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30.3.10

CRÓNICA DA SEMANA - I

O DESEMPREGO

Um dos maiores, senão o maior, flagelo social de Portugal é o desemprego. Em números redondos, dez em cada cem pessoas à procura de emprego não o encontra. E não há grandes esperanças de que esta situação, ao nível do país, se modifique muito nos próximos anos. Matosinhos não escapa à regra e tem um nível de desempregados que se aproxima da média nacional. Diga-se aqui, para evitar más interpretações, que a taxa de desemprego se mede em relação a quem anda à procura de emprego e não em relação à população total. As crianças, jovens e os reformados não contam, nem faria qualquer sentido se contassem. Assim, quando o Instituto do Emprego publica taxas de desemprego comparando com a população total está a tentar deitar-nos poeira para os olhos.

Não obstante isso, Fevereiro último trouxe boas notícias para o município. Mais de 100 pessoas desempregadas em Janeiro encontraram emprego. É uma pequena recuperação mas, ainda assim, é uma boa notícia, num momento em que, em Portugal, o desemprego está ainda a aumentar. No entanto, os pormenores sobre os desempregados no município denunciam situações a carecer da maior atenção das autoridades municipais. Dos cerca de 9.200 desempregados existentes em Fevereiro, só menos de 400 estavam à procura do primeiro emprego. Todos os demais eram pessoas que já trabalharam e perderam o emprego. E, o que é ainda mais preocupante, é que, destes, quase 4.500 tinham uma idade compreendida entre 35 e 54 anos, logo, pessoas que só muito dificilmente conseguem encontrar empregador.

É necessário fazer um grande esforço para que esta situação se inverta. E a autarquia municipal não pode contentar-se com os bons resultados obtidos no início deste ano. Tem que persistir no empenhamento para que novas actividades económicas se instalem em Matosinhos. Elaborando um programa de incentivos a essa instalação. Promovendo, com base nele e na qualidade da população matosinhense, a atractividade do município nesse domínio. Penso mesmo que a Câmara Municipal deveria ter um quadro a tempo inteiro preocupado apenas com a função de atrair actividade económica para o município. Se Portugal, como um todo, o faz, porque não há-de uma autarquia preocupada com os seus cidadãos fazer o mesmo em termos locais?

De qualquer modo, é momento para nos alegrarmos com a pequena conquista de Fevereiro e de tentar que o processo de recuperação se acelere

Magalhães Pinto, em RÁDIO CLUBE DE MATOSINHOS, em 30/3/2010

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