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17.11.10

EFEMÉRIDE DO DIA

Neste dia, em 1910, nasceu a escritora brasileira Rachel de Queiroz.

Autora de destaque na ficção social nordestina. Foi primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras. Em 1993, foi a primeira mulher galardoada com o Prêmio Camões, equivalente ao Nobel, na língua portuguesa. É considerada por muitos como a maior escritora brasileira.

Sua obra principal:

* O quinze, romance (1930)
* João Miguel, romance (1932)
* Caminho de pedras, romance (1937)
* As Três Marias, romance (1939)
* A donzela e a moura torta, crônicas (1948)
* O galo de ouro, romance (folhetins na revista O Cruzeiro, 1950)
* Lampião - peça de teatro (1953)
* A beata Maria do Egito- peça de teatro (1958)
* Lampião; A Beata Maria do Egito (livro-2005)
* Cem crônicas escolhidas (1958)
* O brasileiro perplexo, crônicas (1964)
* O caçador de tatu, crônicas (1967)
* Um Alpendre, uma rede, um açude - 100 crônicas escolhidas
* O homem e o tempo - 74 crônicas escolhidas
* O menino mágico, infanto-juvenil (1969)
* Dora, Doralina, romance (1975)
* As menininhas e outras crônicas (1976)
* O jogador de sinuca e mais historinhas (1980)
* Cafute e Pena-de-Prata, infanto-juvenil (1986)
* Memorial de Maria Moura, romance (1992)
* Teatro, teatro (1995)
* Nosso Ceará, relato, (1997)
* Tantos Anos, autobiografia (1998)
* Não me deixes: suas histórias e sua cozinha, memórias gastronômicas (2000)


1 comentário:

cidissima disse...

O Quinze
(Rachel de Queirós)



O título se refere a grande seca de 1915, vivida pela escritora em sua infância. O romance se dá em dois planos, um enfocando o vaqueiro Chico Bento e sua família, o outro a relação afetiva de Vicente, rude proprietário e criador de gado, e Conceição, sua prima culta e professora.
Conceição é apresentada como uma moça que gosta de ler vários livros, inclusive de tendências feministas e socialistas o que estranha a sua avó, Mãe Nácia - representante das velhas tradições. No período de férias, Conceição passava na fazenda da família, no Logradouro, perto do Quixadá. Apesar de ter 22 anos, não dizia pensar em casar, mas sempre se engraçava à seu primo Vicente. Ele era o proprietário que cuidava do gado, era rude e até mesmo selvagem.
Com o advento da seca, a família de Mãe Nácia decide ir para cidade e deixar Vicente cuidando de tudo, resistindo. Trabalhava incessantemente para manter os animais vivos. Conceição, trabalhava agora no campo de concentração onde ficavam alojados os retirantes, e descobre que seu primo estava de caso com uma caboclinha qualquer.
Vicente se encontra com Conceição e sem perceber confessa as temerosidades dela. Ela começa a trata-lo de modo indiferente. Vicente se ressente disso e não consegue entender a razão. As irmã de Vicente armam um namoro entre ele e uma amiga, a Mariinha Garcia. Ele porém se espanta ao saber que estava namorando, dizendo que apenas era solícito para com ela e não tinha a menor intenção de comprometimento.
Conceição percebe a diferença de vida entre ela e seu primo e a quase impossibilidade de comunicação. A seca termina e eles voltam para o Logradouro.
Esta é a parte mais importante do livro. Apresenta a marcha trágica e penosa do vaqueiro Chico Bento com sua mulher e seus 5 filhos, representando os retirantes. Ele é forçado a abandonar a fazenda onde trabalhara. Junta algum dinheiro, compra mantimentos e uma burra para atravessar o sertão. Tinham o intuito de trabalhar no Norte, extraindo borracha.
No percurso, em momento de grande fome, Josias, o filho mais novo, come mandioca crua, envenenando-se. Agonizou até a morte.
Uma cena marcante na vida do vaqueiro foi a de matar uma cabra e depois descobrir que tinha dono. Este o chamou de ladrão, e levou o resto da cabra para sua casa, dando-lhes apenas as tripas para saciarem. Léguas após, Chico Bento dá falta do seu filho mais velho Pedro. Chegando ao Aracape, lugar onde supunha que ele pudesse ser encontrado, avista um compadre que era o delegado. Recebem alguns mantimentos mas não é possível encontrar o filho. Ficam sabendo que o menino tinha fugido com comboeiros de cachaça.
Ao chegarem no campo de concentração, são reconhecidos por Conceição, sua comadre. Ela arranja um emprego para Chico Bento e passa a viver com um de seus filhos. Conseguem também uma passagem de trem e viajam para São Paulo, desistindo de trabalhar com a borracha.

Cida