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8.2.07

CRONICA DA SEMANA


Admito que muita gente se sinta indecisa quanto à atitude a assumir na votação que devemos fazer no próximo Domingo. Analisado o problema de um modo geral, há muitas razões para votar SIM e há muitas razões para votar NÃO. Podemos dizer que os que defendem o SIM pensam essencialmente na Mulher. E os que defendem o NÃO pensam sobretudo no feto. E esta é que é a dificuldade maior de escolha. Porque é dramático ver que as necessidades e os direitos de uma mãe se opõem às necessidades e direitos do seu filho.

Confesso que, pessoalmente, sinto essa dificuldade de escolha. Numa tentativa de simplificação, eu coloco o problema desta maneira: enquanto o cordão umbilical liga os dois, o feto é parte do corpo da mãe ou é algo dela independente? É uma questão diferente de saber quando é que começa a Vida. Para mim, tenho que a Vida é um proceso ininterrupto, que começou na primeira célula e só terminará quando desaparecer a última das células. E, por isso, claro que o feto é Vida. Tanto como eram já Vida as células feminina e masculina que, ao juntarem-se, lhe deram origem. O modo como se responde a esta questão conduz a que, se o feto for considerado parte do corpo da mulher, então pode ser extirpado, em qualquer momento da gravidez, como se fosse um tumor maligno se maligno a mulher o considera. Todavia, se não é parte do corpo da mulher, então já não pode ser extirpado, seja em que momento for da gravidez. Outra confissão que faço é que não consigo, encontrar uma resposta para dar aos outros.

Mas, seja qual seja a opinião de cada um, temos o dever de ir votar. Sem tomar qualquer partido pela resposta a dar, devemos defender a figura que o referendo é. E só podemos fazer essa defesa comparecendo nas urnas. A votar o que a nossa consciência mandar, Mesmo em branco ou nulo. Mas dizendo, alto e bom som, que pretendemos continuar a ter referendos sempre que eles se justifiquem. O referendo é o instrumento mais puramente democrático de que dispomos. Deixará de o ser se, oportunidade atrás de oportunidade, nós o desprezarmos.

Portanto, Domindo é nosso dever votar. Iremos.
...

Excerto da crónica UM DEVER - Magalhães Pinto - Matosinhos Hoje - 6/2/2007

/Foto de www.babyview.co.uk)

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