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Se houve um país dos menos desenvolvidos da Europa, que beneficiou com os fundos oriundos da Comunidade, esse país foi a Irlanda. Desenvolveu-se a olhos vistos. O nível de vida dos seus cidadãos foi um dos que mais cresceu na Europa, nos últimos vinte e cinco anos. Apesar disse, os irlandeses disseram não ao Tratado de Lisboa. Não é possível que tenham agido assim por ingratidão. E não se vislumbra outra razão para esse voto negativo senão a convicção de que o Tratado, tanto no seu conteúdo como no modo como foi conduzida a sua aprovação nos diferentes países, deixou a sensação de que era profundamente anti-democrático. De facto, o Tratado de Lisboa consagra o desaparecimento do direito de veto dos membros da Comunidade, o que deixa nos países mais pequenos a sensação de que podem ficar à mercê dos grandes.
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Excerto da crónica O TRATADO - Magalhães Pinto - MATOSINHOS HOJE - 16/6/2008
1 comentário:
Concordo plenamente. De facto, é um salto na escuridão, porque a Irlanda foi o único pais que foi obrigada a fazer um referendum sobre o tratado, porque os eurocratas e os políticos europeus, distantes e arrogantes em relação ao cidadão comun, bem sabem que se os 500 milhões de cidadões europeus tinham a oportunidade de dar os seus votos, provávelmente a resposta seria um enorme "NÃO!"
Acho que "não" ainda quer dizer isto mesmo: "NÃO!"
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