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7.5.11

EFEMÉRIDE DO DIA

Neste dia, em 1928, nasceu o fadista português D. Vicente da Câmara.

Vicente nasceu em berço aristocrata, filho de D. João da Câmara, notável radialista e locutor da rádio portuguesa, e cresce sob influência de uma educação marcadamente ligada ao fado, em particular D. João do Carmo de Noronha, seu tio-avô. Mais tarde viria a dizer:

- O que é a aristocracia? A aristocracia tanto pode estar no povo como noutra coisa qualquer. (...) O aristocrata é aquele que sobressaiu.

É portanto naturalmente que entra nos meandros do fado, e tendo ganho um concurso, abre as portas da Emissora Nacional com 20 anos, em 1948. Dois anos mais tarde assina o primeiro contrato discográfico com a editora Valentim de Carvalho e, a partir daí, grava êxitos como Fado das Caldas e Varina.

Progressista do fado castiço, o mais tradicional de Lisboa, era dado ao improviso e destacou-se pela sua voz timbrada, naturalidade com que interpreta as suas músicas e utilização de melismas, raridade no fado.

Durante uma entrevista, insurge-se contra as convenções políticas e afirma ser o fado uma música pobre, e que é na pobreza que reside a riqueza, grandeza, liberdade e valor.

Afincadamente contra os mais conservadores que apenas recriavam os clássicos, ficou para a posteridade o seu maior sucesso, A moda das tranças pretas, que constituiu entre os outros fados do seu repertório, um ex-líbris do fado castiço. Segundo a história, tê-lo-á composto entre 1955 e 1956, num quarto de hotel em Santarém.


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