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27.8.09

A CRÓNICA


AS CONTAS E OS DESCONTOS

Brevemente, iremos de novo às urnas decidir quem nos governará. Em duas eleições quase consecutivas. Umas relativas ao governo do País e outras referentes ao nosso Município. E aquilo que decidirmos influenciará a nossa vida, de um modo determinante, nos próximos quatro anos. Não adiantará, depois, andarmos a carpir mágoas se, porventura, os eleitos falharem redondamente naquilo que esperávamos deles. A nossa responsabilidade será sempre a maior de todas. E isto porque já todos levamos quase quarenta anos de democracia e, de um modo geral, conhecemos bem quem se apresenta a pedir o nosso voto. A escolha será nossa. É neste momento que temos o dever de avaliar bem os candidatos e fazer a melhor escolha possível. Temos a obrigação de olhar para trás e fazer bem as contas. Todos os candidatos terão parcelas a somar e descontos a fazer. E não podemos errar nas contas. Porque um erro nas contas, neste momento, e serão quatro anos da nossa vida futura que pagarão o erro.

Estamos habituados a ver os candidatos prometerem, nestes períodos eleitorais, mundos e fundos a nosso favor. Para, logo que atingem o seu alvo fundamental, o Poder, fazerem de conta que não prometeram nada. Sabemos tão bem que é assim que, as mais das vezes, não acreditamos no que eles prometem. Ainda não são Poder e já sabemos que nos estão a mentir Daí que não seja pelas promessas eleitorais que nos devemos deixar guiar no momento de colocarmos a cruz no voto. E há mesmo alguns candidatos que são mais subtis. O que eles fazem é o que eu chamo “conversa de aproximação”. Estão atentos às queixas das pessoas e apressam-se a queixar-se do mesmo modo e das mesmas coisas. O que eles pretendem é que o eleitor, ouvindo-os, pense: “ora aqui está um que pensa como eu”. Não pensam nada. É apenas uma estratégia para levar o cidadão a confiar-lhes o voto. E também não serve a conversa usada por muitos políticos de que “têm obra para apresentar”. Porque o factor de apreciação não deve ser o que eles fizerem mas sim o que podiam ter feito com os recursos que tinham e não fizeram.

Sendo assim, e em minha opinião, só há um factor de apreciação. Quem é que sempre nos tratou com respeito na sua vida política? Quem é que não foi demagogo, falando a maior parte das vezes só por falar, e não nos tratou como crianças atrasadas que não sabem pensar por si? Quem é que fala pouco e não repete incessantemente as mesmas coisas, numa tentativa de nos levar a pensar como ele? Isto é, quem é que, onde esteve e enquanto esteve, nos tratou com seriedade, no mesmo plano de igualdade, com elevação e, repito, respeito?

Se encontrarmos esse alguém, então estamos diante de uma pessoa séria. E é ela que merece o nosso voto. Se ainda não nos enganou, o provável é que não nos engane.

Crónica de Magalhães Pinto, publicada em MATOSINHOS HOJE, em 25/8/2009

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