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Subitamente, verificamos um retrocesso de muitos anos naquilo a que estávamos habituados. O encerramento de serviços de assistência médica tem sido em catadupa e as anunciadas aberturas de substituição não têm merecido igual cuidado. Muitas pessoas viram-se privadas da sensação de segurança que tinham só por saberem que havia médico por perto. Podia ser uma falsa sensação de segurança. Mas nós sabemos que, nisto de segurança, mais importante do que a ter realmente, é pensar-se que se tem segurança. E foi isso que roubaram ao Povo. O que mais dói, presentemente, é ouvirmos os nossos concidadãos da província, cuja assistência se encontra a dezenas de quilómetros, por vezes a horas de caminho, sentirem-se não protegidos e inseguros. Vale a pena recordar que uma das frases chave do Ministro da Saúde, no início de todo este processo, era a de que ninguém ficaria a mais de meia hora de distância do socorro. Os factos estão a encarregar-se de desmentir claramente essas expectativas ministeriais. Mais do que isso é necessário, por vezes e como se tem visto, só para colocar as ambulâncias em movimento.
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Excerto da crónica TERRA QUEIMADA - Magalhães Pinto - "MATOSINHOS HOJE" - 28/1/2008
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