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25.2.08

OS HERÓIS E O MEDO - 184º. fascículo

(continuação)

Ordeiras. Neste inferno e elas permanecem ordeiras. Uma atrás da outra, atrás das outras todas. Como são parecidas conosco! E, ao mesmo tempo, tão diferentes! Enquanto as granadas nos cospem terra no rosto, num gesto de desprezo por esta sanha de auto-destruição, elas prosseguem a sua labuta. Queria tanto ser formiga agora. E dissolver-me no anonimato do carreiro. Para que serve a individualidade num mundo assim? Se estes estupores continuam o ataque, ainda ficamos aqui todos. Porventura inidentificáveis. Ó seus bordamerdas! Parem lá com isso! Olhem aqui as baga-baga! Estão-se cagando para as vossas granadas! Ainda nos vamos magoar! Caramba! Não podemos sentar-nos à mesa e discutir isto com um copo de vinho ao lado? Somos assim tão estúpidos que seja necessário aniquilarmo-nos mutuamente para nos entendermos?

(continua
)
Magalhães Pinto

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