveito para desejar a todos um Feliz Natal e o Ano Novo melhor possível.
Magalhães Pinto, em Rádio Clube de Matosinhos, em 22/12/2010
Este Natal será celebrado pelos portugueses em condições de preocupação. Não só toda a gente diz para aí que nos espera um mau ano novo, mas também porque, grande parte de nós já começou a sentir na bolsa as consequências das medidas de austeridade decretadas pelo Governo. Medidas que, pensemos nós o que pensarmos, são absolutamente necessárias. O mal não é destas medidas, que não podemos evitar, mas sim de tudo quanto ficou para trás e que foi mal feito. Sobretudo, o desgoverno que, durante muitos anos, foi feito dos nossos recursos. Talvez agora, aqueles que nos chamavam má-língua e pessimistas, atribuindo a obscuros objectivos de natureza partidária os avisos que íamos sucessivamente fazendo, reconheçam a razão de ser do que fomos dizendo ao longo de tantos anos.
Guardando como lição para o futuro a situação actual, quero todavia deixar uma palavra de esperança. Esperança que, para se concretizar, tem de contar com o empenho de todos os portugueses. Podemos sair desta crise que nos amargura a vida. Basta fazermos três coisas. Trabalhar muito, trabalhar com gosto e gastar pouco. Não há outra maneira de sair do sítio onde estamos. Como sempre foi afirmado, quando se gasta e não se produz, o armazém fica vazio. O único modo de o voltar a encher é produzindo mais do que se gasta.
Nem sempre temos tido o bom senso de agir assim. Por isso é que, talvez, a melhor prenda que o Pai Natal pode dar aos portugueses é pacotes de bom senso. Em vez de nos preocuparmos tanto com os partidos – que têm uma lógica de funcionamento que não se afasta muito da dos clubes de futebol – nos preocupemos mais com Portugal. Porque, ao preocuparmo-nos com Portugal, estamos a preocupar-nos com os Portugueses, isto é, com nós próprios.
É com esta ideia na mente e no coração que eu aproveito para desejar a todos um Feliz Natal e o Ano Novo melhor possível.
Magalhães Pinto, em Rádio Clube de Matosinhos, em 22/12/2010
EFEMÉRIDE DO DIA
Neste dia, em 2000, faleceu o pianista dinamarquês Victor Borge.
Ficou conhecido como "Rei dos Palhaços da Dinamarca". Borge tocava piano desde os 3 anos, e logo tornou-se um prodígio. Fez seu primeiro recital aos 8 anos e recebeu o prêmio de revelação da Academia Real Dinamarquesa de Música em 1918, estudando com Olivo Krause.
Ficou conhecido como "Rei dos Palhaços da Dinamarca". Borge tocava piano desde os 3 anos, e logo tornou-se um prodígio. Fez seu primeiro recital aos 8 anos e recebeu o prêmio de revelação da Academia Real Dinamarquesa de Música em 1918, estudando com Olivo Krause.
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