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21.2.10

RETRATOS DE UM GRANDE PAÍS...

Erros urbanísticos que agora se pagam muito caro
Ambientalistas denunciam projectos que roubaram espaço às ribeiras que transbordaram.


Os madeirenses que vivem na Baixa do Funchal tentam reorganizar a vida, depois de verem casas inundadas, carros albaroados, estradas e pontes destruídas. Os que moram nas zonas altas nem querem imaginar o que vão encontrar quando descerem a encosta até à Marina. E há quem aponte o dedo às opções urbanísticas, como os ambientalistas

"A forte pluviosidade contribuiu para o que aconteceu, mas não é a única causa. Há um agravamento da situação devido aos erros do ordenamento do território que se têm cometido na ilha, em participar na costa sul que é a zona onde reside mais de um terço da população", critica Hélder Spínola, dirigente da Quercus na Madeira.

É, também, aquela opinião do Partido Ecologista Os Verdes (PEV). Em comunicado, denunciam "os erros de ordenamento territorial e urbanísticos que se têm permitido em prol de interesses privados e que têm, depois, efeitos devastadores em situações" como a vivida no território madeirense.

Referem-se sobretudo à forte pressão imobiliária do sector turístico, mas também se construíram estradas e vias de acesso que interromperam e estrangularam o curso dos águas. "Não existe uma vazão eficiente das águas. As ribeiras não têm espaço suficiente para permitir o escoamento das águas", sublinha o ambientalista.

"É ridículo estar-se a falar nessas situações", reage Miguel Albuquerque, o presidente da Câmara do Funchal há 16 anos, o concelho mais atingido pelas inundações (ver entrevista). Andou ontem todo o dia a tentar perceber como tirar a cidade do caos. E promete voltar às 07.00, com uma equipa de 200 pessoas, funcionários, os bombeiros voluntários e municipais e 80 empregados de limpeza. Aceita que há uma ou outra opção urbanística errada, mas não as responsabiliza pelo que aconteceu.

In DIÁRIO DE NOTÍCIAS - 21/2/2010

1 comentário:

Tisha disse...

Infelizmente estou a viver pessoalmente este horror aqui no Funchal, onde veio passar a Fim de semana. Foi absolutamente assustador. Uma calamidade!! Funchal esta irreconsível.Contra a força da Natureza, o Homen é um ser impotente e insignificante, mas absolutamente NADA podia ter diminuido o volume da água que caiu sobre a ilha. Nada podia ter travada as milhares de toneladas de entulho de arvores, pedras e rochas volcánicas, que as águas rastaram para o centro da cidade. O pior atentado ao ambiente é o Centro Commercial Dolce Vita, que de facto, construiu as entradas do parking paredes meias com a ribeira, e enstreitou a ribeira. As Ribeiras, que geralmente estão sem água, mas em caso de grande chuvadas, são essenciais para escuar a água em pouco tempo, tipo "flash flood". A zona do estacionamento da Dolce Vita tem 3 pisos subterraneos, e encheu completamente de água. Mas o esforço do pessoal da Cámara do Funchal e a população de Madeirenses, em geral, é notável, em solidaridade e entre-ajuda uns aos outros. O nível de resposta foi também impecável. Felizmente, não fomos apanhados neste delúvio, porque apesar de ter tido um apontamente importantisimo perto do Campo da Barca (das zonas mais affectadas), decidimos NÃO sair da casa, depois da nosso rua, de repente ter tornada num torrente de águas e lamas vermelhas, e da nosso veranda conseguimos ver uma derrocada enorme que desabou em cima da estrada principal para a Via Rápida. Seguimos comestupefactos o horror no Funchal em directo na TV, mas neste momento, em que escrevo, nem há ligações de TV, nem da internet por cabo, nem telefones fixos, e mesmo assim as rede moveís são muito instáveis. Uso uma ligação movel para escrever isto. A Madeira precisa urgentemente da ajuda de TODOS os Portugueses em Todo o mundo, e não só!! Afinal de contas todos somos portugueses e precisamos uns aos outros, especialmente na hora dum disastre deste tamanho! A FORÇA da NATUREZA é implecável, e nenhum Homen, com toda a ciéncia e tecnologia pode prever e evitar este Força. Podemos, evitar impedir a acção natural dos cursos da água e não complicar o ordenamento urbanistico com os nossos actos, mas evitar que os Céus abrem e que chova assim, não podemos!