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23.12.10

CRÓNICA DA SEMANA

NATAL

Este Natal será celebrado pelos portugueses em condições de preocupação. Não só toda a gente diz para aí que nos espera um mau ano novo, mas também porque, grande parte de nós já começou a sentir na bolsa as consequências das medidas de austeridade decretadas pelo Governo. Medidas que, pensemos nós o que pensarmos, são absolutamente necessárias. O mal não é destas medidas, que não podemos evitar, mas sim de tudo quanto ficou para trás e que foi mal feito. Sobretudo, o desgoverno que, durante muitos anos, foi feito dos nossos recursos. Talvez agora, aqueles que nos chamavam má-língua e pessimistas, atribuindo a obscuros objectivos de natureza partidária os avisos que íamos sucessivamente fazendo, reconheçam a razão de ser do que fomos dizendo ao longo de tantos anos.

Guardando como lição para o futuro a situação actual, quero todavia deixar uma palavra de esperança. Esperança que, para se concretizar, tem de contar com o empenho de todos os portugueses. Podemos sair desta crise que nos amargura a vida. Basta fazermos três coisas. Trabalhar muito, trabalhar com gosto e gastar pouco. Não há outra maneira de sair do sítio onde estamos. Como sempre foi afirmado, quando se gasta e não se produz, o armazém fica vazio. O único modo de o voltar a encher é produzindo mais do que se gasta.

Nem sempre temos tido o bom senso de agir assim. Por isso é que, talvez, a melhor prenda que o Pai Natal pode dar aos portugueses é pacotes de bom senso. Em vez de nos preocuparmos tanto com os partidos – que têm uma lógica de funcionamento que não se afasta muito da dos clubes de futebol – nos preocupemos mais com Portugal. Porque, ao preocuparmo-nos com Portugal, estamos a preocupar-nos com os Portugueses, isto é, com nós próprios.

É com esta ideia na mente e no coração que eu aproveito para desejar a todos um Feliz Natal e o Ano Novo melhor possível.

Magalhães Pinto, em Rádio Clube de Matosinhos, em 22/12/2010

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