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19.4.08

O PAGAMENTO DO IMPOSTO

De um amigo de nacionalidade estrangeira, a viver há longos anos em Portugal, onde é empresário, recebi esta descrição de uma ida a repartição pública. É delicioso o relato e por isso o transcrevo, deixando-lhe o sabor da peculiar maneira de dizer de alguém que é nosso compatriota pelo coração.

***

Hà um mês atras paguei uma conta no multibanco de imposto de selo e deve ter feito a operação mal porque quando apareceu o extracto não estavo la o pagamento e então resolvi ir à Repartição de Finanças de resolver o assunto.

Confesso que nunca la tinha entrado neste edifico e como sempre era mais um edifico publico em obras. Quando cheguei ao primeiro andar podia optar pela à esquerda ou direita, não existindo indicações, moeda ao ar fui pela direita. Acertei, porque vi-la uma seta que dizia “imposto de selo”, exactamente o que eu queria. Fui buscar uma senha branca e por sorte era logo o numero á seguir. So que não havia ninguem no balcão. Esperei uns largos momentos até que veio um Senhor que me pediu se eu estava no lugar certo. Eu respondi que eu pensava que sim porque por cima dele dizia “Imposto de Selo” e eu tinha uma conta para pagar de Imposto de Selo, embora reconhecia que estava 3 semanas atrasados porque tinha falhado no meu multibanco, mas que estava pronto à pagar 3 semanas de juros. Depois de pensar um bocado o Senhor diz que não pode ser ai porque ja tinha ultrapassado a data e que tniha de ir para um fila no fundo do balcão, aonde estavam as senhas azuis.

Agradeci e la fui para as senhas azuis. Sorte minha se não era o meu o numero à seguir. No balcão uma senhora á ser atendida. Depois de 5 minutos à espera comecei à ouvir e claro era dessas historias de familia que nunca mais acabava e, então começei à olhar pela sala. Havia 5 funcionarios em pé à conversar, 3 em secretarias à olhar para à sala, falando e duas mais ou menos à trabalhar, o gabinete do chefe estava vazio e uma serie de secretarias vazias. De repente, aparece outra funcionaria no balcão e pensando que ia ser atendido pus-me em sentido ,mas não, foi para junto da colega e ficarem dois à ouvir a historia. Quando a historia acabou fiquei espantado quado a Senhora diz que queria então tratar de um assunto de uma amiga. Entretanto, ja tinha avolumado uma seria de pessoas atras de mim com mais senhas azuis. De repente, entra uma daquelas pessoas conhecidas de todos que consegue passar por todos e diz”so um minutinho” que passa à ser 10. Finalmente sou atendido. Pergunta-me o quê que o Senhor quer. La explico outra vez. Resposta da Senhora: “Mas o Senhor ja foi executado” como se eu ia para a guilotina, é que se o Senhor não recebeu nemhuma notificação de execução em casa o Senhor não tem nada extra à pagar. Timidamente eu perguntei se o colega no Imposto de Selo não podia ter dado essa informação. Então ela colou um papel a minha factura para dizer à caixa que não havia juros à pagar. Perguntei aonde era a Caixa. Isso diz ela é nas senhas brancas do outro lado das escadas. Pois é não acertei com a moeda ao ar. Ao sair dei uma ultima olhadela aos grupos de funcionarios ainda em conversa, a tal produtividade da administração publica no Ministerio do Ministro das Finanças. La fui eu para a Caixa, so que desta vez o meu numero ja era o 69, e so iam no 64. Então resolvi fazer o meu cheque, enquanto ali sentado à espera. Quando cheguei à Caixa a funcionaria diz com surpresa “ Então O Senhor ja tem o cheque preparado” e eu respondi: Sim, isto chama-se “produtividade” O que ela nada gostou.

O que eu devia de ter feito em 10 minutos e que eu entrei para fazer com muito voluntarismo, sai depois de mais de uma hora disiludido, e muito cansado, aquase sempre em pé e com toda a minha manhã perdida. É assim que o Governo se orgulha com a produtividade na Adminstração Publica, é assim que se orgulha com a redução de custos na Adminstração Publica, è assim que se orgulha com a melhoria de competencias.

***

Obrigado, meu Bom Amigo!

1 comentário:

Anónimo disse...

Vou por dever de profissão muitas vezes às finanças e ao ler o relato deste senor chego à conclusão que tenho sido, até hoje, um sortudo.
Cumprimentos
Abilio Moreira