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Mas a ideia chave que retive desta romagem foi uma outra. O nosso interior está profundamente belo. As pequenas – por comparação com as grandes urbes – comunidades do interior têm uma preocupação com a beleza e o conforto urbano que não encontramos por aqui. O arranjo urbanístico, o cuidado com os jardins, a preservação dos elementos e ambiente histórico, são evidentes. Há um cuidado enorme em não descaracterizar a personalidade própria de cada burgo. Simultaneamente, quase toda a gente parece ter percebido que a riqueza de cada um reside na sua diferença para os outros. Foi, enfim, uma alegria para mim ver o meu Portugal, pelo menos naquele interior que sabemos estar a ficar cada vez mais deserto, a ter cuidado consigo. E não pude deixar de pensar que tal é devido à proximidade existente entre os detentores do poder político e as populações. Guardemos esta ideia. Porque haverá um dia em que até os nossos deputados nacionais terão forçosamente de ser gente que a gente conheça. Isto, se quisermos sobreviver.
Excerto da crónica SABEDORIA - Magalhães Pinto - MATOSINHOS HOJE - 28/4/2008
1 comentário:
E com mais umas voltinhas por aí, havemos de encontrar mais belezas devidamente conservadas.
Valeu mesmo a pena.
Beijinho
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