(continuação)
Foram condecorados doze milicianos. Mal tinham compreendido o discurso patriótico do homem-grande dos brancos. Nem sequer conheciam. Um discurso a salientar o valor da sua portugalidade, contrastante com o mercenarismo daqueles bandidos acoitados na mata, os quais só tinham coragem para atacar de noite, como hienas traiçoeiras. Pelo meio, ficara subtilmente sugerida a leve ameaça da aniquilação, para evitar tentações de mudança de campo. Mas a incompreensão do discurso não impedira que mirassem, embevecidos, os pedaços de metal pendentes dos respectivos peitos. Tinham sido doze os condecorados. Um por cada mês de pluriraça. Desfeita a cerimónia, tinham partido os dois grupos de combate à procura dos fugitivos. Um deles, comandado por Mário. O outro, pelo alferes Vieira de Castro. O Manel não integrava nenhum deles. Ele e mais dez dos homens da batalha de Cutia estavam para a Metrópole. Heróis vivos, inteiros, chegara ordem de marcha para o Terreiro do Paço. Ali receberiam o colar, ele, e medalhas, os restantes.
(continua)
Magalhães Pinto
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