RUMO AO FUNDO
As notícias vinham lado a lado, num jornal diário. E davam conta de como o Partido Social Democrata se vai afundando no lodaçal das capelinhas, em que o que conta é o feudo que cada um vai conseguindo arranjar para si e não os interesses da colectividade que o Partido devia servir.
A primeira das notícias dava conta de que a secção concelhia de Matosinhos havia escolhido, para dirigi-la, um militante que costuma aparecer apenas quando há eleições. E, pior do que isso, alguém desejoso de cavar um fosso entre os dirigentes municipais e os autarcas recentemente eleitos. O que parece ser triste sina do PSD em Matosinhos. Mal umas eleições passam, as primeiras censuras que se ouvem são para os eleitos do Partido. E, o que é ainda pior sinal, constou que houve anúncios de cancelamento e des-cancelamento das eleições até à véspera da sua realização, com vários militantes a terem por endereço ou o do Partido ou o de algum dirigente. Numa confusão que não dignifica o Partido nem quem se propõe conduzi-lo. A ética e o patriotismo, que costumavam ser timbre do PSD, parecem ter nele sido enterradas bem fundo. Não admira que a adesão de militantes ao acto eleitoral tenha sido tão escassa – cerca de 250 militantes. Isto, apesar de um conhecido autarca do Partido em Matosinhos ter afirmado que “estas eleições em Matosinhos tiveram uma concorrência recorde”. Só mesmo por desconhecimento. Porque noutras – em que participou também Rosário Loio – houve quase meio milhar de votos, isto é, mais ou menos o dobro.
A segunda notícia era mais grave. Dizia ela que o responsável distrital do Porto do PSD, Marco António Costa, não excluía candidatar-se a líder nacional do PSD. O que é, obviamente, um nítido caso de sapateiro que vai além da chinela. Não reparando que, ao exprimir tal opinião, porventura guiado pelo desejo de fazer ganhar força à estrutura que ele próprio dirige, desprestigia o acto que vai ter lugar no PSD, com a eleição de um novo líder, e, por isso mesmo, desprestigia o próprio Partido aos olhos daqueles a quem nada dizem, naturalmente, as lutas de galos ou de garnizés que se verifiquem no Partido.
Naturalmente, quem sai pelo fundo com atitudes como as descritas, é o PSD. E é importante que se diga que a culpa de tudo isto pertence aos próprios militantes. São eles que escolhem quem os dirige. São eles que indicam quem é que representa o Partido perante a legião imensa dos que não têm Partido. Os tais que acabam por decidir quem é que conduz o país, tanto a nível central como local. E, se os militantes continuarem a escolher mal, o PSD não tardará a estar reduzido à dimensão de um partido marginal, não sendo de admirar que venha mesmo a ser ultrapassado pelo CDS/PP e pelo Bloco de Esquerda.
Magalhães Pinto, em MATOSINHOS HOJE, em 23/11/2009
1 comentário:
Caro Magalhães Pinto.
Como lhe disse, o partido esteve voltado de costas para os Matosinhenses...isso aconteceu durante anos.
Os valores da Ética do Respeito e sobretudo do Trabalho estiveram ausentes durante anos.
Se estivermos ocupados (com trabalho) em pról desta nossa terra, não haverá tempo para conversas de caserna.
Da minha parte o Dr.Magalhães Pinto só pode esperar uma coisa: TRABALHO-UNIÃO e acreditar que seremos alternativa, mas uma alternativa objectiva e com propostas que visam sómente o Bem estar dos Matosinhenses.
Acredito que com Trabalho todos faremos a diferença, eu quero acreditar numa oposição credivél e sem ser oposição do chamado Bota a Baixo.
Aplaude-se o que é bom e está a ser efectuado, critica-se o que está mal e pode ser melhorado.
Quero que saiba que serei sempre uma voz activa para o bem da nossa terra, das suas gentes e sempre com um objectivo colocar Matosinhos num patamar em que todos possamos contibuir com Ideias-Sugestões-Soluções.
Se efectuarmos e realizarmos um bom trabalho, em 2013 teremos o apoio de todos, e os resultados vão aparecer concerteza.
Faço votos para que como oposição, sejamos crediveís, responsaveis e capazes de unir este grande partido que é o PSD.
Eu acredito.
Viva os Matosinhenses
Saudações Marítimas
José Modesto
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