(continuação)
XXVII
Não foi programada nenhuma operação para a semana seguinte à de Morés. Os homens precisavam de descansar. Um intervalo na guerra para retemperar forças. Uma oportunidade para gozar a amenidade de Mansoa.
Vista de cima, Mansoa parece uma prisão. Três ruas verticais e quatro horizontais, entremeadas por telhados de zinco a reflectir o sol intenso. A um canto, um rosto esquisito, invertido, delineado pelas clarabóias da igreja, do meio das quais se projecta um nariz ponteagudo enorme, encimado por uma cruz. Como qualquer aldeiazita portuguesa que se preze, Mansoa dispõe de um café, um restaurante com quartos para alugar, um tasco, um cinema ao ar livre, um campo de futebol e um posto dos correios. O quartel é a única excrescência, por inusitado em aldeias.
(continua)
Magalhães Pinto
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