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O emprego é consequência imediata da necessidade de produzir. Bens ou serviços, tanto faz. Que há necessidades a satisfazer pelos bens e serviços a produzir é um facto. A questão que se coloca é se há capacidade para vender, ou seja, capacidade para comprar esses bens e serviços. Se houver, a produção é necessária e o emprego é criado. Se não houver, a produção não é realizada e o emprego não surge. Esta é a base. Não adianta enganar esta regra. Pode escamotear-se o problema por algum tempo. Mas não sempre. Inexoravelmente, a regra impor-se-á. Se eu estiver certo neste raciocínio, então é fácil ver como se pode encontrar solução para o desemprego ou, pelo menos, como combatê-lo. Um combate que resulta das relações estabelecidas entre partes tão inseparáveis como as faces duma moeda. A qual, neste caso do emprego, tem três faces: os empregadores, os empregados e o Estado. É das relações que se estabeleçam entre essas três partes que há-de resultar um maior ou menor sucesso no combate ao desemprego. Mas, tal como sucederia numa moeda de facto, ou as faces rodam no mesmo sentido ou a moeda desequilibra e cai. E, infelizmente, as três faces desta moeda não estão a rodar no mesmo sentido.
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Excerto da crónica AS TRÊS FACES DA MOEDA - Magalhães Pinto - VIDA ECONÓMICA - 2/7/2008
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