Grande parte da nossa vida é passada na tentativa de assegurarmos que ela se possa desenvolver com segurança nos mais diversos domínios. Para isso trabalhamos. Para isso tentamos prever o futuro. Para isso nos cuidamos. É uma das maiores ambições do ser humano. Ter segurança na juventude, na idade adulta e na velhice. Ter segurança na Saúde, na Educação, na Justiça, no Trabalho. Ter segurança moral e ter segurança material. Depois de comer e de ter um abrigo para morar, creio que ter segurança é a prioridade maior dos seres humanos. Daí, que um dos maiores tormentos que podem afligir-nos seja a sensação de que estamos inseguros.Infelizmente, os tempos não vão para seguranças. Em quase todos os domínios citados, nos sentimos inseguros. O emprego é precário. A justiça é lenta. A educação ministrada aos nossos jovens deixa muito a desejar. A saúde anda a tratos de polé. Os velhos estão pouco menos que abandonados. E os perigos que espreitam os jovens são incontáveis. E a criminalidade aumenta, perante toda essa insegurança. Ninguém pode estar seguro de que a sua intimidade não vai ser violada, de que a sua propriedade não vai ser invadida, de que os seus bens não vão desaparecer da noite para o dia. Há que pôr cobro a isto. Há que desenvolver uma acção de perseguição implacável dos que colocam em perigo a segurança das pessoas. Nem em tudo se poderão evitar os riscos, Mas há muita coisa que pode ser feita e não é.
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Excerto da crómica INSEGUROS - Magalhães Pinto - "MATOSINHOS HOJE" - 21/1/2008
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