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21.10.08

PENSAMENTO DO DIA

Chega a causar inveja verificar o modo como os checos são cultos, depois de aguentarem uma ditadura muito mais negra do que a de Salazar durante mais de quarenta anos.

8 comentários:

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Estou totalmente de acordo coma ideia implícita no texto de Magalhães Pinto. Tenho uma admiração e simpatia muito especiais por esta gente. Tive o privilégio de visitar a Checoslováquia em 1990, antes portanto da separação entre aquilo que é hoje a República Checa e a Eslováquia. Conheci pouco mais que a cidade de Praga, mas deu para confirmar aquilo que quem estudou um pouco de História sabe de cor: as nações do centro da Europa, mesmo as que foram submetidas a regimes autoritários, sempre tiveram qualidades que hoje verificamos serem indispensáveis para alcançar niveis de excelência em muitos domínios da ciência, da tecnologia, da cultura ou das artes. E não é difícil encontrarmos as razões que justificam essa qualificação. Trata-se de povos que há mais de mil anos se sedentarizaram em zonas agricolamente muito ricas e que cedo estiveram na rota dos comerciantes que, entre Londres, Veneza, Frankfurt e Paris, por um lado, e toda a miríade de povos do Oriente, por outro, trocavam entre si toda a espécie de produtos e bens de consumo diário, arrastando consigo as suas ideias, os seus hábitos, os seus métodos de trabalho, os seus sistemas de organização e de justiça social, as suas regras de comportamento, isto é, que trocavam entre si tudo o que sabiam fazer. Estar no centro de um mundo destes é estar no centro do conhecimento. Estar fora dele é ficar nas trevas da ignorância. Se juntarmos a este "caldinho" o facto de os povos do centro da Europa se terem libertado do papismo e do catolicismo há quase 500 anos, não será difícil compreender que essas nações tiveram todas as razões para serem o que são: cultos, trabalhadores, disciplinados, solidários e patriotas.
Os checos estão neste grupo de povos civilizados. Deixem-me contar-vos um pequeno episódio que se passou comigo em Praga nesse ano de 1990. Depois de ter tentado entrar, sem sucesso, em dois recintos onde decorriam espectáculos de música clássica (os bilhetes já tinham esgotado), vejo, ao dobrar da esquina, um cartaz anunciando as "Bodas de Fígaro" para as 5 da tarde. Entro, compro dois bilhetes (cerca de 20 escudos cada um, ou seja, 10 cêntimos), sento-me na sala a abarrotar de gente, e constato que, com excepção do maestro, sou, com 39 anos, o mais velho da sala!
Isto pode não querer dizer tudo, mas diz muito de um povo que não tem complexos de ir à ópera com sapatilhas e no dia seguinte entrar na fábrica às 8 da manhã para fazer parafusos de precisão. Nós por cá nem ópera nem parafusos, quanto mais de precisão. Deixo-vos aqui esta minha pouco ordenada reflexão. Espero que ajude alguns a pensar um pouco no povo que somos e no povo que queremos ser. Abraços.

MAGALHÃES PINTO disse...

Muito obrigado pela visita e pelo excelente comentário que deixou, meu Caro Visitante, ilustrando muito bem a realidade que aqui se vive.

Já agora, fique com atenção a posts posteriores sobre este tema. Num deles falarei do provincianismo de um português - figura pública, aí, aliás - que teve lugar aqui, de que tomei conhecimento por mero acaso, mas que me deixou, enquanto português, envergonhado.