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23.2.11

OS PORTUGUESES - XVIII


"Hoje em dia cidade, vila e aldeia são três realidades que podemos dispor hierarquicamente segundo o número de habitantes que contêm dentro dos seus limites, a sua densidade populacional, o seu desenvolvimento económico, o número e qualidade dos seus edifícios públicos, a quantidade de serviços, nomeadamente de carácter social, que oferecem, a variedade de instituições culturais, sociais e políticas que aí se estabeleceram, etc..

No período medieval encontramos também a classificação de cidade, vila e aldeia aplicada às povoações portuguesas. No entanto, o que distingue a cidade da vila não segue os parâmetros que utilizamos nos nossos dias. O menos avisado poderá ficar perplexo ao ouvir classificar a populosa e desenvolvida Santarém de vila e as crescentemente ultrapassadas ou mesmo decadentes Lamego, Viseu, Guarda e, principalmente, Silves, de cidades. Na verdade, a terminologia mediévica não distinguia a maior ou menor movimentação económica, nem sequer os quantitativos populacionais. Quando falava de uma povoação que funcionava como sede de um município, também não lhe chamava concelho como nós o fazemos hoje em dia: falava de vila ou termo - referindo-se ao espaço rural que envolvia a vila e que, decerto, incluía algumas aldeias, espaços florestados e, naturalmente, zonas de cultivo de cereais, de vinhas, de árvores de fruto, etc.. A maior parte das povoações de certa envergadura existentes no Portugal medievo aparece assim descrita como vila."

(Fonte: História de Portugal, dirigida por João Medina)

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