A IMPORTÂNCIA DAS COISAS
Para o Primeiro-Ministro José Sócrates, não é importante:
- Que, a seu mando ou sem ser a seu mando, correligionários seus tenham conspirado para dar um golpe mortal na Democracia;
- Que tenha sido ofendido um dos principais direitos constitucionais dos Portugueses, o direito à liberdade de informação;
- Que correligionários seus tenham envolvido directamente o seu nome num verdadeiro crime, na forma tentada e parcialmente conseguida;
- Que esses conspiradores tenham, voluntaria e assumidamente, tentado envolver nas suas manigâncias a família do Senhor Presidente da República, naquilo que eles próprios classificaram como “patifaria”;
- Que os Portugueses estejam espantados e assustados com este comportamento de verdadeiros marginais por parte de pessoas com responsabilidades elevadas nos destinos do país.
Nada disso é importante para José Sócrates. Para José Sócrates, o que é verdadeiramente importante é que as autoridades, no desempenho da sua acção investigadora, tenham descoberto a tramóia e que jornalistas sem medo de represálias – que já atingiram outros – tenham decidido trazer ao conhecimento dos Portugueses a golpada que os iria prejudicar. Chegando Sócrates ao ponto de classificar este jornalismo verdadeiro e sem medo de “jornalismo de buraco da fechadura”.
Também tenho direito a dizer o que, neste escabrosa história, é verdadeiramente importante para mim. E, para mim, verdadeiramente importante é a baixeza democrática e ética do carácter do Primeiro-Ministro que os Portugueses, numa hora negra para a nossa História, decidiram eleger para esse cargo. Uma baixeza de carácter que contém não apenas o desprezo pelas regras democráticas de que deveria ser um dos principais defensores, mas também um enorme desprezo pelos seus concidadãos e pelos seus direitos.
A história da intervenção dos socialistas e do comportamento do seu chefe, no caso TVI e Manuela Moura Guedes e no caso Público e José Manuel Fernandes, ficará indelevelmente marcado a negro na nossa História recente. Com a agravante de este Senhor estar a governar Portugal a mando de quem o elegeu. Uma culpa de que os votantes em José Sócrates, nas últimas duas eleições, não podem escapar. Resta-nos agora, como expiação, fazer com que este Senhor desapareça rapidamente na nossa actualidade. O que, atentas as dificuldades que o País vive, vem ainda agravar as consequências do comportamento de todos, de quem elegeu e de quem foi eleito.
Magalhães Pinto, em MATOSINHOS HOJE, em 9/2/2010
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