UM GRANDE VENCEDOR
Assisti, com alguma emoção, ao desenrolar da última noite eleitoral, no que se refere a Matosinhos. Não que houvesse dúvidas sobre quem seria o Presidente da Câmara para os próximos quatro anos. Nunca as houve. Só a desenfreada – e, digamos, pouco honesta - propaganda de um dos intervenientes pôde criar, em alguns, a ilusão de que as coisas podiam ser diferentes. Mas havia que ver de que modo a cisão que, necessariamente, se verificaria no voto socialista afectaria a possibilidade de um regular funcionamento das instituições no futuro próximo.
Aqui, aconteceu um fenómeno que também foi esperável, a partir do momento em que se conheceu o candidato inventado, para Matosinhos, pelo Presidente da Distrital do Porto do PSD. Agora, que conhecemos os resultados, vemos como foi fácil, no triângulo gerado, a escolha para os Matosinhenses. De um lado, tínhamos um Presidente jovem, com projectos para o futuro, que podia apresentar trabalho feito e que tinha o enorme trunfo de ser matosinhense de gema. No outro lado, tínhamos um ex-Presidente, demagogo, fazendo apelo aos mais mesquinhos sentimentos das pessoas e cuja vontade maior era vingar-se do seu Partido e do seu sucessor, com um projecto nitidamente do passado. Por fim, no terceiro lado, tínhamos um desconhecido qualquer - sem desprimor, um paraquedista - que o Presidente da Distrital do Porto do PSD criou. E a escolha foi fácil. Os matosinhenses não se enganaram, avaliaram bem a situação e votaram correctamente. É, designadamente, muito visível a deslocação do voto no PSD para o Partido Socialista.
Naturalmente, uma grande lição para todos os intervenientes. Para o Dr. Guilherme Pinto – que daqui efusivamente felicito – a indicação de que os matosinhenses muito esperam dele. Que esperam a continuação da obra e que ele continue a tratá-los como adultos e com respeito pela sua inteligência, como aliás o Presidente tem feito sempre. Para Narciso Miranda, a clara indicação de que basta. Os matosinhenses não o querem mais. É tempo de regressar a Barroselas. Para o PSD, talvez a lição maior. Creio que nunca mais algum dirigente, nacional ou regional do PSD voltará a tentar resolver as suas estratégias às custas dos matosinhenses.
Disto tudo, sai um grande vencedor. O Povo de Matosinhos. Que demonstrou uma maturidade enorme, tanto no plano da democracia como no plano da cidadania. Mandando às malvas os símbolos partidários e escolhendo entre as pessoas que tinha à sua disposição. E escolhendo os melhores. E, porque moro na freguesia de Matosinhos, eu sinto-me duplamente feliz. É que esse dirigente chamado António Parada também foi eleito Presidente da Freguesia.
Magalhães Pinto, em MATOSINHOS HOJE, em 12/10/2009
9 comentários:
O senhor é a vergonha da análise.
Sinceramente, a conjuntura dos factos que faz é tão errada quanto é certa a vereação assumida pelo Narciso Miranda.
Uma lição a todos que dizem que o senhor de Matosinhos é demagogo, vingativo e que tinha um projecto de passado.
Qualidades aliás que começam a caracterizar bem quem o acusa de tal forma.
Se tal não aguenta, vá-se queixar à Santa Casa.
Obrigado pela visita e pelo comentário, José Castro.
É uma pena que a cegueira de facção possa conduzir a comentários como este.
Em primeiro lugar, deve entender que eu não tenho culpa nenhuma de o seu ídolo ter perdido.Só tenho direito a um voto, como qualquer outro cidadão, e não fui eu que o impediu de ser presidente.
Em segundo lugar, pode dar as voltas que quiser. Não consegue evitar a realidade crua dos factos: os matosinhenses não quiseram nem querem o seu ídolo a presidente.
Em terceiro lugar, aposto consigo que, em breve, o seu ídolo abandonará todos aqueles qaue lhe lhe serviram de degrau. Como abandonou sempre aqueles que melhor o serviram.
Em quarto lugar, nunca pensou porque seria que, tendo tido tanta gente a trabalhar com ele, em trinta anos de presidência, nem um só dos seus antigos vereadores (que eu saiba) esteve com ele?
Acorde, senhor José Castro! E não ande por aí, com a dor (que eu entendo) a tentar bater em alguém que apenas exprime a sua opinião, como é seu direito. Uma opinião que, como se viu, é maioritária em Matosinhos. Maioritária de largo!
De facto, Narciso Miranda pode ter 1001 defeitos como o Sr. faz questão de enaltecer. No entanto, defeito maior é o de gente como o senhor que mudam de cor não por convicções, não por acreditar em determinado projecto ou determinada pessoa, mas unica e exclusivamente para votar contra Narciso Miranda, cidadão pelo qual o Sr. não nutre grande estima...
Expresse, à vontade, as suas opiniões, mas não se exponha ao ridículo. Todos os que o conhecem sabem que realmente apoiou GP por ser a única hipótese de fazer frente a Narciso Miranda. Caso contrário teria apoiado o também falhado candidato do seu partido. Tenha vergonha!!
Guilherme Pinto não foi, não é e nem nunca será o iluminado que algumas pessoas tentam acreditar que seja. GP é, isso sim, um falhado que se limitou a concretizar obras começadas, projectos lançados. E tudo o que saiu da sua cabeça, ou das dos que o rodeiam são nulidades para Matosinhos. Tenho pena de ver a minha terra em mãos tão ignorantes e tão incapacitadas para conduzir o leme futuramente.
Resta-me a certeza de que NM assumirá o lugar para o qual foi eleito, na esperança de puder condicionar, ou até mesmo ensinar alguma coisa a quem infelizmente tem o poder de decidir.
Obrigado Anónimo (porque será que comentários tão correctos na forma, embora errados no conteúdo, precisam do anonimato?) pela visita e comentário.
Já expliquei, neste mesmo blog, porque razão não apoiei o candidato do PSD. Social-Democrata que sou e continuarei a ser. Por isso, meu prezado visitante, não vou chover mais no molhado. Se quiser, releia a explicação. Conforme já respondi a outro visitante e comentador desta página, acho que estão a dar-me importância demais. Afinal, eu tenho só um voto como os demais e até aprece que sou eu o culpado.
Ainda recentemente escrevi:
ROSTOS
Espalhados por toda a cidade o rosto identifica a pessoa, o rosto identifica o candidato.
A movimentação eleitoral toda ela rola e sempre através do Candidato á referida câmara.
Não deveria ser assim, então os candidatos ás referidas juntas o que é que andam a fazer?
Ande estão os seus rostos? A sua captação de eleitorado? A captação das suas gentes?
Em toda esta acção de campanha que decorre assisti a factos surpreendentes e que me questionam:
O que é que os candidatos as juntas de freguesia andam a fazer?
Então os trabalhos de casa, ninguém os faz?
Normalmente em áreas de referência, o Café do Sr. A, a Tabacaria do Sr. B, o Restaurante do Sr. C eles esperam ansiosamente
a vinda dos Maestros que muitas das vezes com horas de atraso chegam para compor a banda.
Mas será que ainda ninguém se lembrou que a captação de votos se faz com ou sem o Maestro?
Os bons trabalhadores têm sempre a ideia de que ainda podem trabalhar mais, é com este espírito que se ganham votos, se ganha
eleitorado, por outro lado sabemos que pela forma como se trabalha se pode avaliar o referido candidato.
Esta minha constatação vai ao encontro de opiniões que colhi nos últimos dias, será que na nossa cidade os Maestros que compõe a banda
tocam sozinhos? e os outros esperam somente pelo acenar da batuta?
Vá lá a lógica só amedronta os lógicos….
Saudações Marítimas
José Modesto
O seu texto está muito bem escrito, na forma e no conteúdo. Quanto aos protestos de algumas mentes mais exaltadas, elas irão desaparecendo ao longo dos tempos, até que um dia, talvez numa sossegada manhã de Outono de 2013, possamos verificar que as listas de candidatos à Câmara de Matosinhos são constituidas por gente com menos de 60 anos, nascidos e criados cá. Talvez nessa manhã possamos olhar para o lado e ver semelhança na diferença...
Revejo-me nos comentários apresentados.
De Narciso Miranda, gostei sobretudo do périplo feito no dia das Eleições, pelos diversos locais de voto, a fazer "campanha", como pude presenciar junto às secções de voto na freguesia da Senhora da Hora, na manhã de Domingo. Parece não ter valido a pena este último "esforço de apelo ao voto".
O meu único ídolo é o meu senhor Jesus Cristo.
Eu não lhe dou importância,senhor Magalhães Pinto. Aliás o senhor terá a que bem merece (e que não passa disto), como cada um de nós. Agora, sendo este um espaço de debate é previsível que as suas opiniões sejam debatidas e desconstruídas quando são tão incongruentes como nos habitua.
Se assim não gosta desligue os comentários.
Deixe que lhe diga, todos os dependentes do tacho, do subsidio, e do arranjo, fizeram questão de se expressar logo no dia a seguir às eleições. Um desabafo tão grande que alguns deles até foram à Câmara. Compadrios e água benta cada um toma o que quer.
Eu estou bem acordado.
Obrigado pela visita e comentário, José Castro.
Sorrio-me com alguma comiseração, porque falar de compadrios e favores e pendurados e arranjistas e visitas à Câmara, alguém cujo ídolo é o candidato derrotado - ou vencedor, até já não sei, depois de ouvi-lo - é próprio de quem não tem memória.
E outra coisa, meu Caro. Desde que as opiniões sejam expressas com a correcção que o senhor usa, terão sempre lugar aqui, sejam contra ou favor das minhas.
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