Pesquisar neste blogue

25.1.10

MEMÓRIA

VAMOS A FACTOS

Tudo indica que o vencedor das próximas eleições legislativas será o Partido Socialista. Não apenas todas as sondagens dão uma vantagem muito apreciável a esse Partido, mas também sentimos que os erros acumulados pelo último Governo que tivemos - mais erros de comportamento do que, propriamente, de governação - dificilmente permitirão que, nestes escassos dois meses que faltam, consiga Santana Lopes inverter a sua imagem. Estaremos, assim, na eminência de ter, como Primeiro-Ministro de Portugal o Engenheiro José Sócrates. E, com toda a franqueza, estes primeiros passos da campanha eleitoral que ele iniciou primeiro do que os outros, não nos deixam muitas esperanças de que vamos ficar melhor servidos. Pode ser que as coisas mudem até às eleições. Mas, para já, o panorama é desalentador.

Com efeito, José Sócrates tem passado este tempo primeiro numa única cruzada. A dizer mal dos seus adversários políticos. Ora nenhum país se governa apenas a dizer mal dos adversários. O que verdadeiramente todos queremos saber do Engenheiro José Sócrates é o que vai ele fazer pelos Portugueses, nestes difíceis tempos que atravessamos. Sabem os especialistas que a situação do país é de grave crise. Crise económica, crise social, crise política, crise do Estado. Sabemos todos que a situação financeira do Estado, apesar de todo o esforço que foi feito pelos dois Governos passados, está longe de nos dar tranquilidade. Sabemos todos que a situação económica do país não está de molde a suportar grandes reivindicações nem grandes benefícios. Sabemos todos que o desemprego continuará seguramente a aumentar ainda durante muito tempo. Sabemos todos que o tecido social é formado por mil e um remendos, que tantos são os grupelhos que por aí andam, apenas à cata do maior quinhão da manta para si. Sabemos todos isso. Sabemos que, se algum dos candidatos prometer mundos e fundos, nos estará a enganar. Sabemos todos que ainda serão necessários muitos anos de sacrifícios para que possamos ganhar o equilíbrio novamente. Isto é, ganhe quem ganhar, as coisas não vão melhorar por aí além. Não são, portanto, melhorias aquilo que podemos esperar.

Mas há algo que seguramente esperamos, se os políticos que se nos apresentam à escolha forem realmente sérios, honestos, competentes. É que nos apresentem um plano que nos permita sair do lodaçal em que nos atolámos. Um plano mobilizador, que nos faça pensar mais no conjunto do que nos interesses de cada um. Um tal plano não pode, mais uma vez, ser apenas um atirar de culpas para quem lá esteve. Até porque o Partido Socialista, não sendo o único culpado, tem muitas culpas no estado a que chegámos.

Magalhães Pinto, em MATOSINHOS HOJE, em 21/12/2004

1 comentário:

JOSÉ MODESTO disse...

Caro Magalhães Pinto.
O problema não está nos governos, mas nas nossas capacidades enquanto sociedade. O plano tecnológico é feito por portugueses. Ora sabendo a capacidade do nosso ensino e dos nossos licenciados - na proporção inversa aos inflados títulos académicos - os planos valem o esperado e por isso dão no que dão, descemos a todos os nivéis.
Portugal custa a levantar, será a culpa nossa ou dos nossos governantes?

Será que temos o país que merecemos?

Saudações Marítimas
José Modesto