(continuação)
Para aliviar a consciência, todavia pesada pela infidelidade prestes a cometer, Mário contou ao Álvaro e ao Manel o trato concluído. Um gozo meio invejoso, foi o resultado. O Manel chegou mesmo a pedir que Mário os deixasse espreitar a noite de núpcias. Se estivessem por perto, sempre poderiam ajudá-lo a encontrar a culatra para o cartucho, não fora ele ter-se esquecido já onde ela se encontrava. Ou, em alternativa, ele, Manel, podia disponibilizar-se para pagar um ou dois dias de renda por semana.
Passaram alguns dias. A indecisão de Mário ainda não tinha sido completamente dominada. No Domingo seguinte, após o almoço, resolveu-se. Vestiu-se à civil, penteou-se com esmero e perfumou-se dos pés à cabeça com Bien-Être. Apesar de ter sido frugal a refeição, Mário ponderou a possibilidade de uma indigestão se fosse demasiado cedo. Foi deixando escoar a tarde em caminhadas em redor de Mansoa. Entretanto, escureceria um pouco, o que não lhe desagradava. Na sua imaginação, desfilavam antecipadamente as imagens eróticas do serão em perspectiva.
(continua)
Magalhães Pinto
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