...para todos Vós...
. . . OS SINAIS DO NOSSO TEMPO, NUM REGISTO DESPRETENSIOSO, BEM HUMORADO POR VEZES E SEMPRE CRÍTICO. . .
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31.12.09
FRASE DO DIA
RETRATOS DE UM GRANDE PAÍS...
Mortes na estrada serão reveladas com seis meses de atraso
Entra amanhã em vigor, em Portugal, o modelo internacional de contagem de mortos na sequência de acidentes de viação, que inclui os que morrem nos hospitais nos 30 dias seguintes. Dados, só seis meses depois
A partir de amanhã começam a ser contabilizadas as vítimas de acidentes de viação que morrem nos hospitais até 30 dias após terem sofrido o sinistro. Mas a divulgação dos dados só será feita seis meses depois de se ter verificado o acidente mortal. Isto mesmo foi dito ontem ao DN pelo presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), Paulo Marques, admitindo que a designada contagem "de mortos a 30 dias" - adoptada internacionalmente -, chegou a Portugal com atraso em relação a outros países.
Mas, para Paulo Marques, o mais "importante, para já, é que a nova metodologia de contabilização nos permita obter dados exactos sobre o número de pessoas que morrem em acidentes rodoviários". Quanto aos seis meses necessários para apurar esses mesmos dados, este responsável diz que, "talvez no futuro seja possível encurtar esse prazo, mas neste momento, a prioridade é a exactidão dos números".
Algo que se prende com o tempo que varia entre o momento do acidente e a conclusão do processo de análise da nova metodologia. "É necessário esperar 30 dias para saber se a pessoa que deu entrada no hospital vítima de um acidente morreu ou não. Segue-se todo o processo inerente à nova metodologia que demora o seu tempo por envolver várias entidades", justifica Paulo Marques.
In DIÁRIO DE NOTÍCIAS - 31/12/2009
Entra amanhã em vigor, em Portugal, o modelo internacional de contagem de mortos na sequência de acidentes de viação, que inclui os que morrem nos hospitais nos 30 dias seguintes. Dados, só seis meses depois
A partir de amanhã começam a ser contabilizadas as vítimas de acidentes de viação que morrem nos hospitais até 30 dias após terem sofrido o sinistro. Mas a divulgação dos dados só será feita seis meses depois de se ter verificado o acidente mortal. Isto mesmo foi dito ontem ao DN pelo presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), Paulo Marques, admitindo que a designada contagem "de mortos a 30 dias" - adoptada internacionalmente -, chegou a Portugal com atraso em relação a outros países.
Mas, para Paulo Marques, o mais "importante, para já, é que a nova metodologia de contabilização nos permita obter dados exactos sobre o número de pessoas que morrem em acidentes rodoviários". Quanto aos seis meses necessários para apurar esses mesmos dados, este responsável diz que, "talvez no futuro seja possível encurtar esse prazo, mas neste momento, a prioridade é a exactidão dos números".
Algo que se prende com o tempo que varia entre o momento do acidente e a conclusão do processo de análise da nova metodologia. "É necessário esperar 30 dias para saber se a pessoa que deu entrada no hospital vítima de um acidente morreu ou não. Segue-se todo o processo inerente à nova metodologia que demora o seu tempo por envolver várias entidades", justifica Paulo Marques.
In DIÁRIO DE NOTÍCIAS - 31/12/2009
CRÓNICA DA SEMANA - II
A FIGURA DA DÉCADA
Se admitirmos que o milénio se iniciou em 1 de Janeiro de 2000, como oficialmente se comemorou (e eu não estou de acordo, já que o primeiro ano do milénio foi, a meu ver, 2001), estamos a terminar a primeira década. E não é atrevimento pensar que esta primeira década do milénio foi extremamente negativa para Portugal. Recordemos que ela se iniciou com António Guterres nos primórdios do seu segundo mandato como Primeiro-Ministro e que Portugal ainda não havia perdido totalmente o seu estatuto de “bom aluno” da União Europeia que, justamente, havia ganho com Cavaco Silva. Estavam, todavia, já lançadas à terra as sementes que haveriam de levar Durão Barroso a uma proclamação, escandalosa para muitos, todavia verdadeira, como hoje sabemos. A célebre “o país está de tanga”. Guterres fugiu. Barroso fugiu. E ficou-nos esta pérola que hoje temos a conduzir o país, que faz o nosso orgulho face à estranja e que todas as semanas nos coloca como primeiros no mundo em qualquer coisa. Se existiu, alguma vez, em Portugal um político conhecedor dos mecanismos de conquista e manutenção do Poder, esse alguém é José Sócrates. Palavras, leva-as o vento. E o Primeiro-Ministro actual sabe isso como ninguém. Por isso nos inunda com elas. Seguro de que o poviléu sempre escolhe em função das palavras e não dos actos. Está-se nas tintas para isto. Basta ver como, escassos dois anos depois de se ter ajoelhado face ao Primeiro-Ministro que tirou Portugal do último lugar da União Europeia – Cavaco Silva – o começou a abjurar e se deixou ir nas falinhas mansas e na estratégia do espectáculo concebida pelos socialistas e por António Guterres. Chegando mesmo a reeleger este, apesar de, das mais de seiscentas medidas anunciadas no seu documento “Contrato para uma Legislatura”, ter realizado apenas pouco mais de 10%.
O feito de Guterres foi agora reeditado por José Sócrates. Independentemente do estado da Oposição, o voto popular das últimas eleições foi uma cuspidela do Povo na sua própria sopa. Aí está o país ingovernável, à frente dos nossos olhos. E – lamentável! – continuamos à espera de que nos falem verdade. Há uma falácia corrente no discurso político, que ninguém parece ter a coragem de romper. É ela a de que precisamos de ser optimistas para ter esperança, para podermos vencer no futuro. Com o devido respeito pelas demais opiniões, não é assim na minha. A única virtude que pode permitir-nos a esperança e, por isso, a vitória no futuro sobre as nossas próprias insuficiências, chama-se verdade. Torna-se urgente que alguém com responsabilidades afirme, sem margem para dúvidas, que o barco está a meter água por todos os lados e corre o risco de se afundar, com todos nós lá dentro. Só assim – e, mesmo assim, talvez – podem todos responder à chamada para pegar nos baldes e começar a escoar a água, uns, e a calafetar as brechas, outros, a ver se conseguimos prosseguir a viagem. Verdade precisa-se, pois. Desde há demasiados anos já.
Apesar de o estado crítico do país dever ser imputado, em primeiro lugar, aos líderes que tivemos nesta década, não é nenhum destes que eu considero a figura da mesma. Não é um político. É um banqueiro. E, para a minha escolha pesa bastante o simbolismo da figura. É que as maleitas de que vínhamos sofrendo – e que haviam justificado a mal-amada proclamação de Durão Barroso antes citada – só se tornaram verdadeiramente visíveis pelo papel (negativo) que os banqueiros desempenharam. Em todo o mundo, e também em Portugal. E aqui, dos três possíveis – João Rendeiro, Oliveira e Costa e Jardim Gonçalves – eu escolho o último. Por ser banqueiro e porque fez aquilo que os políticos costumam fazer. Foi dourando a pílula através de manipulações da verdade. De banho dourado em banho dourado até ao afogamento final. É Jardim Gonçalves, para mim, a figura da década.
Sempre alimentei uma profunda desconfiança quanto aos seus métodos. Creio mesmo ter sido a única voz que, durante uma década, não embarcou nos elogios ao chamado “príncipe das finanças”. Muitos pensaram – e afirmaram – que tal era devido às dores da OPA sobre o BPA. Eu sabia que não era assim. Para mim, a OPA era apenas uma operação financeira idêntica a tantas que se fizeram e fazem no mundo. E, como Jardim foi feliz nessa operação, merecia mesmo algum apreço. Fui inclusivamente tratado impecavelmente por ele, quando a OPA se concretizou. E nenhuma queixa pessoal me restou. Mas, para trás, tinham ficado alguns elementos indicadores de que estávamos em presença de alguém que não merecia a consideração que toda a inteligência do país – cultural, económica, política e financeira - parecia devotar-lhe. Indicadores que, manifestamente, não condiziam com a imagem de banqueiro sério que eu trazia do passado. Recordemos:
- Jardim Gonçalves, assumiu a presidência de um novo banco privado – o BCP – enquanto era presidente do BPA e, muito pior do que isso, continuou a presidir ao BPA mais cerca de um mês acumulando com as funções que já desempenhava no outro que haveria de ser seu concorrente;
- Numa primeira luta com os accionistas do BCP, “enganou” o verdadeiro fundador do Banco, Américo Amorim e ganhou-lhe uma assembleia-geral (na qual provavelmente seria demitido) com base nesse engano;
- Montou uma imensa farsa formal, com o Grupo Melo, para conquistar o BPA, farsa que haveria de ter a conivência de Eduardo Catroga, então Ministro das Finanças, e das demais entidades supervisoras das actividades bancária e seguradora;
- Conduziu depois o Banco (ou deixou que ele fosse conduzido), até dele fazer a maior instituição financeira privada, através de métodos de ocultação e engano de clientes, de que, hoje, ainda só conhecemos os contornos mais elementares; aliás, novamente com permissão das autoridades nacionais, que desprezaram um aviso sério que, em tempo oportuno, foi emitido pelo Stock Exchange, de Nova Iorque.
A década assistiu à queda do génio financeiro. Com consequências, gravíssimas para o Banco. Em termos de imagem e em termos de segurança. Uma imagem que, quando tentava ressarcir-se do efeito “Jardim”, sofreu novo revés com o caso “Vara”. Parece que paira uma maldição sobre o BCP. Uma maldição capaz de influenciar, decisivamente e no mau sentido, o futuro da instituição. O que deve ser imputado ainda a Jardim Gonçalves, pelo rumo que lhe imprimiu. O que, por acréscimo, me conduz a considerar Jorge Jardim Gonçalves como a figura da década, numa década em que surgiram muitos e variados casos de falta de ética na condução dos negócios públicos e privados.
Magalhães Pinto, em VIDA ECONÓMICA, em 31/12/2009
Se admitirmos que o milénio se iniciou em 1 de Janeiro de 2000, como oficialmente se comemorou (e eu não estou de acordo, já que o primeiro ano do milénio foi, a meu ver, 2001), estamos a terminar a primeira década. E não é atrevimento pensar que esta primeira década do milénio foi extremamente negativa para Portugal. Recordemos que ela se iniciou com António Guterres nos primórdios do seu segundo mandato como Primeiro-Ministro e que Portugal ainda não havia perdido totalmente o seu estatuto de “bom aluno” da União Europeia que, justamente, havia ganho com Cavaco Silva. Estavam, todavia, já lançadas à terra as sementes que haveriam de levar Durão Barroso a uma proclamação, escandalosa para muitos, todavia verdadeira, como hoje sabemos. A célebre “o país está de tanga”. Guterres fugiu. Barroso fugiu. E ficou-nos esta pérola que hoje temos a conduzir o país, que faz o nosso orgulho face à estranja e que todas as semanas nos coloca como primeiros no mundo em qualquer coisa. Se existiu, alguma vez, em Portugal um político conhecedor dos mecanismos de conquista e manutenção do Poder, esse alguém é José Sócrates. Palavras, leva-as o vento. E o Primeiro-Ministro actual sabe isso como ninguém. Por isso nos inunda com elas. Seguro de que o poviléu sempre escolhe em função das palavras e não dos actos. Está-se nas tintas para isto. Basta ver como, escassos dois anos depois de se ter ajoelhado face ao Primeiro-Ministro que tirou Portugal do último lugar da União Europeia – Cavaco Silva – o começou a abjurar e se deixou ir nas falinhas mansas e na estratégia do espectáculo concebida pelos socialistas e por António Guterres. Chegando mesmo a reeleger este, apesar de, das mais de seiscentas medidas anunciadas no seu documento “Contrato para uma Legislatura”, ter realizado apenas pouco mais de 10%.
O feito de Guterres foi agora reeditado por José Sócrates. Independentemente do estado da Oposição, o voto popular das últimas eleições foi uma cuspidela do Povo na sua própria sopa. Aí está o país ingovernável, à frente dos nossos olhos. E – lamentável! – continuamos à espera de que nos falem verdade. Há uma falácia corrente no discurso político, que ninguém parece ter a coragem de romper. É ela a de que precisamos de ser optimistas para ter esperança, para podermos vencer no futuro. Com o devido respeito pelas demais opiniões, não é assim na minha. A única virtude que pode permitir-nos a esperança e, por isso, a vitória no futuro sobre as nossas próprias insuficiências, chama-se verdade. Torna-se urgente que alguém com responsabilidades afirme, sem margem para dúvidas, que o barco está a meter água por todos os lados e corre o risco de se afundar, com todos nós lá dentro. Só assim – e, mesmo assim, talvez – podem todos responder à chamada para pegar nos baldes e começar a escoar a água, uns, e a calafetar as brechas, outros, a ver se conseguimos prosseguir a viagem. Verdade precisa-se, pois. Desde há demasiados anos já.
Apesar de o estado crítico do país dever ser imputado, em primeiro lugar, aos líderes que tivemos nesta década, não é nenhum destes que eu considero a figura da mesma. Não é um político. É um banqueiro. E, para a minha escolha pesa bastante o simbolismo da figura. É que as maleitas de que vínhamos sofrendo – e que haviam justificado a mal-amada proclamação de Durão Barroso antes citada – só se tornaram verdadeiramente visíveis pelo papel (negativo) que os banqueiros desempenharam. Em todo o mundo, e também em Portugal. E aqui, dos três possíveis – João Rendeiro, Oliveira e Costa e Jardim Gonçalves – eu escolho o último. Por ser banqueiro e porque fez aquilo que os políticos costumam fazer. Foi dourando a pílula através de manipulações da verdade. De banho dourado em banho dourado até ao afogamento final. É Jardim Gonçalves, para mim, a figura da década.
Sempre alimentei uma profunda desconfiança quanto aos seus métodos. Creio mesmo ter sido a única voz que, durante uma década, não embarcou nos elogios ao chamado “príncipe das finanças”. Muitos pensaram – e afirmaram – que tal era devido às dores da OPA sobre o BPA. Eu sabia que não era assim. Para mim, a OPA era apenas uma operação financeira idêntica a tantas que se fizeram e fazem no mundo. E, como Jardim foi feliz nessa operação, merecia mesmo algum apreço. Fui inclusivamente tratado impecavelmente por ele, quando a OPA se concretizou. E nenhuma queixa pessoal me restou. Mas, para trás, tinham ficado alguns elementos indicadores de que estávamos em presença de alguém que não merecia a consideração que toda a inteligência do país – cultural, económica, política e financeira - parecia devotar-lhe. Indicadores que, manifestamente, não condiziam com a imagem de banqueiro sério que eu trazia do passado. Recordemos:
- Jardim Gonçalves, assumiu a presidência de um novo banco privado – o BCP – enquanto era presidente do BPA e, muito pior do que isso, continuou a presidir ao BPA mais cerca de um mês acumulando com as funções que já desempenhava no outro que haveria de ser seu concorrente;
- Numa primeira luta com os accionistas do BCP, “enganou” o verdadeiro fundador do Banco, Américo Amorim e ganhou-lhe uma assembleia-geral (na qual provavelmente seria demitido) com base nesse engano;
- Montou uma imensa farsa formal, com o Grupo Melo, para conquistar o BPA, farsa que haveria de ter a conivência de Eduardo Catroga, então Ministro das Finanças, e das demais entidades supervisoras das actividades bancária e seguradora;
- Conduziu depois o Banco (ou deixou que ele fosse conduzido), até dele fazer a maior instituição financeira privada, através de métodos de ocultação e engano de clientes, de que, hoje, ainda só conhecemos os contornos mais elementares; aliás, novamente com permissão das autoridades nacionais, que desprezaram um aviso sério que, em tempo oportuno, foi emitido pelo Stock Exchange, de Nova Iorque.
A década assistiu à queda do génio financeiro. Com consequências, gravíssimas para o Banco. Em termos de imagem e em termos de segurança. Uma imagem que, quando tentava ressarcir-se do efeito “Jardim”, sofreu novo revés com o caso “Vara”. Parece que paira uma maldição sobre o BCP. Uma maldição capaz de influenciar, decisivamente e no mau sentido, o futuro da instituição. O que deve ser imputado ainda a Jardim Gonçalves, pelo rumo que lhe imprimiu. O que, por acréscimo, me conduz a considerar Jorge Jardim Gonçalves como a figura da década, numa década em que surgiram muitos e variados casos de falta de ética na condução dos negócios públicos e privados.
Magalhães Pinto, em VIDA ECONÓMICA, em 31/12/2009
EFEMÉRIDE DO DIA
Neste dia, em 1948, nasceu a cantora estado-unidense Donna Summer.
Summer foi um caso raro na cena disco', pois sua carreira iniciou-se antes da "explosão" daquele estilo, e continuou após aquela fase. Apesar de ela ser uma das mais conhecidas artistas da "Era Disco'", seu repertório incluiu diversos gêneros, incluindo "rhythm'n blues" e rock, tendo ganho prêmios "Grammy" nestas categorias. Seu trabalho ainda é aplaudido pela crítica e ela permanece como uma das poucas artistas da Era Disco' ainda aceitas pela crítica atual.
Summer começou a cantar no coral da igreja que freqüentava. Mais tarde juntou-se a um grupo de rock chamado The Crow. Poucos meses antes de concluir o ensino médio, Summer deixou o curso e se juntou à produção alemã do musical Hair. Posteriormente mudou-se para a Europa, participando de vários musicais.
Summer foi um caso raro na cena disco', pois sua carreira iniciou-se antes da "explosão" daquele estilo, e continuou após aquela fase. Apesar de ela ser uma das mais conhecidas artistas da "Era Disco'", seu repertório incluiu diversos gêneros, incluindo "rhythm'n blues" e rock, tendo ganho prêmios "Grammy" nestas categorias. Seu trabalho ainda é aplaudido pela crítica e ela permanece como uma das poucas artistas da Era Disco' ainda aceitas pela crítica atual.
Summer começou a cantar no coral da igreja que freqüentava. Mais tarde juntou-se a um grupo de rock chamado The Crow. Poucos meses antes de concluir o ensino médio, Summer deixou o curso e se juntou à produção alemã do musical Hair. Posteriormente mudou-se para a Europa, participando de vários musicais.
30.12.09
FRASE DO DIA
"Não vejo grandes soluções além de demolir (alguns estádios construídos para o EURO/2004)"
Augusto Mateus, ex-Ministro - PÚBLICO - 30/12/2009
***
A desvergonha total! Ao mesmo tempo que Portugal se candidata à realização de um Campeonato de Mundo de Futebol, os proprietários públicos de alguns estádios de futebol construídos para o EURO/2004 (Leiria/Aveiro/Coimbra/Faro) não cconseguem sustentá-los e não se vislumbra outra solução que não seja destrui-los!´
É urgente colocar grades à volta do País, não vão alguns dos loucos que andam por aí escapar-se para o estrangeiro e encherem-nos de vergonha!
Augusto Mateus, ex-Ministro - PÚBLICO - 30/12/2009
***
A desvergonha total! Ao mesmo tempo que Portugal se candidata à realização de um Campeonato de Mundo de Futebol, os proprietários públicos de alguns estádios de futebol construídos para o EURO/2004 (Leiria/Aveiro/Coimbra/Faro) não cconseguem sustentá-los e não se vislumbra outra solução que não seja destrui-los!´
É urgente colocar grades à volta do País, não vão alguns dos loucos que andam por aí escapar-se para o estrangeiro e encherem-nos de vergonha!
MEMÓRIA
O QUE PODEMOS ESPERAR
Gostaria de que o meu desejo de que tenha um Bom Ano pudesse confirmar-se, meu Caro Leitor. Mas tenho o maior receio de que tal não passe de boas intenções.
Vamos agora para eleições. Ou ganha o Partido Socialista ou ganha o Partido Social Democrata. Com maioria absoluta ou sem ela, é o que se verá. Mas desconfio que o Povo vai correr, mais uma vez, atrás da grande ilusão. Pensando que os sacrifícios vão acabar. Não vão. Nem a nossa economia, nem a nossa sociedade, nem as nossas finanças, nem, em suma, o Estado que somos, estão em condições de terminar com os sacrifícios. Seja quem seja a ganhar, vai haver necessidade de continuar o reequilíbrio das Finanças Públicas. A retoma - como se viu no terceiro trimestre deste ano - não se compadece com o estrebuchar político. Não teremos quaisquer políticas novas antes de meados do próximo ano. Sendo certo que, então, estará executado já metade do Orçamento que, afinal, todos pareciam querer. Só que o não diziam. Isto é, qualquer alteração de políticas só produzirá efeitos lá para 2006. E, até lá, só poderemos esperar estagnação ou, mesmo, acentuação dos desequilíbrios. Na minha opinião, devemos todos exigir aos políticos que nos falem verdade na próxima campanha eleitoral. Que nos apresentem quantificados os custos das suas promessas. É muito fácil, a partir do que está feito, que no-lo digam. Só para tomar um exemplo. As auto-estradas que íamos pagar e que agora, se o PS ganhar, já não pagaremos. Mantê-las a cargo do Estado custará ao erário público mais de cem milhões de contos no próximo ano. E o Orçamento aprovado já era, pelos vistos, muito deficitário. Pois bem, que o Engº. José Sócrates nos diga onde vai buscar o dinheiro para custear a promessa. Onde vai economizá-lo ou onde vai obter os fundos adicionais. E que não nos venha com a fantasia de qua o crescimento económico vai permiti-lo. O crescimento económico vai, esse sim, sofrer negativamente com os actuais eventos políticos. E aquilo que, apenas por exemplo, estou aqui a exigir ao Engº. Sócrates, deve ser exigido a todos os políticos. Não queremos promessas. Queremos a verdade.
Se os políticos nos falarem verdade, talvez estejamos disponíveis para fazer os sacrifícios necessários. E será isso sinal de que, finalmente, Portugal está a ganhar juízo. Se, porventura, os meus palpites se confirmarem e Portugal continuar a não ter juízo, preferindo embarcar na barca da grande ilusão, em lugar de exigir a verdade, então seremos, em breve, apenas um grande hospício.
Magalhães Pinto, em MATOSINHOS HOJE, 26/12/2004
Gostaria de que o meu desejo de que tenha um Bom Ano pudesse confirmar-se, meu Caro Leitor. Mas tenho o maior receio de que tal não passe de boas intenções.
Vamos agora para eleições. Ou ganha o Partido Socialista ou ganha o Partido Social Democrata. Com maioria absoluta ou sem ela, é o que se verá. Mas desconfio que o Povo vai correr, mais uma vez, atrás da grande ilusão. Pensando que os sacrifícios vão acabar. Não vão. Nem a nossa economia, nem a nossa sociedade, nem as nossas finanças, nem, em suma, o Estado que somos, estão em condições de terminar com os sacrifícios. Seja quem seja a ganhar, vai haver necessidade de continuar o reequilíbrio das Finanças Públicas. A retoma - como se viu no terceiro trimestre deste ano - não se compadece com o estrebuchar político. Não teremos quaisquer políticas novas antes de meados do próximo ano. Sendo certo que, então, estará executado já metade do Orçamento que, afinal, todos pareciam querer. Só que o não diziam. Isto é, qualquer alteração de políticas só produzirá efeitos lá para 2006. E, até lá, só poderemos esperar estagnação ou, mesmo, acentuação dos desequilíbrios. Na minha opinião, devemos todos exigir aos políticos que nos falem verdade na próxima campanha eleitoral. Que nos apresentem quantificados os custos das suas promessas. É muito fácil, a partir do que está feito, que no-lo digam. Só para tomar um exemplo. As auto-estradas que íamos pagar e que agora, se o PS ganhar, já não pagaremos. Mantê-las a cargo do Estado custará ao erário público mais de cem milhões de contos no próximo ano. E o Orçamento aprovado já era, pelos vistos, muito deficitário. Pois bem, que o Engº. José Sócrates nos diga onde vai buscar o dinheiro para custear a promessa. Onde vai economizá-lo ou onde vai obter os fundos adicionais. E que não nos venha com a fantasia de qua o crescimento económico vai permiti-lo. O crescimento económico vai, esse sim, sofrer negativamente com os actuais eventos políticos. E aquilo que, apenas por exemplo, estou aqui a exigir ao Engº. Sócrates, deve ser exigido a todos os políticos. Não queremos promessas. Queremos a verdade.
Se os políticos nos falarem verdade, talvez estejamos disponíveis para fazer os sacrifícios necessários. E será isso sinal de que, finalmente, Portugal está a ganhar juízo. Se, porventura, os meus palpites se confirmarem e Portugal continuar a não ter juízo, preferindo embarcar na barca da grande ilusão, em lugar de exigir a verdade, então seremos, em breve, apenas um grande hospício.
Magalhães Pinto, em MATOSINHOS HOJE, 26/12/2004
RETRATOS DE UM GRANDE PAÍS...
Rendimento das famílias cai no 3º trimestre
O rendimento disponível das famílias desceu 1,1% nos 12 meses terminados no terceiro trimestre de 2009, que compara com uma subida de 1,0% verificada no ano concluído no trimestre anterior, disse o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Segundo as Contas Nacionais Trimestrais por Sector Institucional divulgadas ontem, a queda no rendimento dos agregados familiares deveu-se à dissipação do efeito da antecipação dos reembolsos do IRS feita no segundo trimestre de 2009, à descida dos rendimentos líquidos das propriedades provocado pela descida das taxas de juro passivas e pela diminuição das remessas dos emigrantes, que recuaram 4,4% neste período.
A contracção no rendimento das famílias acabou por não ter um grande impacto na taxa de poupança dos agregados familiares, que se reduziu no ano terminado no terceiro trimestre 8,3%, face a uma queda de 8,5% no segundo trimestre, refere o INE. A capacidade de financiamento das famílias manteve-se em 3,2% do PIB.
O investimento das empresas voltou a recuar no terceiro trimestre, ainda que a um ritmo mais lento que o verificado em períodos anteriores. Nos 12 meses terminados em Setembro, o investimento das empresas não financeiras desceu 4,7%, menos de metade da descida verificada no segundo trimestre (-10,1%).
In OJE - 30/12/2009
O rendimento disponível das famílias desceu 1,1% nos 12 meses terminados no terceiro trimestre de 2009, que compara com uma subida de 1,0% verificada no ano concluído no trimestre anterior, disse o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Segundo as Contas Nacionais Trimestrais por Sector Institucional divulgadas ontem, a queda no rendimento dos agregados familiares deveu-se à dissipação do efeito da antecipação dos reembolsos do IRS feita no segundo trimestre de 2009, à descida dos rendimentos líquidos das propriedades provocado pela descida das taxas de juro passivas e pela diminuição das remessas dos emigrantes, que recuaram 4,4% neste período.
A contracção no rendimento das famílias acabou por não ter um grande impacto na taxa de poupança dos agregados familiares, que se reduziu no ano terminado no terceiro trimestre 8,3%, face a uma queda de 8,5% no segundo trimestre, refere o INE. A capacidade de financiamento das famílias manteve-se em 3,2% do PIB.
O investimento das empresas voltou a recuar no terceiro trimestre, ainda que a um ritmo mais lento que o verificado em períodos anteriores. Nos 12 meses terminados em Setembro, o investimento das empresas não financeiras desceu 4,7%, menos de metade da descida verificada no segundo trimestre (-10,1%).
In OJE - 30/12/2009
EFEMÉRIDE DO DIA
Neste dia, em 1883, nasceu Leonardo Coimbra.
Foi um filósofo, professor e político português. Enquanto Ministro da Instrução Pública de um dos governos de Primeira República Portuguesa, lançou as Universidades Populares e a Faculdade de Letras do Porto. Como pensador, fundou o movimento Renascença Portuguesa e evoluiu do criacionismo para um intelectualismo essencialista e idealista, reconhecendo a necessidade de reintegrar o saber das "mais altas disciplinas espirituais", como a metafísica e a religião.
Foi um filósofo, professor e político português. Enquanto Ministro da Instrução Pública de um dos governos de Primeira República Portuguesa, lançou as Universidades Populares e a Faculdade de Letras do Porto. Como pensador, fundou o movimento Renascença Portuguesa e evoluiu do criacionismo para um intelectualismo essencialista e idealista, reconhecendo a necessidade de reintegrar o saber das "mais altas disciplinas espirituais", como a metafísica e a religião.
29.12.09
FRASE DO DIA
RETRATOS DE UM GRANDE PAÍS...
Clientes barricados abandonaram o BPP
Ao fim de mais de 12 horas barricados, os 12 manifestantes barricados na sede do Banco Privado Português (BPP) no Porto, abandonaram as instalações. Os clientes terão sido avisados pela polícia que tinham que sair "a bem ou a mal".
Neste momento os clientes encontram-se no exterior a gritar 'queremos o nosso dinheiro'.
Ao CM José Carlos Coelho disse que tinha vergonha de Portugal: " Fomos obrigados a sair. Tenho muita vergonha deste País".
Curiosamente, cerca de meia-hora antes dos manifestantes abandonarem as instalações do BPP as redes de telemóvel foram cortadas naquela zona.
Durante 24 horas, doze clientes do (BPP) resistiram no interior das instalações da sede do banco, no Porto. Os manifestantes garantiram que não iam abandonar o local até que o Governo anuncie uma solução para que recuperem o dinheiro que depositaram no BPP.
Esta manhã, a PSP permitiu que comida fosse levada para os manifestantes que estão barricados e admitem passar a passagem de ano no banco, se necessário.
Durante a madrugada, um cliente que saiu do edifício do banco e se dirigiu ao portão para levar comida que tinha sido trazida por um familiar foi empurrado pelos agentes da PSP para o exterior das instalações do banco e não pode regressar.
De manhã, os ânimos acalmaram e os agentes da policia já permitem a entrega de comida e de medicamentos aos manifestantes. Uma caixa com croissants foi entregue, sob o olhar desconfiado dos clientes do BPP que obrigaram a que a caixa fosse aberta pelos agentes, temendo que algo suspeito pudesse estar junto da comida.
'Só queremos aquilo a que temos direito e não vamos sair daqui sem garantias', disse ao CM José Carlos de Coelho, um dos manifestantes e dos últimos a abandonar as instalações, onde o aquecimento foi desligado.
Alguns clientes que ontem à noite foram impedidos de regressar, mantiveram-se no exterior das instalações. O momento mais quente do protesto, que começou às 11h00 de ontem, foi quando um dos manifestantes foi atingido com gás pimenta lançado por um policia.
Recorde-se que ontem à noite, grupo de clientes do BPP foi impedido pela PSP de regressar ao protesto na sede do banco, no Porto, que tinha abandonado para ir comer. A confusão instalou-se cerca das 19h30, nas traseiras do BPP, quando tentaram forçar a entrada.
'Ladrões' e 'assassinos' foram alguns dos gritos do grupo cuja entrada foi barrada. 'Fazem isto que é para quem ainda está lá dentro dispersar. Mas não somos os ladrões. Eu tenho um milhão e 850 mil euros no banco', disse Júlio Fonseca. Os manifestantes exigem uma solução do Governo para reaver o dinheiro que tinham nas contas e que foi congelado há cerca de um ano.
In CORREIO DA MANHÃ - 29/12/2009
Ao fim de mais de 12 horas barricados, os 12 manifestantes barricados na sede do Banco Privado Português (BPP) no Porto, abandonaram as instalações. Os clientes terão sido avisados pela polícia que tinham que sair "a bem ou a mal".
Neste momento os clientes encontram-se no exterior a gritar 'queremos o nosso dinheiro'.
Ao CM José Carlos Coelho disse que tinha vergonha de Portugal: " Fomos obrigados a sair. Tenho muita vergonha deste País".
Curiosamente, cerca de meia-hora antes dos manifestantes abandonarem as instalações do BPP as redes de telemóvel foram cortadas naquela zona.
Durante 24 horas, doze clientes do (BPP) resistiram no interior das instalações da sede do banco, no Porto. Os manifestantes garantiram que não iam abandonar o local até que o Governo anuncie uma solução para que recuperem o dinheiro que depositaram no BPP.
Esta manhã, a PSP permitiu que comida fosse levada para os manifestantes que estão barricados e admitem passar a passagem de ano no banco, se necessário.
Durante a madrugada, um cliente que saiu do edifício do banco e se dirigiu ao portão para levar comida que tinha sido trazida por um familiar foi empurrado pelos agentes da PSP para o exterior das instalações do banco e não pode regressar.
De manhã, os ânimos acalmaram e os agentes da policia já permitem a entrega de comida e de medicamentos aos manifestantes. Uma caixa com croissants foi entregue, sob o olhar desconfiado dos clientes do BPP que obrigaram a que a caixa fosse aberta pelos agentes, temendo que algo suspeito pudesse estar junto da comida.
'Só queremos aquilo a que temos direito e não vamos sair daqui sem garantias', disse ao CM José Carlos de Coelho, um dos manifestantes e dos últimos a abandonar as instalações, onde o aquecimento foi desligado.
Alguns clientes que ontem à noite foram impedidos de regressar, mantiveram-se no exterior das instalações. O momento mais quente do protesto, que começou às 11h00 de ontem, foi quando um dos manifestantes foi atingido com gás pimenta lançado por um policia.
Recorde-se que ontem à noite, grupo de clientes do BPP foi impedido pela PSP de regressar ao protesto na sede do banco, no Porto, que tinha abandonado para ir comer. A confusão instalou-se cerca das 19h30, nas traseiras do BPP, quando tentaram forçar a entrada.
'Ladrões' e 'assassinos' foram alguns dos gritos do grupo cuja entrada foi barrada. 'Fazem isto que é para quem ainda está lá dentro dispersar. Mas não somos os ladrões. Eu tenho um milhão e 850 mil euros no banco', disse Júlio Fonseca. Os manifestantes exigem uma solução do Governo para reaver o dinheiro que tinham nas contas e que foi congelado há cerca de um ano.
In CORREIO DA MANHÃ - 29/12/2009
CRÓNICA DA SEMANA - I
ANO NOVO, VIDA NOVA
Costuma dizer o nosso Povo. Mas há uma distância muito grande entre o dizer e o fazer. Infelizmente, não parece que a nossa vida vá mudar assim tanto no próximo ano. O que, se acontecer, até nem será muito mau. Longe vão os tempos em que enfrentávamos o futuro com alegria e com esperança. Isso não é possível, pelo menos para já. Podíamos ir ao passado rebuscar os acontecimentos e apontar o dedo a culpados. Mas até nem isso é muito importante agora. Nem virá a ser, até que tenhamos a coragem de assumir que não soubemos percorrer o caminho e que outro caminho havemos de escolher se quisermos chegar a bom porto. Se, ao menos, fôssemos capazes de aprender alguma coisa com os nossos antepassados…
Há muito tempo, os Portugueses foram capazes de, como se costuma dizer, dar a volta ao texto. Tínhamos saído de uma crise política gravíssima, na qual tínhamos escapado, quase por milagre, de cair no domínio espanhol. Domínio que, se tivesse acontecido então, provavelmente ainda hoje duraria. Foi então, saídos dessa crise, que os Portugueses se abalançaram numa saga marítima que haveria de formatar o mundo. Em barquitos de madeira, correram os sete mares, afrontaram destemidos os mares mais violentos, as tempestades mais desabridas, os ventos mais contrários. E venceram. Portugal e os Portugueses escreveram, a tinta que jamais se apagará, algumas das mais heróicas e belas páginas da História da Humanidade. E não será atrevido afirmar que tal só foi possível porque havíamos saído, nós, Portugueses, da crise política que levou D. João I ao trono, perfeitamente unidos, sem partido outro que não fosse a Pátria. Não estivéssemos nós assim unidos e não teria sido possível essa obra gigantesca e heróica que foram as Descobertas.
Pois bem. Seja este ano de 2010, seja os que se lhe vão seguir, não nos trarão nada de bom a não ser que consigamos unir-nos. O que só será difícil se dermos atenção a tudo aquilo que é marginal, deixando o importante atrás de palavras balofas, secas, bonitas mas não verdadeiras. E talvez seja isso a coisa mais importante de que precisamos para nos unirmos. Que se fale verdade a todos os níveis da sociedade. Em todos os quadrantes. Por todas as pessoas. Especialmente, os agentes políticos e a comunicação social. Estamos fartos de escândalos que, muitas vezes, nem chegamos a saber se são verdadeiramente escândalos. Queremos a verdade. Porque só a verdade traz a esperança. E só a esperança traz um futuro melhor. O futuro que desejamos.
É por isso que, em vez de lhe fazer os votos tradicionais, eu lhe desejo, meu Caro Leitor, um Novo Ano cheio de verdade.
Magalhães Pinto, em MATOSINHOS HOJE, em 29/12/2001
Costuma dizer o nosso Povo. Mas há uma distância muito grande entre o dizer e o fazer. Infelizmente, não parece que a nossa vida vá mudar assim tanto no próximo ano. O que, se acontecer, até nem será muito mau. Longe vão os tempos em que enfrentávamos o futuro com alegria e com esperança. Isso não é possível, pelo menos para já. Podíamos ir ao passado rebuscar os acontecimentos e apontar o dedo a culpados. Mas até nem isso é muito importante agora. Nem virá a ser, até que tenhamos a coragem de assumir que não soubemos percorrer o caminho e que outro caminho havemos de escolher se quisermos chegar a bom porto. Se, ao menos, fôssemos capazes de aprender alguma coisa com os nossos antepassados…
Há muito tempo, os Portugueses foram capazes de, como se costuma dizer, dar a volta ao texto. Tínhamos saído de uma crise política gravíssima, na qual tínhamos escapado, quase por milagre, de cair no domínio espanhol. Domínio que, se tivesse acontecido então, provavelmente ainda hoje duraria. Foi então, saídos dessa crise, que os Portugueses se abalançaram numa saga marítima que haveria de formatar o mundo. Em barquitos de madeira, correram os sete mares, afrontaram destemidos os mares mais violentos, as tempestades mais desabridas, os ventos mais contrários. E venceram. Portugal e os Portugueses escreveram, a tinta que jamais se apagará, algumas das mais heróicas e belas páginas da História da Humanidade. E não será atrevido afirmar que tal só foi possível porque havíamos saído, nós, Portugueses, da crise política que levou D. João I ao trono, perfeitamente unidos, sem partido outro que não fosse a Pátria. Não estivéssemos nós assim unidos e não teria sido possível essa obra gigantesca e heróica que foram as Descobertas.
Pois bem. Seja este ano de 2010, seja os que se lhe vão seguir, não nos trarão nada de bom a não ser que consigamos unir-nos. O que só será difícil se dermos atenção a tudo aquilo que é marginal, deixando o importante atrás de palavras balofas, secas, bonitas mas não verdadeiras. E talvez seja isso a coisa mais importante de que precisamos para nos unirmos. Que se fale verdade a todos os níveis da sociedade. Em todos os quadrantes. Por todas as pessoas. Especialmente, os agentes políticos e a comunicação social. Estamos fartos de escândalos que, muitas vezes, nem chegamos a saber se são verdadeiramente escândalos. Queremos a verdade. Porque só a verdade traz a esperança. E só a esperança traz um futuro melhor. O futuro que desejamos.
É por isso que, em vez de lhe fazer os votos tradicionais, eu lhe desejo, meu Caro Leitor, um Novo Ano cheio de verdade.
Magalhães Pinto, em MATOSINHOS HOJE, em 29/12/2001
EFEMÉRIDE DO DIA
Neste dia, em 1926, faleceu o poeta austríaco Rainer Maria Rilke.
É dele este poema:
Solidão
A solidão é como uma chuva.
Ergue-se do mar ao encontro das noites;
de planícies distantes e remotas
sobe ao céu, que sempre a guarda.
E do céu tomba sobre a cidade.
Cai como chuva nas horas ambíguas,
quando todas as vielas se voltam para a manhã
e quando os corpos, que nada encontraram,
desiludidos e tristes se separam;
e quando aqueles que se odeiam
têm de dormir juntos na mesma cama:
então, a solidão vai com os rios...
É dele este poema:
Solidão
A solidão é como uma chuva.
Ergue-se do mar ao encontro das noites;
de planícies distantes e remotas
sobe ao céu, que sempre a guarda.
E do céu tomba sobre a cidade.
Cai como chuva nas horas ambíguas,
quando todas as vielas se voltam para a manhã
e quando os corpos, que nada encontraram,
desiludidos e tristes se separam;
e quando aqueles que se odeiam
têm de dormir juntos na mesma cama:
então, a solidão vai com os rios...
28.12.09
FRASE DO DIA
"Emigrante na África do Sul enfrenta BCP na justiça e ganha. Funcionários bem vestidos fizeram-no crer que o banco entrava com capital para comprar acções. Mas no final exigiram-lhe 5 milhões de euros."
Título de PÚBLICO - 28/12/2009
***
Ao tempo dos acontecimentos - 2001 - e sob outra direcção - Jardim Gonçalves - só faltava mesmo a G3 ou a caçadeira de canos serrados...
Título de PÚBLICO - 28/12/2009
***
Ao tempo dos acontecimentos - 2001 - e sob outra direcção - Jardim Gonçalves - só faltava mesmo a G3 ou a caçadeira de canos serrados...
RETRATOS DE UM GRANDE PAÍS...
Obesidade: Cuidados primários sem nutricionistas
O objectivo do Governo de colocar, durante 2009, um nutricionista em todos os agrupamentos de centros de saúde ficou por concretizar. Temos apenas 80 nos cuidados primários, prevendo-se um aumento para o próximo ano.
A ideia era destacar um nutricionista para cada um dos 68 agrupamentos de centros de saúde (ACES), aproximando Portugal dos números da Organização Mundial de Saúde (OMS), segundo a qual o nosso país tem apenas um quinto dos profissionais de que necessita. O objectivo é combater e prevenir doenças como a obesidade e a diabetes.
Segundo os últimos dados da Associação Portuguesa de Nutricionistas (APN), ainda existem 32 ACES sem nutricionista. Nos ACES de Santarém não há nenhum e nos de Lisboa, Évora, Beja e Portalegre há apenas um para o agrupamento inteiro.
Fonte oficial do Ministério da Saúde (MS) adiantou à agência Lusa que existem cerca de "80 nutricionistas nos cuidados de saúde primários", prevendo que estes "números subam significativamente, durante 2010, no âmbito do programa de estágios da Administração Pública".
In JORNAL DE NOTÍCIAS - 28/12/2009
O objectivo do Governo de colocar, durante 2009, um nutricionista em todos os agrupamentos de centros de saúde ficou por concretizar. Temos apenas 80 nos cuidados primários, prevendo-se um aumento para o próximo ano.
A ideia era destacar um nutricionista para cada um dos 68 agrupamentos de centros de saúde (ACES), aproximando Portugal dos números da Organização Mundial de Saúde (OMS), segundo a qual o nosso país tem apenas um quinto dos profissionais de que necessita. O objectivo é combater e prevenir doenças como a obesidade e a diabetes.
Segundo os últimos dados da Associação Portuguesa de Nutricionistas (APN), ainda existem 32 ACES sem nutricionista. Nos ACES de Santarém não há nenhum e nos de Lisboa, Évora, Beja e Portalegre há apenas um para o agrupamento inteiro.
Fonte oficial do Ministério da Saúde (MS) adiantou à agência Lusa que existem cerca de "80 nutricionistas nos cuidados de saúde primários", prevendo que estes "números subam significativamente, durante 2010, no âmbito do programa de estágios da Administração Pública".
In JORNAL DE NOTÍCIAS - 28/12/2009
EFEMÉRIDE DO DIA
Neste dia, em 1937, nasceu Jorge Nuno Pinto da Costa, actualmente Presidente do Futebol Clube do Porto.
Em 1969, é convidado por Afonso Pinto de Magalhães a integrar a sua lista para as eleições desse ano como director das modalidades amadoras. Assim, Pinto da Costa assume pela primeira vez um cargo eleito no FC Porto, de 1969 a 1971. No final desse período, apesar de ter sido convidado por Américo de Sá a candidatar-se com ele, recusou o convite por considerar que o novo candidato deveria apresentar-se às urnas com uma lista totalmente renovada.
Em Dezembro de 1981 as coisas continuam a correr mal ao FC Porto, e é então que um grupo de sócios se une com o objectivo de convencer Pinto da Costa a candidatar-se à presidência do clube. O "sim" demora a surgir, mas perante a insistência dos sócios Pinto da Costa acaba por aceitar, convidando Pedroto para voltar a treinar a equipa principal. Candidatando-se em lista única, Jorge Nuno Pinto da Costa vence as eleições de 17 de Abril de 1982, tornando-se o 33º presidente do FC Porto.
Em 1969, é convidado por Afonso Pinto de Magalhães a integrar a sua lista para as eleições desse ano como director das modalidades amadoras. Assim, Pinto da Costa assume pela primeira vez um cargo eleito no FC Porto, de 1969 a 1971. No final desse período, apesar de ter sido convidado por Américo de Sá a candidatar-se com ele, recusou o convite por considerar que o novo candidato deveria apresentar-se às urnas com uma lista totalmente renovada.
Em Dezembro de 1981 as coisas continuam a correr mal ao FC Porto, e é então que um grupo de sócios se une com o objectivo de convencer Pinto da Costa a candidatar-se à presidência do clube. O "sim" demora a surgir, mas perante a insistência dos sócios Pinto da Costa acaba por aceitar, convidando Pedroto para voltar a treinar a equipa principal. Candidatando-se em lista única, Jorge Nuno Pinto da Costa vence as eleições de 17 de Abril de 1982, tornando-se o 33º presidente do FC Porto.
27.12.09
MOMENTO DE BELEZA
A indiscritível beleza da:
- vida selvagem
- luta pela sobrevivência
- amor maternal
num filme de JACQUES ANNAUD - THE BEAR
FRASE DO DIA
RETRATOS DE UM GRANDE PAÍS...
Governo acusado de recompensar professora que apoiou avaliação
Armandina Soares foi uma das poucas professoras que deram a cara no apoio ao modelo de avaliação proposto pelo Ministério de Maria de Lurdes Rodrigues. Este mês foi nomeada pelo Governo para integrar o CNE
A nomeação de Armandina Soares para o Conselho Nacional de Educação (CNE) está a gerar polémica entre os professores. Isto porque a sua escolha é vista como uma recompensa por a directora do Agrupamento de Escolas de Vialonga ter sido uma acérrima defensora da política educativa da anterior ministra. E também porque é encarada como um sinal de que há a intenção de continuar na mesma linha.
O CNE é um órgão consultivo, instituído nos anos 80 com o objectivo de ajudar o Governo a tomar decisões. Inclui dezenas de representantes de várias instituições e sete membros nomeados directamente pelo Governo (ver caixa). Entre os sete novos conselheiros, designados a 14 de Dezembro para um mandato de quatro anos, está Armandina Soares.
Para o professor Paulo Guinote, autor do blogue Educação do Meu Umbigo, esta nomeação é uma "recompensa pelo apoio que foi dado à política do anterior Governo". Paulo Guinote lembra que Armandina Soares deu a cara pelo grupo de 13 professores que publicamente apoiaram o modelo de avaliação proposto pela equipa de Maria Lurdes Rodrigues. "Foi recompensada com a ida para o Conselho de Educação, o que, atendendo ao seu currículo, pode ser considerado inesperado", diz.
Para Ilídio Trindade, do Movimento Mobilização e Unidade dos Professores (MUP), a escolha de pessoas que foram defensoras "acérrimas" da política educativa da anterior ministra vem reforçar a convicção de que "uma das intenções do actual Governo é prosseguir com as mesmas políticas na educação", apesar de lhes ter dado um novo rosto ao mudar a ministra.
Já Mário Nogueira, da Fenprof, considera a nomeação "adequada". "O Governo indica pessoas porque lhes reconhece mérito ou porque se identificam com as suas políticas. Neste caso é a nomeação de alguém que o Governo sabe que esteve e vai estar sempre do seu lado, mesmo quando não houver argumentos", conclui. O Ministério da Educação, por seu lado, não comenta as nomeações.
Armandina Soares é docente há 37 anos e já tinha sido distinguida pela tutela com o Prémio de Mérito Liderança em 2007. Em 2004 foi agraciada pelo presidente Jorge Sampaio com as insígnias de grande-oficial da Ordem de Instrução Pública.
In DIÁRIO DA REPÚBLICA - 27/12/2009
Armandina Soares foi uma das poucas professoras que deram a cara no apoio ao modelo de avaliação proposto pelo Ministério de Maria de Lurdes Rodrigues. Este mês foi nomeada pelo Governo para integrar o CNE
A nomeação de Armandina Soares para o Conselho Nacional de Educação (CNE) está a gerar polémica entre os professores. Isto porque a sua escolha é vista como uma recompensa por a directora do Agrupamento de Escolas de Vialonga ter sido uma acérrima defensora da política educativa da anterior ministra. E também porque é encarada como um sinal de que há a intenção de continuar na mesma linha.
O CNE é um órgão consultivo, instituído nos anos 80 com o objectivo de ajudar o Governo a tomar decisões. Inclui dezenas de representantes de várias instituições e sete membros nomeados directamente pelo Governo (ver caixa). Entre os sete novos conselheiros, designados a 14 de Dezembro para um mandato de quatro anos, está Armandina Soares.
Para o professor Paulo Guinote, autor do blogue Educação do Meu Umbigo, esta nomeação é uma "recompensa pelo apoio que foi dado à política do anterior Governo". Paulo Guinote lembra que Armandina Soares deu a cara pelo grupo de 13 professores que publicamente apoiaram o modelo de avaliação proposto pela equipa de Maria Lurdes Rodrigues. "Foi recompensada com a ida para o Conselho de Educação, o que, atendendo ao seu currículo, pode ser considerado inesperado", diz.
Para Ilídio Trindade, do Movimento Mobilização e Unidade dos Professores (MUP), a escolha de pessoas que foram defensoras "acérrimas" da política educativa da anterior ministra vem reforçar a convicção de que "uma das intenções do actual Governo é prosseguir com as mesmas políticas na educação", apesar de lhes ter dado um novo rosto ao mudar a ministra.
Já Mário Nogueira, da Fenprof, considera a nomeação "adequada". "O Governo indica pessoas porque lhes reconhece mérito ou porque se identificam com as suas políticas. Neste caso é a nomeação de alguém que o Governo sabe que esteve e vai estar sempre do seu lado, mesmo quando não houver argumentos", conclui. O Ministério da Educação, por seu lado, não comenta as nomeações.
Armandina Soares é docente há 37 anos e já tinha sido distinguida pela tutela com o Prémio de Mérito Liderança em 2007. Em 2004 foi agraciada pelo presidente Jorge Sampaio com as insígnias de grande-oficial da Ordem de Instrução Pública.
In DIÁRIO DA REPÚBLICA - 27/12/2009
EFEMÉRIDE DO DIA
Neste dia, em 1703, foi assinado, entre Portugal e Inglaterra, o Tratado de Methuen.
O Tratado de Methuen, também referido como Tratado dos Panos e Vinhos, de enorme importância para o desenvolvimento económico para Portugal, foi um diploma assinado entre a Grã-Bretanha e Portugal, em 27 de dezembro de 1703. Foram seus negociadores o embaixador extraordinário britânico John Methuen, por parte da Rainha Ana da Grã-Bretanha, e D. Manuel Teles da Silva, marquês de Alegrete. Pelos seus termos, os portugueses se comprometiam a consumir os têxteis britânicos e, em contrapartida, os britânicos, os vinhos de Portugal. Com três artigos, é o texto mais reduzido da história diplomática européia:
"I. Sua Majestade ElRey de Portugal promete tanto em Seu proprio Nome, como no de Seus Sucessores, de admitir para sempre daqui em diante no Reyno de Portugal os Panos de lãa, e mais fábricas de lanificio de Inglaterra, como era costume até o tempo que forão proibidos pelas Leys, não obstante qualquer condição em contrário.
II. He estipulado que Sua Sagrada e Real Magestade Britanica, em seu proprio Nome e no de Seus Sucessores será obrigada para sempre daqui em diante, de admitir na Grã Bretanha os Vinhos do produto de Portugal, de sorte que em tempo algum (haja Paz ou Guerra entre os Reynos de Inglaterra e de França), não se poderá exigir de Direitos de Alfândega nestes Vinhos, ou debaixo de qualquer outro título, directa ou indirectamente, ou sejam transportados para Inglaterra em Pipas, Toneis ou qualquer outra vasilha que seja mais o que se costuma pedir para igual quantidade, ou de medida de Vinho de França, diminuindo ou abatendo uma terça parte do Doreito do costume. Porem, se em quaquer tempo esta dedução, ou abatimento de direitos, que será feito, como acima he declarado, for por algum modo infringido e prejudicado, Sua Sagrada Magestade Portugueza poderá, justa e legitimamente, proibir os Panos de lãa e todas as demais fabricas de lanificios de Inglaterra.
III. Os Exmos. Senhores Plenipotenciários prometem, e tomão sobre si, que seus Amos acima mencionados ratificarão este Tratado, e que dentro do termo de dous meses se passarão as Ratificações."
O Tratado de Methuen, também referido como Tratado dos Panos e Vinhos, de enorme importância para o desenvolvimento económico para Portugal, foi um diploma assinado entre a Grã-Bretanha e Portugal, em 27 de dezembro de 1703. Foram seus negociadores o embaixador extraordinário britânico John Methuen, por parte da Rainha Ana da Grã-Bretanha, e D. Manuel Teles da Silva, marquês de Alegrete. Pelos seus termos, os portugueses se comprometiam a consumir os têxteis britânicos e, em contrapartida, os britânicos, os vinhos de Portugal. Com três artigos, é o texto mais reduzido da história diplomática européia:
"I. Sua Majestade ElRey de Portugal promete tanto em Seu proprio Nome, como no de Seus Sucessores, de admitir para sempre daqui em diante no Reyno de Portugal os Panos de lãa, e mais fábricas de lanificio de Inglaterra, como era costume até o tempo que forão proibidos pelas Leys, não obstante qualquer condição em contrário.
II. He estipulado que Sua Sagrada e Real Magestade Britanica, em seu proprio Nome e no de Seus Sucessores será obrigada para sempre daqui em diante, de admitir na Grã Bretanha os Vinhos do produto de Portugal, de sorte que em tempo algum (haja Paz ou Guerra entre os Reynos de Inglaterra e de França), não se poderá exigir de Direitos de Alfândega nestes Vinhos, ou debaixo de qualquer outro título, directa ou indirectamente, ou sejam transportados para Inglaterra em Pipas, Toneis ou qualquer outra vasilha que seja mais o que se costuma pedir para igual quantidade, ou de medida de Vinho de França, diminuindo ou abatendo uma terça parte do Doreito do costume. Porem, se em quaquer tempo esta dedução, ou abatimento de direitos, que será feito, como acima he declarado, for por algum modo infringido e prejudicado, Sua Sagrada Magestade Portugueza poderá, justa e legitimamente, proibir os Panos de lãa e todas as demais fabricas de lanificios de Inglaterra.
III. Os Exmos. Senhores Plenipotenciários prometem, e tomão sobre si, que seus Amos acima mencionados ratificarão este Tratado, e que dentro do termo de dous meses se passarão as Ratificações."
26.12.09
FRASE DO DIA
RETRATOS DE UM GRANDE PAÍS...
Em Campo de Ourique, a paciência esgota-se com o prolongamento, já vai em quatro anos, das obras no mercado. Em Janeiro recomeçam os trabalhos.
O pavimento já esteve colocado e as bancas pareciam prontas a receber os vendedores agora refugiados em outros espaços, mas depressa se percebeu que o piso não era anti-derrapante e que existiam outros erros. No Mercado de Campo de Ourique, os três meses de obras previstos para a remodelação das bancas de peixe transformaram-se em quatro anos de impaciencia e "muito pó".
Desde 2006, os trabalhos de modernização daquele espaço têm visto avanços e recuos sucessivos que, segundo os vendedores, só podem ser consequência de uma má gestão financeira. "Os sacos azuis não existem só em Felgueiras, aqui também há", disse o vendedor António Tavares.
O fiscal coordenador do Mercado, António Bernardo, referiu ao DN que "falar sobre este assunto não faz sentido, numa altura em que apenas falta menos de um mês para o reinício das obras", já para os comerciantes tudo não passa de mais promessas.
In DIÁRIO DE NOTÍCIAS - 26/12/2009
O pavimento já esteve colocado e as bancas pareciam prontas a receber os vendedores agora refugiados em outros espaços, mas depressa se percebeu que o piso não era anti-derrapante e que existiam outros erros. No Mercado de Campo de Ourique, os três meses de obras previstos para a remodelação das bancas de peixe transformaram-se em quatro anos de impaciencia e "muito pó".
Desde 2006, os trabalhos de modernização daquele espaço têm visto avanços e recuos sucessivos que, segundo os vendedores, só podem ser consequência de uma má gestão financeira. "Os sacos azuis não existem só em Felgueiras, aqui também há", disse o vendedor António Tavares.
O fiscal coordenador do Mercado, António Bernardo, referiu ao DN que "falar sobre este assunto não faz sentido, numa altura em que apenas falta menos de um mês para o reinício das obras", já para os comerciantes tudo não passa de mais promessas.
In DIÁRIO DE NOTÍCIAS - 26/12/2009
EFEMÉRIDE DO DIA
Neste dia, em 1949, nasceu José Ramos Horta, político timorense, presidente da República de Timor-Lorosae e Prémio Nobel da Paz em 1996.
Nascido de mãe timorense e pai português (exilado em Timor), foi educado numa missão católica em Soibada. Devido à actividade política pró-independência, esteve exilado por um ano (1970-1971) durante a época colonial em Moçambique.
Considerado como moderado, ocupa o cargo de Ministro das Relações Exteriores no governo autoproclamado em 28 de Novembro de 1975, apenas com 25 anos de idade. Deixou Timor-Leste apenas três dias antes da invasão indonésia, em viagem até Nova Iorque para apresentar às Nações Unidas o caso timorense. Aí expõe a violência perpretada pela Indonésia na ocupação do território, tornando-se o representante permanente da Fretilin na ONU nos anos seguintes.
Nascido de mãe timorense e pai português (exilado em Timor), foi educado numa missão católica em Soibada. Devido à actividade política pró-independência, esteve exilado por um ano (1970-1971) durante a época colonial em Moçambique.
Considerado como moderado, ocupa o cargo de Ministro das Relações Exteriores no governo autoproclamado em 28 de Novembro de 1975, apenas com 25 anos de idade. Deixou Timor-Leste apenas três dias antes da invasão indonésia, em viagem até Nova Iorque para apresentar às Nações Unidas o caso timorense. Aí expõe a violência perpretada pela Indonésia na ocupação do território, tornando-se o representante permanente da Fretilin na ONU nos anos seguintes.
23.12.09
22.12.09
FRASE DO DIA
RETRATOS DE UM GRANDE PAÍS...
Buraco: 1,6 milhões por hora
O buraco das contas públicas atingiu os 13,071 mil milhões de euros em Novembro, valor que mais do que duplicou face aos primeiros 11 meses de 2008 (6,16 mil milhões).
O défice do Estado absorve cerca de 39 milhões por dia, o equivalente a 1,6 milhões por hora, mostram dados da Direcção-Geral do Orçamento ontem divulgados. A justificação para a derrapagem é dada, em parte, pela despesa, que subiu 4,6% face ao período homólogo. Mas a maior fatia de responsabilidades cabe às receitas que diminuíram 13,9% face aos primeiros 11 meses de 2008.
In CORREIO DA MANHÃ - 22/12/2009
O buraco das contas públicas atingiu os 13,071 mil milhões de euros em Novembro, valor que mais do que duplicou face aos primeiros 11 meses de 2008 (6,16 mil milhões).
O défice do Estado absorve cerca de 39 milhões por dia, o equivalente a 1,6 milhões por hora, mostram dados da Direcção-Geral do Orçamento ontem divulgados. A justificação para a derrapagem é dada, em parte, pela despesa, que subiu 4,6% face ao período homólogo. Mas a maior fatia de responsabilidades cabe às receitas que diminuíram 13,9% face aos primeiros 11 meses de 2008.
In CORREIO DA MANHÃ - 22/12/2009
EFEMÉRIDE DO DIA
21.12.09
FRASE DO DIA
RETRATOS DE UM GRANDE PAÍS...
EFEMÉRIDE DO DIA
Neste dia, em 1805, faleceu o grande poeta português Manuel Maria Barbosa du BOCAGE.
Mesmo nas margens da morte, ainda teve ânimo para escrever este seu soneto:
Já Bocage não sou!... À cova escura
Meu estro vai parar desfeito em vento...
Eu aos céus ultrajei! O meu tormento
Leve me torne sempre a terra dura.
Conheço agora já quão vã figura
Em prosa e verso fez meu louco intento.
Musa!... Tivera algum merecimento,
Se um raio da razão seguisse, pura!
Eu me arrependo; a língua quase fria
Brade em alto pregão à mocidade,
Que atrás do som fantástico corria:
Outro Aretino fui... A santidade
Manchei!... Oh! Se me creste, gente ímpia,
Rasga meus versos, crê na eternidade!
Mesmo nas margens da morte, ainda teve ânimo para escrever este seu soneto:
Já Bocage não sou!... À cova escura
Meu estro vai parar desfeito em vento...
Eu aos céus ultrajei! O meu tormento
Leve me torne sempre a terra dura.
Conheço agora já quão vã figura
Em prosa e verso fez meu louco intento.
Musa!... Tivera algum merecimento,
Se um raio da razão seguisse, pura!
Eu me arrependo; a língua quase fria
Brade em alto pregão à mocidade,
Que atrás do som fantástico corria:
Outro Aretino fui... A santidade
Manchei!... Oh! Se me creste, gente ímpia,
Rasga meus versos, crê na eternidade!
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