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1.6.08

OS HERÓIS E O MEDO - 279º. fascículo

(continuação)

Mário esteve indeciso durante alguns momentos, baloiçando entre a experiência falhada da tabanca do Pilão e a fome avassaladora de sexo. Que a masturbação silenciosa, à noite, depois de uma passagem de olhos por uma revista pornográfica, das proibidas na Metrópole mas em venda livre na Guiné, não conseguia matar. O impulso sexual acabou por vencer. E deu o seu acordo ao casamento informal. Fátima, se um dia lhe contasse, haveria de compreender não ser um homem feito de pau. E lá foi ao libanês arrendar a casa, um pequeno quadrado de tijolos de adobe, coberto por chapas de zinco, com uma parede a meio, a dividir uma pretensa sala de um minúsculo quarto de dormir. Uma cozinha nas traseiras, meio ao ar livre, completava a casa. Os arbustos perto e o rio Mansoa a correr, preguiçoso, logo abaixo, faziam de casa de banho.

(continua)
Magalhães Pinto

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