(continuação)
O saber conta pouco no “abafa”. Jogo de pura sorte. Espécie de roleta russa sem armas. Duma simplicidade enorme. Mas onde as possibilidades de perda sobem em termos geométricos. Jogado com um baralho de quarenta cartas, como na “sueca”, e com as cartas valendo o que valem neste jogo. As cartas são embaralhadas por cada jogador, à vez. Partido o baralho pelo jogador localizado a seguir ao carteador e colocada na mesa a entrada dos jogadores previamente combinada, são distribuídas quatro cartas a cada um. E, a começar pela direita, cada um deles vai decidindo, depois de ver o seu jogo, se manda virar carta ou não. Se não vira carta, passando, perde a entrada. Se vira carta, deve dizer quanto aposta, qualquer importância, desde o valor da entrada até ao limite do que está na mesa. Se tem, nas que lhe foram distribuídas, uma do mesmo naipe com valor superior, mostra-a e ganha o valor apostado. Se isso não acontece, perde a aposta e coloca na mesa, no monte, o valor daquela. Quando a aposta é para o total que está na mesa, o jogador diz “abafo”, daí vindo o nome do jogo. Depois de distribuídas as cartas aos jogadores, a única certeza antecipada de ganho existe apenas quando se têm na mão os quatro ases existentes no baralho. Nas restantes situações tudo depende da sorte. Sendo possível calcular as probabilidades de ganho com cada jogo disponível na mão, ninguém se dá a esse trabalho.
(continua)
Magalhães Pinto
Sem comentários:
Enviar um comentário