...O país está muito zangado com o actual Governo. Com razão nuns casos, sem muita razão noutros. Eu sei que governar em diálogo é muito difícil e um Governo corre o risco de ficar bloqueado nos diálogos. Mas também creio que este Governo foi longe demais na falta de diálogo. E tomou decisões muito antipáticas, principalmente no início do seu mandato. Estava, seguramente, a agir com o cálculo eleitoralista de sempre. Fazia o difícil no início, fazia mesmo mais do que era necessário fazer logo de início, e apareceria depois, já próximo das eleições, com as benesses do costume. Crendo que as massas eleitorais têm memória curta e, ao votar, recordariam com mais facilidade o bem que o mal. Creio que tudo estava planeado assim, como demonstra o amortecimento da perseguição fiscal e a baixa do IVA de 21% para 20%, acontecida já este ano.
Porém, estes cálculos saíram furados ao Governo, por várias razões. Algumas de culpa própria. A situação económica é agora pior do que nunca. Pior mesmo do que desde há muitos anos. E o Governo não pode fazer nada contra isso. Não depende dele. O petróleo e os cereais estão a provocar grande inflação. Para dominar a inflação, o Banco Europeu tem que aumentar as taxas de juro. Os custos dos empréstimos, designadamente para comprar casa, vão por isso subir ainda mais. Por outro lado, a actividade económica está em recessão e o desemprego vai subir. Também há menores receitas fiscais. E o Governo não pode fazer brilharetes agora.
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Excerto da crónica MOMENTO CRUCIAL - Magalhães Pinto - MATOSINHOS HOJE - 26/5/2008
1 comentário:
Thanks. Im Inspired again.
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