"Cadeias estão com uma taxa de ocupação de 99%."
Título de PÚBLICO - 30/4/2011
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Agora entende-se porque andam tantos ladrões cá fora...
. . . OS SINAIS DO NOSSO TEMPO, NUM REGISTO DESPRETENSIOSO, BEM HUMORADO POR VEZES E SEMPRE CRÍTICO. . .
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30.4.11
PENSAMENTO DO DIA
AS AVES - I
Dentro do reino animal, a classe das aves é provavelmente aquela que apresenta maior biodiversidade, ademais de uma beleza verdadeiramente estonteante, por vezes.
No seu caminho evolutivo, as aves adquiriram várias características essenciais que permitiram o voo ao animal. Entre estas podemos citar:
1. Endotermia
2. Desenvolvimento das penas
3. Desenvolvimento de ossos pneumatizados
4. Perda, atrofia ou fusão de ossos e órgãos
5. Desenvolvimento de um sistema de sacos aéreos
6. Postura de ovos
7. Presença de quilha, expansão do osso esterno, na qual se prendem os músculos que movimentam as asas
8. Ausência de bexiga urinária
9. Ausência de dentes
10. Corpo leve e aerodinâmico
As penas, consideradas como diagnóstico das aves atuais, estão presentes em outros grupos de dinossauros, entre eles o próprio Tyrannosaurus rex. Estudos apontam que a origem das penas se deu a partir de modificações das escamas dos répteis, tornando-se cada vez mais diferenciadas, complexas e, posteriormente, vieram a possibilitar os voos planado e batido. Acredita-se que as penas teriam sido preservadas na evolução por seu valor adaptativo, ao auxiliar no controle térmico dos dinossauros – uma hipótese que aponta para o surgimento da endotermia já em grupos mais basais de Dinosauria (com relação às aves) e paralelamente com a aquisição da mesma característica por répteis Sinapsida, que deram origem aos mamíferos.
Os ossos pneumáticos também são encontrados em outros grupos de répteis. Apesar de serem ocos (sendo um termo melhor "não-maciços"), os ossos das aves são muito resistentes, pois preservam um sistema de trabéculas ósseas arranjadas piramidalmente em seu interior.
***
Iniciámos hoje uma pequena amostra dessa bela biodiversidade.
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No seu caminho evolutivo, as aves adquiriram várias características essenciais que permitiram o voo ao animal. Entre estas podemos citar:
1. Endotermia
2. Desenvolvimento das penas
3. Desenvolvimento de ossos pneumatizados
4. Perda, atrofia ou fusão de ossos e órgãos
5. Desenvolvimento de um sistema de sacos aéreos
6. Postura de ovos
7. Presença de quilha, expansão do osso esterno, na qual se prendem os músculos que movimentam as asas
8. Ausência de bexiga urinária
9. Ausência de dentes
10. Corpo leve e aerodinâmico
As penas, consideradas como diagnóstico das aves atuais, estão presentes em outros grupos de dinossauros, entre eles o próprio Tyrannosaurus rex. Estudos apontam que a origem das penas se deu a partir de modificações das escamas dos répteis, tornando-se cada vez mais diferenciadas, complexas e, posteriormente, vieram a possibilitar os voos planado e batido. Acredita-se que as penas teriam sido preservadas na evolução por seu valor adaptativo, ao auxiliar no controle térmico dos dinossauros – uma hipótese que aponta para o surgimento da endotermia já em grupos mais basais de Dinosauria (com relação às aves) e paralelamente com a aquisição da mesma característica por répteis Sinapsida, que deram origem aos mamíferos.
Os ossos pneumáticos também são encontrados em outros grupos de répteis. Apesar de serem ocos (sendo um termo melhor "não-maciços"), os ossos das aves são muito resistentes, pois preservam um sistema de trabéculas ósseas arranjadas piramidalmente em seu interior.
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Iniciámos hoje uma pequena amostra dessa bela biodiversidade.
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EFEMÉRIDE DO DIA
Neste dia, em 1845, nasceu o escritor e historiador português Joaquim Pedro de Oliveira Martins.
Oliveira Martins colaborou nos principais jornais literários e científicos de Portugal, assim como nos políticos e socialistas. A sua vasta obra começou com o romance Febo Moniz, publicado em 1867, e estende-se até à sua morte, em 1894. Na área das ciências sociais escreveu, por exemplo, Elementos de Antropologia, de 1880, Regime das Riquezas, de 1883, e Tábua de Cronologia, de 1884. Das obras históricas há a destacar História da Civilização Ibérica e História de Portugal, em 1879, O Brasil e as Colónias Portuguesas, de 1880, e Os Filhos de D. João I, de 1891. A sua obra suscitou sempre controvérsia e influenciou a vida política portuguesa, mas também historiadores, críticos e literatos do seu tempo e do século XX. É também necessário destacar a sua obra História da República Romana.
Oliveira Martins colaborou nos principais jornais literários e científicos de Portugal, assim como nos políticos e socialistas. A sua vasta obra começou com o romance Febo Moniz, publicado em 1867, e estende-se até à sua morte, em 1894. Na área das ciências sociais escreveu, por exemplo, Elementos de Antropologia, de 1880, Regime das Riquezas, de 1883, e Tábua de Cronologia, de 1884. Das obras históricas há a destacar História da Civilização Ibérica e História de Portugal, em 1879, O Brasil e as Colónias Portuguesas, de 1880, e Os Filhos de D. João I, de 1891. A sua obra suscitou sempre controvérsia e influenciou a vida política portuguesa, mas também historiadores, críticos e literatos do seu tempo e do século XX. É também necessário destacar a sua obra História da República Romana.
29.4.11
FRASE DO DIA
"Se escreves assim é porque falas assim; se falas assim é porque pensas assim; se pensas assim é porque pensas como o macaco."
Vargas Llosa - Prémio Nobel da Literatura (a propósito do modo como os jovens escrevem na Internet) - ANTENA UM - 29/4/2011
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Verdade rutilante! Donde, um apelo: vamos nós, os mais velhos, dar o exemplo e refinar o modo como escrevemos na Internet...
Vargas Llosa - Prémio Nobel da Literatura (a propósito do modo como os jovens escrevem na Internet) - ANTENA UM - 29/4/2011
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Verdade rutilante! Donde, um apelo: vamos nós, os mais velhos, dar o exemplo e refinar o modo como escrevemos na Internet...
PENSAMENTO DO DIA
EFEMÉRIDE DO DIA
Neste dia, em 1884, nasceu o escritor e historiador português Jaime Cortesão.
Fundou, com Leonardo Coimbra e outros intelectuais, em 1907 a revista Nova Silva. Em 1910, com Teixeira de Pascoaes, colaborou na fundação da revista A Águia, e, em 1912 iniciou Renascença Portuguesa, que publicava o boletim A Vida Portuguesa. Em 1919 foi nomeado director da Biblioteca Nacional de Portugal. Em 1921, abandonando a Renascença Portuguesa, foi um dos fundadores da revista Seara Nova.
Participou numa tentativa de derrube da ditadura militar portuguesa, presidindo a Junta Revolucionária estabelecida no Porto. Por esse motivo foi demitido de seu cargo na Biblioteca Nacional de Lisboa (1927), vindo a exilar-se em França, de onde saiu em 1940, quando da invasão daquele país pelas forças da Alemanha Nazi no contexto da Segunda Guerra Mundial. Dirigiu-se para o Brasil através de Portugal, onde veio a estar detido por um curto espaço de tempo.
Fundou, com Leonardo Coimbra e outros intelectuais, em 1907 a revista Nova Silva. Em 1910, com Teixeira de Pascoaes, colaborou na fundação da revista A Águia, e, em 1912 iniciou Renascença Portuguesa, que publicava o boletim A Vida Portuguesa. Em 1919 foi nomeado director da Biblioteca Nacional de Portugal. Em 1921, abandonando a Renascença Portuguesa, foi um dos fundadores da revista Seara Nova.
Participou numa tentativa de derrube da ditadura militar portuguesa, presidindo a Junta Revolucionária estabelecida no Porto. Por esse motivo foi demitido de seu cargo na Biblioteca Nacional de Lisboa (1927), vindo a exilar-se em França, de onde saiu em 1940, quando da invasão daquele país pelas forças da Alemanha Nazi no contexto da Segunda Guerra Mundial. Dirigiu-se para o Brasil através de Portugal, onde veio a estar detido por um curto espaço de tempo.
28.4.11
FRASE DO DIA
PENSAMENTO DO DIA
CRÓNICA DA SEMANA - II
CLIQUE NA IMAGEM E AUMENTE PARA PODER LER
O SARILHO
Imagine o meu Caro Leitor que comete uma infracção leve ao Código da Estrada. Para si, pode ser um quase-nada. E pagar imediatamente a coima pelo valor mínimo. Mas se não está tão certo assim de que tenha cometido a infracção, decide que vai reclamar. Claro que tem de entregar os documentos da viatura e ficar a conduzir com guias de substituição. Mas nem imagina o sarilho em que mete a administração pública! E, mais, de que modo Você se torna também responsável pelo desequilíbrio das Finanças Públicas que tanto nos aflige presentemente. No seu espírito parece algo fácil. Não paga, entrega os documentos, recebe as guias, faz a reclamação e aguarda pacientemente a confirmação da sanção ou o arquivamento da contra-ordenação. Mas não é. Como lhe vou mostrar. Vamos por partes.
Em primeiro lugar, olhe para o organigrama que anexo a estas notas. Retirei-o da página da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSC), cuja missão é “o planeamento e coordenação a nível nacional de apoio à política do Governo em matéria de segurança rodoviária, bem como a aplicação do direito contra-ordenacional rodoviário.”. Como vê por ele, na sua infracção irão intervir:
- o agente fiscalizador que o apanhou em falta;
- se não foi pessoalmente interpelado na altura, alguém que lhe mande uma carta com aviso de recepção;
-se não levantar essa carta, alguém que lhe mande outra;
- alguém que guarde os documentos enquanto se julga o caso;
- alguém que veja se Você tem razão ou não; e decida o resultado final;
- se for confirmada a sanção e Você decidir recorrer ao tribunal, quem defenda o caso em nome da ANSC;
- alguém que o obrigue a cumprir a sanção;
- se Você não cumprir a sanção, alguém que mande o seu caso para o tribunal;
- novamente alguém que defenda a ANSC no tribunal;
- alguém que lhe devolva os documentos quando o processo for encerrado.
Eu julgava que, apesar de muitos intervenientes, eram só estes. Mas fiquei siderado quando olhei o Diário da República nº. 63 – II Série, de 30 de Março deste ano e vi um anúncio de concurso público lançado pela dita ANSC. Segundo ele, o Estado, através da dita, prepara-se para gastar, pelo menos, UM MILHÃO E DUZENTOS MIL EUROS – qualquer coisa como 240 MIL CONTOS em moeda antiga – num ano, para poder dispor do seguinte serviço (juro que é verdade!):
Elaboração de Propostas de Decisão de Propostas de Contra-Ordenação
Se bem entendo – e não posso garantir que estou a entender bem porque, nestas questões de concursos, uma coisa é o belo idioma de Camões, outra coisa, que pode ser bem distinta, é o verdadeiro significado desse idioma – o que acontece é o seguinte:
- um agente de autoridade fiscaliza e, se for caso disso, contra-ordena;
- se Você não pagar logo, isso é uma proposta de contra-ordenação;
- essa proposta de contra-ordenação é analisada por alguém contratado fora (aqueles a que diz respeito o tal concurso público);
- esses, de fora, fazem uma proposta de decisão;
- e alguém, que deve ser um superior, olha para a proposta e dita “concordo” ou “arquive-se”.
- e isto para todos os passos necessários entre os que pode ver no organigrama anexo.
Escusado será dizer que, ou me engano muito, ou o superior que dita “concordo” ou “arquive-se” é quem, de todos os intervenientes, ganha maior salário e menos tempo tem.
Já viu bem como Você, meu Caro Leitor, pode ser responsável graúdo pelo défice das contas públicas? Há um esforço que o país tem de lhe pedir, nesta hora grave que atravessamos: pague lá as coimas no momento em que o polícia o apanha ou logo que receba a intimaçãozinha para o fazer. E deixe-se de amores próprios feridos. Além do mais, se todos fizermos isto, como a proposta de contra-ordenação se transforma imediatamente em decisão, Você vai ajudar o Estado a poupar UM MILHÃO E DUZENTOS MIL EUROS por ano. Ao fim de dez anos, são DOZE MILHÕES DE EUROS. É um prémio sem jackpot do Euromilhões! E todos nós estamos necessitados de um Euromilhões face a esta nossa organização.
Mas o caso do concurso da ANSC não se fica por aqui. Quem serão os iluminados em condições de concorrer a este concurso? Leia outra vez, por favor, meu Caro Leitor:
Elaboração de Propostas de Decisão de Propostas de Contra-Ordenação
Têm de ser advogados. E não podem ser uns quaisquer, imagino. E imagino só. Porque os documentos de habilitação não constam do anúncio e, se são os constantes do nº. 6 do artº. 81º. do CCP, é “só” isto:
“Independentemente do objecto do contrato a celebrar, o adjudicatário deve ainda apresentar os documentos de habilitação que o programa do procedimento exija, nomeadamente, no caso de se tratar de um procedimento de formação de um contrato de aquisição de serviços, quaisquer documentos comprovativos da titularidade das habilitações legalmente exigidas para a prestação dos serviços em causa.”
E quais as habilitações requeridas? Não sei. Não diz em nenhum lado do anúncio. O que me deixa ficar a sensação de que os ganhadores do concurso já estão escolhidos mesmo antes de decorrer o prazo para apresentação de candidaturas.
No meio de todos os problemas que vivemos actualmente, quem sabe se o maior não é este, o de não haver transparência em quase nada do que o Estado faz. Mas faça por esquecer estas minudências, meu Caro Leitor! E ajude lá Portugal, como os nossos Presidentes todos nos pediram no dia em que minuto estas notas. Pague as suas multas na hora.
Magalhães Pinto, em VIDA ECONÓMICA, em 27/4/2011
EFEMÉRIDE DO DIA
Neste dia, em 1889, nasceu o estadista, político e professor catedrático da Universidade de Coimbra António de Oliveira Salazar.
Com a crise económica e a agitação política da 1ª República (que se prolongou inclusive após o Golpe militar de 28 de Maio de 1926), a Ditadura Militar chamou o Dr.Salazar em Junho de 1926 para a pasta das finanças; passados treze dias renuncia ao cargo e retorna a Coimbra por não lhe haverem satisfeitas as condições que achava indispensáveis ao seu exercício.
Em 27 de Abril de 1928, após a eleição do Marechal Carmona e na sequência do fracasso do seu antecessor em conseguir um avultado empréstimo externo com vista ao equilíbrio das contas públicas, reassumiu a pasta, mas exigindo o controlo sobre as despesas e receitas de todos ministérios. Satisfeita a exigência, impôs forte austeridade e rigoroso controlo de contas, conseguindo um superavit, um "milagre" nas finanças públicas logo no exercício económico de 1928-29.
"Sei muito bem o que quero e para onde vou." - afirmara, denunciando o seu propósito na tomada de posse.
Na imprensa, que era controlada pela censura, Salazar seria muitas vezes retratado como salvador da pátria. O prestígio ganho, a propaganda, a habilidade política na manipulação das correntes da direita republicana, de alguns sectores monárquicos e dos católicos consolidavam o seu poder. A Ditadura dificilmente o podia dispensar e o Presidente da República consultava-o em cada remodelação ministerial. Enquanto a oposição democrática se desvanecia em sucessivas revoltas sem êxito, procurava-se dar rumo à Revolução Nacional imposta pela ditadura. Salazar, recusando o regresso ao parlamentarismo e à democracia da Primeira República, cria a União Nacional em 1930, visando o estabelecimento de um regime de partido único.
Com a crise económica e a agitação política da 1ª República (que se prolongou inclusive após o Golpe militar de 28 de Maio de 1926), a Ditadura Militar chamou o Dr.Salazar em Junho de 1926 para a pasta das finanças; passados treze dias renuncia ao cargo e retorna a Coimbra por não lhe haverem satisfeitas as condições que achava indispensáveis ao seu exercício.
Em 27 de Abril de 1928, após a eleição do Marechal Carmona e na sequência do fracasso do seu antecessor em conseguir um avultado empréstimo externo com vista ao equilíbrio das contas públicas, reassumiu a pasta, mas exigindo o controlo sobre as despesas e receitas de todos ministérios. Satisfeita a exigência, impôs forte austeridade e rigoroso controlo de contas, conseguindo um superavit, um "milagre" nas finanças públicas logo no exercício económico de 1928-29.
"Sei muito bem o que quero e para onde vou." - afirmara, denunciando o seu propósito na tomada de posse.
Na imprensa, que era controlada pela censura, Salazar seria muitas vezes retratado como salvador da pátria. O prestígio ganho, a propaganda, a habilidade política na manipulação das correntes da direita republicana, de alguns sectores monárquicos e dos católicos consolidavam o seu poder. A Ditadura dificilmente o podia dispensar e o Presidente da República consultava-o em cada remodelação ministerial. Enquanto a oposição democrática se desvanecia em sucessivas revoltas sem êxito, procurava-se dar rumo à Revolução Nacional imposta pela ditadura. Salazar, recusando o regresso ao parlamentarismo e à democracia da Primeira República, cria a União Nacional em 1930, visando o estabelecimento de um regime de partido único.
27.4.11
FRASE DO DIA
MEMÓRIA
LUZES E SOMBRAS
Vivemos um tempo de factos contraditórios. A esperança, ténue ainda (ou já), não passa de um caíque batida por vagas alterosas, ora na crista, ora na cava. Muitas vezes isto acontece em tempos de crise. Muitas vezes são sinal de melhores dias. Adivinhar é proibido. Sabe-se lá para onde vamos?
********
O Ministério das Finanças deu bom acolhimento a uma tese que já aqui defendi. Relacionada com as agências de viagem. Estas vivem, essencialmente, de comissões. Pequenas, faco ao preço de venda das viagens aéreas, que são o grosso das vendas de grande parte das pequenas agências. O pagamento especial por conta aprovado para 2003 conduziria muitas delas à ruína. O Ministério entendeu isto. E promete considerar apenas, para os ditos pagamentos especiais por conta de coisa nenhuma, as comissões recebidas pelas agências. Não é tudo – o pagamento especial por conta é uma iniquidade numa sociedade organizada, é uma espécie de imposto de palhota. Mas já é alguma coisa.
********
Mas as agências de viagem não são tudo. Os comerciantes de tabaco estão na mesma situação. Chamei-lhes comerciantes de tabaco, mas enganei-me. O que eles são é cobradores de impostos, uma vez que mais de 70% do preço de venda é imposto. Também trabalham por uma comissão irrisória e vendem volumes monetários gigantescos. A comissão recebida pelos armazenistas de tabaco ronda os 8,5%. Dos quais dão de comissão ao retalhista, algo entre 6,5% e 7,5%. Isto é, ficam com cerca de 1,5% das vendas para os seus custos de funcionamento. O Estado quer 1%. O Estado está doido! E ordens de doidos não se cumprem. Os armazenistas de tabaco não vão pagar o pagamento especial por conta de coisa nenhuma. Acho que fazem bem.
********
O Senhor Ministro da Economia anunciou que o pagamento especial por conta de coisa nenhuma vai conhecer ajustamentos. Não sei que credibilidade poderemos atribuir a esta afirmação. Só porque ele nem pode falar em nome do Governo, nem os impostos estão sob sua tutela. É urgente que seja o Senhor Primeiro Ministro a dizê-lo ou a Senhora Ministra das Finanças. E, mais urgente que dizê-lo, é fazê-lo. Quem produz neste país precisa de tranquilidade. Não há produtividade que resista tendo no coração o sentimento de que se está a ser roubado indecentemente por um Estado que se afirma falido.
********
A Bolsa está pela hora da morte. Gostava de poder fazer a contabilidade de quanto perderam os pequenos investidores nisto tudo. Não os grandes esses gerem as empresas cotadas e têm ordenados chorudos e mordomias que nunca mais acabam. Querem que cite alguns casos de homens ricos a gerirem empresas que destroçaram muitas pequenas economias? E, depois, como se isto não fosse muito, o absurdo. A CMVM alerta para que os investidores tenham cuidado com algumas das análises de Bolsa feitas por analistas que têm relações perigosas coma s empresas sobre as quais se pronunciam. Compre, dizem eles. E a Bolsa cai. Compre, dizem eles no dia seguinte. E a Bolsa cai. Não faz mal que caia a Bolsa. A pena é que não caia para sempre.
********
Melhor do que pedir ao Governo que proteja os centros de decisão nacionais é fazer algo que realmente mantenha esses centros em Portugal. O que, num mercado livre, não pode ser feito – só pode ser ajudado – por nenhum Governo. Por isso é que é boa notícia a que dá conta de que o BCP, o BPI e o BES estão a estudar a hipótese de juntarem os seus trapinhos para gerir as participações que detêm nas grandes empresas nacionais. Se quanto ao BCP se pode especular sobre onde é que verdadeiramente se centra o seu poder de decisão, já o mesmo não acontece com os outros dois bancos. E estes saberão apreciar convenientemente o parceiro que vão ter, a concretizar-se o negócio.
********
Pois é. Mas o BCP, mai-lo BPI, mai-lo BES, com todos os seus fundos de investimento, são também, cada um de per si, três portentosos investidores na Bolsa. Quanto mais se estiverem juntos. O que quer dizer que terão a capacidade de influenciar decisivamente as cotações. E se isto contribui quer para a liquidez do mercado, quer para a sua transparência, quer para a defesa dos pequenos investidores, venha o diabo e responda. Estou em crer que não. Isto é, a manutenção dos centros de decisão em Portugal poderá bem estar a fazer-se à custa da liquidez e da trasnparência do mercado de capitais. Ora cá está mais uma das contradições em que a economia capitalista é fértil.
********
Enquanto as grandes empresas assim vão sendo tratadas, as pequenas, principalmente aquelas que se encontram em mãos estrangeiras, vão fechando. E com elas, aumenta o drama do desemprego. E com este disparam histórias trágicas, convidadas para o nosso jantar coincidente com o horário dos telejornais. Histórias de famílias que não sabem o que vão fazer à vida. Para os mais novos, será sempre uma questão de tempo. Mas para os mais velhos, Senhor? Onde vão eles encontrar novo emprego com a idade que têm? Os sindicatos, se não estivessem mais preocupados com a luta político-partidária, já poderiam ter, pelo menos, tentado resolver alguma coisa. As indemnizações não deveriam ser em função dos anos de trabalho. Deveriam ser em função dos anos de vida. Ou, se quisermos, inversamente proporcional ao tempo de vida activa restante. Isto, combinado com um incentivo fiscal ao emprego dos mais idosos, talvez pudesse acabar com muitos dramas. Mas, se calhar, algo assim até é inconstitucional. Por não ser igual para todos. Como se fosse igual ficar desempregado aos trinta ou aos cinquenta anos de idade.
********
O Senhor Procurador Geral da República tornou oficial e aceitável a denúncia anónima de eventuais crimes. Apesar da hediondez do gesto denunciante, há que estar de acordo. Não pode ser essa hediondez a justificar a hediondez de outro gesto, qual seja o do eventual crime cometido pelo denunciado. A atitude do Senhor Procurador Geral da República é, pois, mais luz que sombra. Uma luz tornada cintilante quando ele afirma também que não é por se ter sido eleito pelo voto do Povo que se está acima da Lei. Que lhe não doam as mãos. Se este país precisa de optimismo – e precisa – eis uma atitude que contribui para ele: saber que a Justiça vai actuar nos conformes para todos.
********
Mas será capaz a Justiça de agir bem? Note-se o caso daquela empresa injustamente “capturada” ao seu legítimo proprietário e só devolvida VINTE E CINCO ANOS depois. Toda desfeita, aquilo que fora uma empresa modelar. Quando assistimos a isto, a luz da atitude do Senhor Procurador Geral da República empalidece violentamente.
********
Luzes e sombras de uma sociedade à procura do seu caminho, do seu futuro. E, nas procuras, é sempre a luz que ajuda a encontrar. Nunca a sombra. Uma razão para que todos nos empenhemos para que cada vez exista mais luz.
Magalhães Pinto,em VIDA ECONÓMICA, em 29/1/2003
Vivemos um tempo de factos contraditórios. A esperança, ténue ainda (ou já), não passa de um caíque batida por vagas alterosas, ora na crista, ora na cava. Muitas vezes isto acontece em tempos de crise. Muitas vezes são sinal de melhores dias. Adivinhar é proibido. Sabe-se lá para onde vamos?
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O Ministério das Finanças deu bom acolhimento a uma tese que já aqui defendi. Relacionada com as agências de viagem. Estas vivem, essencialmente, de comissões. Pequenas, faco ao preço de venda das viagens aéreas, que são o grosso das vendas de grande parte das pequenas agências. O pagamento especial por conta aprovado para 2003 conduziria muitas delas à ruína. O Ministério entendeu isto. E promete considerar apenas, para os ditos pagamentos especiais por conta de coisa nenhuma, as comissões recebidas pelas agências. Não é tudo – o pagamento especial por conta é uma iniquidade numa sociedade organizada, é uma espécie de imposto de palhota. Mas já é alguma coisa.
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Mas as agências de viagem não são tudo. Os comerciantes de tabaco estão na mesma situação. Chamei-lhes comerciantes de tabaco, mas enganei-me. O que eles são é cobradores de impostos, uma vez que mais de 70% do preço de venda é imposto. Também trabalham por uma comissão irrisória e vendem volumes monetários gigantescos. A comissão recebida pelos armazenistas de tabaco ronda os 8,5%. Dos quais dão de comissão ao retalhista, algo entre 6,5% e 7,5%. Isto é, ficam com cerca de 1,5% das vendas para os seus custos de funcionamento. O Estado quer 1%. O Estado está doido! E ordens de doidos não se cumprem. Os armazenistas de tabaco não vão pagar o pagamento especial por conta de coisa nenhuma. Acho que fazem bem.
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O Senhor Ministro da Economia anunciou que o pagamento especial por conta de coisa nenhuma vai conhecer ajustamentos. Não sei que credibilidade poderemos atribuir a esta afirmação. Só porque ele nem pode falar em nome do Governo, nem os impostos estão sob sua tutela. É urgente que seja o Senhor Primeiro Ministro a dizê-lo ou a Senhora Ministra das Finanças. E, mais urgente que dizê-lo, é fazê-lo. Quem produz neste país precisa de tranquilidade. Não há produtividade que resista tendo no coração o sentimento de que se está a ser roubado indecentemente por um Estado que se afirma falido.
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A Bolsa está pela hora da morte. Gostava de poder fazer a contabilidade de quanto perderam os pequenos investidores nisto tudo. Não os grandes esses gerem as empresas cotadas e têm ordenados chorudos e mordomias que nunca mais acabam. Querem que cite alguns casos de homens ricos a gerirem empresas que destroçaram muitas pequenas economias? E, depois, como se isto não fosse muito, o absurdo. A CMVM alerta para que os investidores tenham cuidado com algumas das análises de Bolsa feitas por analistas que têm relações perigosas coma s empresas sobre as quais se pronunciam. Compre, dizem eles. E a Bolsa cai. Compre, dizem eles no dia seguinte. E a Bolsa cai. Não faz mal que caia a Bolsa. A pena é que não caia para sempre.
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Melhor do que pedir ao Governo que proteja os centros de decisão nacionais é fazer algo que realmente mantenha esses centros em Portugal. O que, num mercado livre, não pode ser feito – só pode ser ajudado – por nenhum Governo. Por isso é que é boa notícia a que dá conta de que o BCP, o BPI e o BES estão a estudar a hipótese de juntarem os seus trapinhos para gerir as participações que detêm nas grandes empresas nacionais. Se quanto ao BCP se pode especular sobre onde é que verdadeiramente se centra o seu poder de decisão, já o mesmo não acontece com os outros dois bancos. E estes saberão apreciar convenientemente o parceiro que vão ter, a concretizar-se o negócio.
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Pois é. Mas o BCP, mai-lo BPI, mai-lo BES, com todos os seus fundos de investimento, são também, cada um de per si, três portentosos investidores na Bolsa. Quanto mais se estiverem juntos. O que quer dizer que terão a capacidade de influenciar decisivamente as cotações. E se isto contribui quer para a liquidez do mercado, quer para a sua transparência, quer para a defesa dos pequenos investidores, venha o diabo e responda. Estou em crer que não. Isto é, a manutenção dos centros de decisão em Portugal poderá bem estar a fazer-se à custa da liquidez e da trasnparência do mercado de capitais. Ora cá está mais uma das contradições em que a economia capitalista é fértil.
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Enquanto as grandes empresas assim vão sendo tratadas, as pequenas, principalmente aquelas que se encontram em mãos estrangeiras, vão fechando. E com elas, aumenta o drama do desemprego. E com este disparam histórias trágicas, convidadas para o nosso jantar coincidente com o horário dos telejornais. Histórias de famílias que não sabem o que vão fazer à vida. Para os mais novos, será sempre uma questão de tempo. Mas para os mais velhos, Senhor? Onde vão eles encontrar novo emprego com a idade que têm? Os sindicatos, se não estivessem mais preocupados com a luta político-partidária, já poderiam ter, pelo menos, tentado resolver alguma coisa. As indemnizações não deveriam ser em função dos anos de trabalho. Deveriam ser em função dos anos de vida. Ou, se quisermos, inversamente proporcional ao tempo de vida activa restante. Isto, combinado com um incentivo fiscal ao emprego dos mais idosos, talvez pudesse acabar com muitos dramas. Mas, se calhar, algo assim até é inconstitucional. Por não ser igual para todos. Como se fosse igual ficar desempregado aos trinta ou aos cinquenta anos de idade.
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O Senhor Procurador Geral da República tornou oficial e aceitável a denúncia anónima de eventuais crimes. Apesar da hediondez do gesto denunciante, há que estar de acordo. Não pode ser essa hediondez a justificar a hediondez de outro gesto, qual seja o do eventual crime cometido pelo denunciado. A atitude do Senhor Procurador Geral da República é, pois, mais luz que sombra. Uma luz tornada cintilante quando ele afirma também que não é por se ter sido eleito pelo voto do Povo que se está acima da Lei. Que lhe não doam as mãos. Se este país precisa de optimismo – e precisa – eis uma atitude que contribui para ele: saber que a Justiça vai actuar nos conformes para todos.
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Mas será capaz a Justiça de agir bem? Note-se o caso daquela empresa injustamente “capturada” ao seu legítimo proprietário e só devolvida VINTE E CINCO ANOS depois. Toda desfeita, aquilo que fora uma empresa modelar. Quando assistimos a isto, a luz da atitude do Senhor Procurador Geral da República empalidece violentamente.
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Luzes e sombras de uma sociedade à procura do seu caminho, do seu futuro. E, nas procuras, é sempre a luz que ajuda a encontrar. Nunca a sombra. Uma razão para que todos nos empenhemos para que cada vez exista mais luz.
Magalhães Pinto,em VIDA ECONÓMICA, em 29/1/2003
PENSAMENTO DO DIA
Movimento de Independentes "Mais Sociedade" propôs redução de pensões para que houvesse estado a cargo do Fundo de Desemprego. A Ministra do Trabalho Helena André, numa longa diatribe, atribuiu ao PSD tais propostas. Mais uma a julgar que os seus concidadãos são estúpidos. Uma estupidez e um insulto.
EFEMÉRIDE DO DIA
Neste dia, em 1521, faleceu o navegador português Fernão de Magalhães.
Ao serviço do rei de Espanha, planeou e comandou a expedição marítima que efectuou a primeira viagem de circum-navegação ao globo. Foi o primeiro a alcançar a Terra do Fogo no extremo Sul do continente Americano, a atravessar o estreito hoje conhecido como Estreito de Magalhães e a cruzar Oceano Pacífico, que nomeou. Fernão de Magalhães foi morto em batalha em Cebu, nas Filipinas no curso da expedição, posteriormente chefiada por Juan Sebastián Elcano até ao regresso em 1522.
A armada fez escala nas ilhas Canárias e alcançou a costa da América do Sul, chegando em 13 de dezembro ao Rio de Janeiro. Prosseguindo para o sul, atingiram Puerto San Julian à entrada do estreito, na extremidade da atual costa da Argentina, onde o capitão decidiu hibernar. Irrompeu então uma revolta que ele conseguiu dominar com habilidosa astúcia. Após cinco meses de espera, período no qual a "Santiago" foi perdida em uma viagem de reconhecimento, tendo os seus tripulantes conseguido ser resgatados, Magalhães encontrou o estreito que hoje leva seu nome, aprofundando-se nele. Em outra viagem de reconhecimento, outra nau foi perdida, mas desta vez por um motim na "San Antonio" onde a tripulação aprisionou o seu capitão Álvaro de Mesquita, primo de Magalhães, e iniciou uma viagem de volta com o piloto Estêvão Gomes (realmente estes completaram a viagem, espalhando ofensas contra Fernão de Magalhães na Espanha).
Apenas em Novembro a esquadra atravessaria o Estreito, penetrando nas águas do Mar do Sul (assim baptizado por Balboa), e baptizando o oceano em que entravam como «Pacífico» por contraste às dificuldades encontradas no Estreito. Depois de cerca de quatro meses, a fome, a sede e as doenças (principalmente o escorbuto) começaram a dizimar a tripulação. No Pacífico que encontrou as nebulosas que hoje ostenta o seu nome - as nebulosas de Magalhães.
Em março de 1521, alcançaram a ilha de Ladrões no actual arquipélago de Guam, chegando à ilha de Cebu nas atuais ilhas Filipinas em 7 de abril. Imediatamente começaram com os nativos as trocas comerciais; boa parte das grandes dificuldades da viagem tinham sido vencidas. Dias depois, porém, Fernão de Magalhães morreu em combate com os nativos na ilha de Mactan, atraído a uma emboscada.
Ao serviço do rei de Espanha, planeou e comandou a expedição marítima que efectuou a primeira viagem de circum-navegação ao globo. Foi o primeiro a alcançar a Terra do Fogo no extremo Sul do continente Americano, a atravessar o estreito hoje conhecido como Estreito de Magalhães e a cruzar Oceano Pacífico, que nomeou. Fernão de Magalhães foi morto em batalha em Cebu, nas Filipinas no curso da expedição, posteriormente chefiada por Juan Sebastián Elcano até ao regresso em 1522.
A armada fez escala nas ilhas Canárias e alcançou a costa da América do Sul, chegando em 13 de dezembro ao Rio de Janeiro. Prosseguindo para o sul, atingiram Puerto San Julian à entrada do estreito, na extremidade da atual costa da Argentina, onde o capitão decidiu hibernar. Irrompeu então uma revolta que ele conseguiu dominar com habilidosa astúcia. Após cinco meses de espera, período no qual a "Santiago" foi perdida em uma viagem de reconhecimento, tendo os seus tripulantes conseguido ser resgatados, Magalhães encontrou o estreito que hoje leva seu nome, aprofundando-se nele. Em outra viagem de reconhecimento, outra nau foi perdida, mas desta vez por um motim na "San Antonio" onde a tripulação aprisionou o seu capitão Álvaro de Mesquita, primo de Magalhães, e iniciou uma viagem de volta com o piloto Estêvão Gomes (realmente estes completaram a viagem, espalhando ofensas contra Fernão de Magalhães na Espanha).
Apenas em Novembro a esquadra atravessaria o Estreito, penetrando nas águas do Mar do Sul (assim baptizado por Balboa), e baptizando o oceano em que entravam como «Pacífico» por contraste às dificuldades encontradas no Estreito. Depois de cerca de quatro meses, a fome, a sede e as doenças (principalmente o escorbuto) começaram a dizimar a tripulação. No Pacífico que encontrou as nebulosas que hoje ostenta o seu nome - as nebulosas de Magalhães.
Em março de 1521, alcançaram a ilha de Ladrões no actual arquipélago de Guam, chegando à ilha de Cebu nas atuais ilhas Filipinas em 7 de abril. Imediatamente começaram com os nativos as trocas comerciais; boa parte das grandes dificuldades da viagem tinham sido vencidas. Dias depois, porém, Fernão de Magalhães morreu em combate com os nativos na ilha de Mactan, atraído a uma emboscada.
26.4.11
OS PORTUGUESES - LXXIX
"Alfredo Keil, nasceu em Lisboa a 3 de Julho de 1850 e faleceu em Hamburgo a 4 de Outubro de 1907. Compositor, pintor, poeta e arqueólogo português de ascendência alemã por parte do pai, João Cristiano Keil que, em 1838, se estabeleceu em Lisboa e alsaciana por parte da mãe, Maria Josefina Stellfiug, pertencente a uma família já fixada em Portugal desde o último quartel do século XVIII.Estudou desenho e música em Nuremberga, numa academia dirigida pelo pintor Kremling. Em 1870, devido à guerra Franco-Prussiana, regressa a Portugal. Em 1890, o ultimato inglês a Portugal ofereceu a Alfredo Keil a inspiração para a composição do canto patriótico "A Portuguesa", com versos de Henrique Lopes de Mendonça. A cantiga tornou-se popular em todo o país e seria mais tarde transformada no hino nacional de Portugal - A Portuguesa. (Coma a ligeira adaptação na letra da substituição do tão objectivo refrão: “Contra os Bretões, marchar, marchar” pelo mais generalista “Contra os canhões, marchar, marchar”.
(Fonte: Movimento Cidadãos por Góis - Cultura)
FRASE DO DIA
PENSAMENTO DO DIA
CRÓNICA DA SEMANA - I
A UNIÃO
Os nossos deputados recusaram-se a celebrar o “25 de Abril” no edifício da Assembleia da República, embora numa sala mais pequena, que conheço bem, a chamada sala do Senado. Argumentaram que a Assembleia estava dissolvida e não se justificava, por isso, a sua reunião plenária. Nesta desconfiança acerca dos políticos que todos vamos vivendo, eu até me atrevo a pensar que a razão era outra. A necessidade de deslocação ao Parlamento e aguentar uma sessão pelo fim da manhã estragaria, aos ditos senhores, o fim-de-semana alargado.
Como quer que seja, o senhor Presidente da República encontrou uma solução. Que acabou por ser uma solução brilhante, face ao Estado político e financeiro em que o país se encontra. Pediu aos presidentes da República todos que tivemos em democracia – Ramalho Eanes, Mário Soares e Jorge Sampaio - para o acompanharem; e fez as celebrações nas instalações da Presidência, em Belém. Dando a palavra a todos.
Foi um exemplo magnífico dado por Cavaco Silva. Num momento em que todos precisamos da união de todos, ele uniu os presidentes que o antecederam, fazendo com eles uma equipa fortíssima nos seus apelos à união e interesse de todos nós. Todos se referiram à necessidade dessa união. Assim como todos disseram que nenhum, nem eles, podiam fazer outras promessas aos Portugueses que não fossem a dos sacrifícios e a da esperança.
De algum modo, os quatro presidentes que todos nós escolhemos em toda a vida da democracia portuguesa após 1974, mostraram como Portugal pode estar unido independentemente do que cada um pensa sobre quem nos há-de governar. Cabe-nos a nós, agora, dar a resposta adequada. Exigindo cooperação entre todos os partidos, pelos menos os de governo, para que possamos recuperar do cancro que mina o nosso corpo colectivo. Lembrando-nos sempre que a ninguém é legítimo amar mais o seu partido do que a Pátria, que ninguém pode amar mais a revolução do que o Povo em nome do qual foi feita.
Oxalá saibamos responder ao apelo que todos os nossos presidentes nos fizeram.
Magalhães Pinto, em RÁDIO CLUBE DE MATOSINHOS, em 26/4/2011
Os nossos deputados recusaram-se a celebrar o “25 de Abril” no edifício da Assembleia da República, embora numa sala mais pequena, que conheço bem, a chamada sala do Senado. Argumentaram que a Assembleia estava dissolvida e não se justificava, por isso, a sua reunião plenária. Nesta desconfiança acerca dos políticos que todos vamos vivendo, eu até me atrevo a pensar que a razão era outra. A necessidade de deslocação ao Parlamento e aguentar uma sessão pelo fim da manhã estragaria, aos ditos senhores, o fim-de-semana alargado.
Como quer que seja, o senhor Presidente da República encontrou uma solução. Que acabou por ser uma solução brilhante, face ao Estado político e financeiro em que o país se encontra. Pediu aos presidentes da República todos que tivemos em democracia – Ramalho Eanes, Mário Soares e Jorge Sampaio - para o acompanharem; e fez as celebrações nas instalações da Presidência, em Belém. Dando a palavra a todos.
Foi um exemplo magnífico dado por Cavaco Silva. Num momento em que todos precisamos da união de todos, ele uniu os presidentes que o antecederam, fazendo com eles uma equipa fortíssima nos seus apelos à união e interesse de todos nós. Todos se referiram à necessidade dessa união. Assim como todos disseram que nenhum, nem eles, podiam fazer outras promessas aos Portugueses que não fossem a dos sacrifícios e a da esperança.
De algum modo, os quatro presidentes que todos nós escolhemos em toda a vida da democracia portuguesa após 1974, mostraram como Portugal pode estar unido independentemente do que cada um pensa sobre quem nos há-de governar. Cabe-nos a nós, agora, dar a resposta adequada. Exigindo cooperação entre todos os partidos, pelos menos os de governo, para que possamos recuperar do cancro que mina o nosso corpo colectivo. Lembrando-nos sempre que a ninguém é legítimo amar mais o seu partido do que a Pátria, que ninguém pode amar mais a revolução do que o Povo em nome do qual foi feita.
Oxalá saibamos responder ao apelo que todos os nossos presidentes nos fizeram.
Magalhães Pinto, em RÁDIO CLUBE DE MATOSINHOS, em 26/4/2011
RECORDAR É VIVER
Giacomo Puccini. Coro com boca fechada da Madame Butterfly. Aqui, com o coro de André Rieu. Uma peça inesquecível.
EFEMÉRIDE DO DIA
Neste dia, em 1986, aconteceu o acidente nuclear de Chernobyl, na União Soviética.
É considerado o pior acidente nuclear da história da energia nuclear, produzindo uma nuvem de radioactividade que atingiu a União Soviética, Europa Oriental, Escandinávia e Reino Unido, com a libertação de 400 vezes mais contaminação que a bomba que foi lançada sobre Hiroshima. Grandes áreas da Ucrânia, Bielorrússia e Rússia foram muito contaminadas, resultando na evacuação e realojamento de aproximadamente 200 mil pessoas.
O acidente fez crescer preocupações sobre a segurança da indústria nuclear soviética, diminuindo sua expansão por muitos anos, e forçando o governo soviético a ser menos secreto. Os agora separados países de Rússia, Ucrânia e Bielorrússia têm suportado um contínuo e substancial custo de descontaminação e cuidados de saúde devidos ao acidente de Chernobyl. É difícil dizer com precisão o número de mortos causados pelos eventos de Chernobyl, devido às mortes esperadas por câncer, que ainda não ocorreram e são difíceis de atribuir especificamente ao acidente. Um relatório da Organização das Nações Unidas de 2005 atribuiu 56 mortes até aquela data – 47 trabalhadores acidentados e nove crianças com câncer da tireóide – e estimou que cerca de 4000 pessoas morrerão de doenças relacionadas com o acidente. O Greenpeace, entre outros, contesta as conclusões do estudo.
É considerado o pior acidente nuclear da história da energia nuclear, produzindo uma nuvem de radioactividade que atingiu a União Soviética, Europa Oriental, Escandinávia e Reino Unido, com a libertação de 400 vezes mais contaminação que a bomba que foi lançada sobre Hiroshima. Grandes áreas da Ucrânia, Bielorrússia e Rússia foram muito contaminadas, resultando na evacuação e realojamento de aproximadamente 200 mil pessoas.
O acidente fez crescer preocupações sobre a segurança da indústria nuclear soviética, diminuindo sua expansão por muitos anos, e forçando o governo soviético a ser menos secreto. Os agora separados países de Rússia, Ucrânia e Bielorrússia têm suportado um contínuo e substancial custo de descontaminação e cuidados de saúde devidos ao acidente de Chernobyl. É difícil dizer com precisão o número de mortos causados pelos eventos de Chernobyl, devido às mortes esperadas por câncer, que ainda não ocorreram e são difíceis de atribuir especificamente ao acidente. Um relatório da Organização das Nações Unidas de 2005 atribuiu 56 mortes até aquela data – 47 trabalhadores acidentados e nove crianças com câncer da tireóide – e estimou que cerca de 4000 pessoas morrerão de doenças relacionadas com o acidente. O Greenpeace, entre outros, contesta as conclusões do estudo.
25.4.11
OS PORTUGUESES - LXXVIII
"A campanha teria pouco depois o seu epílogo com o feito de Chaimite (27 de Dezembro de 1895). Mouzinho (de Albuquerque), então governador do novo distrito de Gaza, decidira aprisionar Gungunhana: arrastando consigo meia centena de homens, ofiociais e soldados, e duas praças indígenas, avançou temerariamente, debaixo de chuva incessante, até Chaimite, a cidade santa dos Vátuas, onde pentrou com destemor, apesar das tropas negras que guardavam o chefe vátua. Depois de mandar chamar o Gungunhana, deu-lhe ordem de prisão e mandou-o sentar-se no chão, o que significava humilhação do régulo diante da guerra preta, que levantou grande alarido, batendo com as azagaias nas rodelas em sinal de aplauso e temor. Dois dos conselheiros de Gungunhana, Manhune e Queto, foram logo sumariamente fuzilados. Presos outros seguidores do chefe vencido. Mouzinho regressou a Lourenço Marques, por Zimacou, no Capelo: assim terminava a campanha copntra os rebeldes vátuas."
(Fonte: História de Portugal, dirigida por João Medina)
FRASE DO DIA
PENSAMENTO DO DIA
Só cretinos podem amar mais o partido do que a Pátria, amar mais a revolução do que o Povo em nome do qual ela é feita.
24.4.11
OS PORTUGUESES - LXXVII
"O significado da obra de José Duarte Ramalho Ortigão tem dado lugar a interpretações diversas. A sua estatura de escritor e publicista conjuga permanentemente a intencionalidade crítica dmeolidora mais irónica com o culto vertebrado e omnipresente de um peculiar casticismopedagógico e construtivo. Daí que Ramalho possa ser disputado, ao mesmo tempo, pela geração de republicanos que com ele pôde contar para a realização das festividades do tricentenário de Camões (1880) e pelos tradicionalistas do jornal A Restuaração, que dele receberam, em Setembro de 1914, as diatribes antidemocráticas contidas na sua Carta de um velho a um novo"
(Fonte: Amadeu Carvalho Homem, in História de Portugal, dirigida por João Medina)
FRASE DO DIA
PENSAMENTO DO DIA
Em qualquer país, um governante que tivesse inventado as Parcerias Público-Privadas (que estão a hipotecar todo o nosso futuro e dos nossos filhos) provavelmente levaria uma corrida que nunca mais se ouviria falar dele. Em Portugal, ainda há quem acredite nesse governante. Merecemos bem o que nos espera.
EFEMÉRIDE DO DIA
Neste dia, em 1913, nasceu o cançonetista argentino por nascimento mas radicado no Brasil, Carlos Galhardo.
Apesar de em casa e para amigos cantarolar cançonetas italianas e árias de ópera, sua carreira iniciou em uma festa na casa de um irmão, onde encontravam-se presentes personalidades como Mário Reis, Francisco Alves, Lamartine Babo, Jonjoca e, ali, cantou para os convidados Deusa, de Freire Junior, canção do repertório de Francisco Alves. Aprovando-o, aconselharam-no a tentar o rádio. Foi então apresentado ao compositor Bororó e através deste conseguiu uma oportunidade na Rádio Educadora do Brasil onde cantou "Destino", de Nonô e Luís Iglesias. No dia seguinte foi procurado e convidado a fazer um teste na RCA Victor. Aprovado, passa a fazer parte do coro que acompanhava as gravações da gravadora.
Apesar de em casa e para amigos cantarolar cançonetas italianas e árias de ópera, sua carreira iniciou em uma festa na casa de um irmão, onde encontravam-se presentes personalidades como Mário Reis, Francisco Alves, Lamartine Babo, Jonjoca e, ali, cantou para os convidados Deusa, de Freire Junior, canção do repertório de Francisco Alves. Aprovando-o, aconselharam-no a tentar o rádio. Foi então apresentado ao compositor Bororó e através deste conseguiu uma oportunidade na Rádio Educadora do Brasil onde cantou "Destino", de Nonô e Luís Iglesias. No dia seguinte foi procurado e convidado a fazer um teste na RCA Victor. Aprovado, passa a fazer parte do coro que acompanhava as gravações da gravadora.
23.4.11
OS PORTUGUESES - LXXVI
"Se os partidos eram essenciais ao jogo político do tempo, a sua existência, em última análise, justificava-se pelas eleições. Ora, estas eram organizadas e decididas num confronto político em que, progressivamente, sobretudo a partir dos anos 70 (1870), a importância do Estado era decisiva. Este facto levava a que se dissesse que não eram os eleitores que faziam as maiorias parlamentares e os governos, mas os governos que faziam as eleições e, assim, criavam as dóceis maiorias parlamentares, mecanismo perfeitamente demonstrado pelos escritores da geração de 70:
'Quando uma Câmara se fecha, o Governo nomeia outra. Nomeia - porque uma Câmara não é eleita pelo povo, é nomeada pelo Governo. O deputado é um empregado de confiança. Somente a sua nomeação não é feita por um decreto nitidamente impresso no iário do Governo: o processo dessa nomeação é mais complicado e moroso'. (Eça de Queirós)"
(Fonte: História de Portugal, dirigida por João Medina)
FRASE DO DIA
PENSAMENTO DO DIA
Com uma economia frágil como a nossa e na situação em que nos encontramos, haveria três medidas possíveis para o reequilíbrio mais ou menos rápido: a desvalorização da moeda; a emigração maciça com posteriores remessas dos emigrantes para casa; e outra. Nem podemos desvalorizar o Euro nem os emigrantes de hoje são os de sessenta. Vão e não voltam e, por isso, não remetem fundos para casa. Moral da História: não há remédio a não ser a terceira solução: o empobrecimento generalizado nas próximas décadas. A não ser que descubramos petróleo no Beato.
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