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28.12.10

EFEMÉRIDE DO DIA

Neste dia, em 1918, faleceu o poeta brasileiro Olavo Bilac.

Já consagrado em 1907, o autor do Hino da Bandeira é convidado para liderar o movimento em prol do serviço militar obrigatório, já matéria de lei desde 1907, mas apenas discutido em 1915. Bilac se desdobra para convencer os jovens a se alistar.

Já no fim de sua vida, em 1917, Bilac recebe o título de professor honorário da Universidade de São Paulo. E talvez seja considerado um professor mesmo: dos contemporâneos, leitores de suas crônicas e ouvintes de sua poesia; dos que se formaram na leitura de seus livros escolares; de modo geral, dos que até hoje são enfeitiçados por seus poemas.

É como poeta Bilac se imortalizou. Foi eleito Príncipe dos Poetas Brasileiros pela revista Fon-Fon em 1907. Juntamente com Alberto de Oliveira e Raimundo Correia, foi a maior liderança e expressão do Parnasianismo no Brasil, constituindo a chamada Tríade Parnasiana. A publicação de Poesias, em 1888 rendeu-lhe a consagração.

Um soneto seu:

Um beijo

Foste o beijo melhor da minha vida,
ou talvez o pior...Glória e tormento,
contigo à luz subi do firmamento,
contigo fui pela infernal descida!

Morreste, e o meu desejo não te olvida:
queimas-me o sangue, enches-me o pensamento,
e do teu gosto amargo me alimento,
e rolo-te na boca malferida.

Beijo extremo, meu prêmio e meu castigo,
batismo e extrema-unção, naquele instante
por que, feliz, eu não morri contigo?

Sinto-me o ardor, e o crepitar te escuto,
beijo divino! e anseio delirante,
na perpétua saudade de um minuto...


1 comentário:

cidissima disse...

Olavo pertenceu à Escola Parnasiana Brasileira, sendo um dos seus principais poetas. Seu cuidado em atingir uma obra perfeita, levou-o a escrever poesias tecnicamente admiráveis, atingindo um dos mais altos graus do nosso parnasianismo e os feitos históricos de seus desbravadores, são de grande beleza pelo ritmo e pelas imagens sonoras. Seus versos comoventes e de extraordinários sentimentos, o tornaram um dos nossos poetas mais preferidos. Sua consagração definitiva foi obtida com o seu livro: "Poesias" publicado em 1888. Escreveu muito, nunca se descuidando da forma. Algumas de suas obras: "Via Láctea", "Sarça de Fogo", "Crônicas e Novelas". O livro "Tarde", foi publicado postumamente em 1919. Consagrou os últimos anos de sua vida à propaganda do Serviço Militar Obrigatório. Seu nome completo: Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac.
Foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras.


Algumas frases dele

Há quem me julgue perdido, porque ando a ouvir estrelas. Só quem ama tem ouvido para ouvi-las e entendê-las.

A pátria não é a raça, não é o meio,
não é o conjunto dos aparelhos econômicos e políticos:
é o idioma criado ou herdado pelo povo.

A ocasião faz o roubo, o ladrão já nasce pronto.

Seus versos foram feitos com uma perfeição extraordinária, milimetricamente, confeccionados, assim como um ourives esculpe suas jóias.

Cida