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20.5.08

OS HERÓIS E O MEDO - 268º. fascículo

(continuação)

Antes de terminar a primeira parte, a representação vinda de Mansabá pediu para actuar também. Tinham preparado qualquer coisa que para oferecer ao Batalhão. Entraram quatro em palco. José António estava entre eles. E disse pretenderem cantar uma canção dedicada aos jovens que, como acontecera com eles, estavam na Metrópole, à espera de virem até África. Sem qualquer instrumento a acompanhar, os quatro militares cantaram um poema proibido:


Não partas, por Deus te peço,
que as saudades são punhais
que ferem, se é até logo,
e matam, se é nunca mais…

Meu amor foi sobre as ondas,
Foi sobre as águas do mar.
Oh! Quem me dera morrer
Se o meu amor não voltar…


No seu lugar, António Soveral levantou-se. Chamou um oficial e murmurou-lhe algo ao ouvido. A delegação de Mansabá foi mandada recolher ao quartel e aguardar instruções. Seguiram-se os Concha no concerto rock. A noite acabou tarde, afogadas as alegrias de um ano passado e as tristezas de um outro por passar no álcool do esquecimento

(continua)
Magalhães Pinto

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